Dear Mr. Gordon Brown
Desculpe estar-lhe a escrever na língua de Camões, mas o meu inglês é tão mau como o seu português.
Poderá pensar que tenho um embirração especial por si e pelo seu governo, mas lá que o senhor não se anda a portar bem lá isso é uma verdade e eu Zé português não gosto.
Há uns tempos atrás deixou impune um labregóte (e outras coisas mais) que andou a dizer mal do meu país a propósito do caso Maddie. Jamais o senhor iria pedir desculpas pelo facto a “uns reles e porcos comedores de sardinhas”. Que afronta!
Este fim de semana recusou-se vir a Portugal e à cimeira UA-UE com a desculpa de estar presente outro labrego e seu inimigo de estimação e de seu nome Mugabe. Sei que é sempre mais agradável estar acompanhado pelo rei ou algum príncipe da democrata Arábia Saudita. Tiranos, mas com mais dinheiro. Mas enfim: inimigos sempre são inimigos.
Agora, já fez saber que não pode estar presente na assinatura do Tratado Europeu porque tem um debate no parlamento.
Não é por nada, mas o senhor e ao contrário do seu antecessor não gosta mesmo nada do meu país, pois não? Eu julgo que não! E quer saber de uma coisa? Eu também não gosto nada dos ingleses (que me desculpem os bons). A vossa arrogância já cheira mal!
Passe bem!
Jacinto César
Julgo já ter aqui escrito que não sou um grande consumidor de televisão, mas por vezes aparece um programa ou outro que me prende.
Não é minha intenção fazer aqui de crítico da dita, mas nestes últimos dias tenho estado a rever uma série produzida pela britânica Granada Television e que se intitula de “ O principal suspeito”( Prime suspect), e que já tinha passado na RTP2. É uma série policial de grande qualidade e interpretada por uma senhora grande actriz inglesa de seu nome Helen Mirren e que viria posteriormente a ser premiada com um Óscar pela notável interpretação no filme “The Queen”.
Penso que para aqueles que gostam de cinema, não estarei a dizer uma grande barbaridade.
Ora se já afirmei que não quero aqui ser crítico de cinema, o que me levou então a escrever sobre a dita série? Eu não acredito muito em teorias da conspiração, mas que por vezes “penso nelas”, lá isso penso.
Então não é que em dois episódios da referida série se trata de um assunto algo parecido com o que aconteceu no Algarve à criança inglesa Meddie? Pois é! Só que desta vez a polícia visada não é a portuguesa, mas a inglesa. Não é que a inspectora que trabalhou no caso se “enfrascava” ? Pois é, aquilo que os “súbditos” da Real majestade tanto gostam de fazer! Não é que mostram um caso de pedofilia e a dificuldade da polícia em encontrar o criminoso? Pois é, mas a história é passada “lá” e não “cá”.
Se levarmos em conta tudo o que por “cá” se tem passado, sou levado a pensar que alguém na RTP1 se lembrou de “chatear” os ilhéus do norte de propósito! Será que foi coincidência ou sou eu que estou a pensar em “conspiração”?
Eu cá por mim se o fizeram de propósito, acho que o fizeram MUITO BEM!
Jacinto César
“Piers Merchant, assessor do deputado europeu Roger Knapman, acusa o sistema judicial português de ser «corrupto» e explica que o Governo inglês se tem envolvido no apoio aos McCann porque «Portugal não tem uma verdadeira tradição de direitos civis, liberdades e democracia»” ( Semanário O Sol )
Não vos soa a nada o termo “Bloody Sunday”? E o IRA? E a “Orange march” na Irlanda? E o muro de Belfast? Não? Por favor, façam lá um esforço de memória?
Ah, eu bem sabia que se recordavam do Domingo em que em que os irlandeses foram massacrados pelos soldados de Sua Majestade!
Muito bem!!! Eu sabia que se recordavam do exército revolucionário irlandês (IRA) e as barbaridades que cometeram!
Sim senhor! Estão todos a fazer um esforço de memória ao lembrarem-se do ataque que os membros da Ordem de Orange fizeram a crianças por “serem filhas de pais católicos”.
Já vi que também se lembram do MURO que divide católicos e protestantes em Belfast!
Que me desculpem os muitos britânicos BONS, mas somos nós em Portugal que não respeitamos os direitos civis? Ou as liberdades?
Não vou fazer mais qualquer comentário. Deixo-vos aqui um que acompanhava a notícia e escrito por um anónimo:
“O tal sujeito conhece muito de Portugal e das suas policias.
Será que desta vez há algum dos nossos governantes que tenha "tomates" e exija explicações aos "donos" do animal?
Isto é, quando um cão nos morde não pedimos explicações ao bicho, pedimos ao proprietário. Que no caso é o estado inglês!”
Jacinto César
Antes de contar a história, gostaria de dizer previamente, que nada me move contra este país e os seus cidadãos (a não ser quando nos baralham as contas no futebol). Mas manda-me a verdade acrescentar que também não nutro uma especial simpatia por ambos. Vamos então à história!
Um pobre brasileiro subia tranquilamente as escadas do metropolitano. Quando chegou à rua quis o destino que um polícia o achasse parecido com um “perigoso terrorista”. Depois de ser interpelado, interrogado e mal tratado (leia-se espancado) acabou por fugir como qualquer um de nós faria. Em má hora o fez, pois mais polícias chegaram e a perseguição começou. Foi apanhado e abatido (leia-se assassinado) no local. Assim, nem ai nem ui. O pobre estará hoje onde quer que esteja a “pensar” que há dias em que não se pode sair de casa. Os valentes polícias logo foram desculpados pois o homem era “perigoso” e não tinham feito mais que o seu dever. Para azar destes últimos, lá apareceu uma organização que resolveu pedir contas à justiça e esta a tarde e más horas lá se fez, para desgosto da “benemérita” .
Ora isto não se passou em Portugal, mas em terras de Sua Majestade.
Que diriam os jornais ingleses se o caso se tivesse passado no nosso país? Que seriamos no mínimo um povo bárbaro.
Isto tudo vem a propósito da comunicação social inglesa e o caso do desaparecimento (?) misterioso da Maddie. O que tenho lido e ouvido nestes últimos tempos sobre Portugal e os portugueses tem-me deixado atónito. Então não é que somos um país de tontos comedores compulsivos de sardinhas? Não é que somos um país de pacóvios com uma polícia a condizer? Não é que temos órgãos de comunicação social de terceiro mundo? Que somos feios porcos e maus (onde é que já ouvi isto?)?
Pergunto agora eu: se somos assim tão maus o que vêm eles para cá fazer? E estou a falar daqueles (que não têm culpa do que por lá se diz) que vieram para cá viver e não aos turistas. Fazendo fé no que os tablóides dizem, leva-me a concluir que os seus conterrâneos que resolveram vir viver entre nós são masoquistas!
Em Portugal e com que eu saiba há nestes últimos anos sete casos de crianças desaparecidas sem resolução (o que para mim são muitíssimos). E em Inglaterra? Pelo que tenho lido nem eles próprios têm a certeza de quantos são! Não é que este facto me deixe orgulhoso de, por cá as coisas serem diferentes para melhor, mas não será que quem tem telhados de vidro não deveria atirar pedras?
Pobres das crianças que são a vítimas! A mim, resta-me a consolação de não ser inglês nem viver em Inglaterra!
Jacinto César
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