Eu perante as notícias que vão aparecendo, tenho que chegar à conclusão que estamos mesmo rodeados de corruptos.
Veja-se o caso daquele senhor que era administrador do Metropolitano do Porto: Paulo Braga Lino. Enquanto administrador meteu a pata na poça ao envolver-se no negócio das “Swaps”, negócio esse ruinoso para o país e por tabela para todos nós.
Antes do escândalo rebentar foi convidado pelo actual governo para Secretário de Estado da Defesa. Quando a “marosca” veio para os jornais, o governo acabou por o demitir. Até aqui tudo bem.
Mas para surpresa das surpresas o referido senhor um mês depois já estava na administração do mesmo Metropolitano do Porto como se nada tivesse acontecido. Acrescente-se que o homem foi readmitido por unanimidade pela administração. Mas aonde chegámos nós em que até a corrupção é recomeçada.
Caros amigos, lamento muito, mas também me vou corromper.
PS – Claro que a lei sobre o enriquecimento ilícito, mais uma vez ficou paralisada no Parlamento. Porque será?
Jacinto César
Hoje quando lemos o jornal ou vemos televisão, a palavra corrupção é omnipresente.
Será que há negócio, contrato, concurso ou qualquer coisa onde as coisas sejam feitas com limpeza? Será que ainda há pessoas honestas que andem metidas em qualquer ramo de actividade económica ou financeira? Ele são governantes, ex-governantes, administradores de empresas e ex-administradores, são assessores disto ou daquilo, são os bancos e companhias de seguros, são as grandes empresas de distribuição, são as grandes empresas de construção, são as autarquias, são os sucateiros, são …, somos um país de corruptos, ou seja, somos uns milhões a sofrer as consequências da ambição desmesurada de uns milhares que não têm quaisquer espécie de escrúpulos e que eram capazes de vender a mãe para atingir os seus fins.
Mas onde para a palavra HONESTIDADE? Hoje, quem tem poder, ou é corrupto e alinha no sistema, ou o seu poder é efémero.
Mas em quem podemos confiar? Na justiça? Só um em cada 10 acusados de corrupção é condenado. Quando é que podemos confiar na justiça se até o antigo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, aqui condecorado no 10 de Junho é acusado de “aldrabar” as actas dos acórdãos?
Condecorados haviam de ser os milhões de portugueses que todos os dias fazem malabarismos para pagar as contas a tempo e horas, para não falar já naqueles que nem isso conseguem fazer e passam necessidades básicas e fome. Esses sim são os verdadeiros heróis da Nação.
Perguntam-me se tenho esperança? Tenho, mas só com uma mudança radical do sistema, com um despertar de consciências por parte dos cidadãos, o perder o medo de denunciar e fundamentalmente abrir os olhos.
É um país inteiro anestesiado e desorientado. Que o Brasil nos sirva de exemplo.
Uma boa semana para todos
Jacinto César
Vista aérea do Mercado Roque Santeiro
Hotel de luxo de Luanda
Como muitas pessoas sabem, servi o meu País em Moçambique como
militar nos anos 72 a 74 do século passado.
Pondo de lado as questões da guerra, o ambiente que se vivia nas
principais cidades era de puro colonialismo de inspiração britânica
(influências da África do Sul e da Rodésia). Os colonos que aí viviam
eram donos e senhores de tudo e de todos e até os militares que aí se
encontravam a defendê-los não eram bem aceites.
Numa das férias que tive, para vir a Portugal, como o avião fazia escala
em Angola, resolvi passar aí uns dias. Como era diferente o modo de
vida em Angola.
A primeira impressão que tive, era a de que estava em Portugal.
Em Luanda vi aquilo que para mim era impensável: estando sentado
numa esplanada da avenida marginal, vi um branco a vender lotaria
e a engraxar sapatos no mesmo instante em que estacionava junto ao
passeio um Alfa-Romeu Montreal (na época era qualquer coisa da
categoria de um Ferrari) e dele saiu um africano de fatinho branco.
Em Moçambique era impossível. Para dizer a verdade, senti-me bem.
Tanto havia pobres negros como brancos e com os ricos passava-se da
mesma forma. Era bonito de se ver.
Isto vem a propósito do que li na última edição da revista “Sábado”
sobre Luanda.
Fiquei envergonhado, para não dizer enojado com o que li! Como é
que é possível haver milhões de angolanos a passar fome e meia
dúzia de corruptos a viverem à grande e à francesa e ostentarem essa
mesma riqueza? Não, não é definitivamente a Angola que tive a felicidade
de conhecer.
Um qualquer tipo que nem tem coragem de dar a cara, a gabar-se de
gastar um milhão de Euros numa festa de aniversário, um casal com dois
filhos pequenos que tem 5 carros topo de gama, com os respectivos
condutores e que gasta 20 mil euros mês num batalhão de criados e outros
casos igualmente escandalosos! Para dar uma ideia final, Luanda é simplesmente
a cidade mais cara do Mundo!
Como é que é possível haver um grupo de lambe botas do poder maltratar assim
um povo inteiro?
E o que mais me espanta é essa canalha chamar ainda hoje colonialistas aos
portugueses.
Colonialistas? Nós? Comparado com o que se está a passar há uns anos a esta
parte em Angola, os portugueses eram uns meninos de coro. Uns anjos!
Até o “António” se levantasse a cabeça de novo ficaria horrorizado com a situação!
Que fazer a isto?
Jacinto César
É uma verdade incontestável que se todos pagassem o que é devido ao
fisco, provavelmente todos viveríamos melhor. Mas infelizmente não!
Mais uma vez e até sobre este assunto, os ricos são filhos e os pobres
enteados. Vejamos:
- alguém que tenha um pequeno negócio, pode com relativa facilidade
fugir ao fisco. Se é apanhado, cai o Carmo e a Trindade e lá está o nosso
homem em maus lençóis.
- suponhamos que a qualquer um de nós, por felicidade ou infelicidade,
acerta em cheio no Euro-milhões. Neste caso e em condições normais,
o nosso homem colocava o dinheiro no banco e no mínimo teria que
pagar sobre os juros, qualquer coisa como 25%. Mas como o nosso
homem é espertalhaço, através do banco envia a “massa” para um
“off-shore”. Lá se vai o imposto à vida.
Aparentemente, tudo isto são somente suposições. Mas não, é a realidade.
No passado mês de Maio, e só nesse mês, transitaram para as referidas
“off-shore” qualquer coisa como mil e duzentos milhões de Euros.
Só num mês. Agora imagine-se a quantidade de dinheiro pertencente a
portugueses que anda de viagem por essas “ilhas Caimão” e outras que tais.
Mas pior do que isso, é o próprio estado, através de alguns ministérios que
faz o mesmo. Irra que é demais.
Costuma-se dizer que quem rouba um pão para matar a fome é LADRÃO!
Quem rouba milhões, foi um engano de contas!
Sempre assim foi e assim continuará a ser. Que o diga o Dr. Dias Loureiro
e Companhia.
Não sou a favor da violência, mas para certos senhores, sempre abriria uma
excepção.
Jacinto César
Cada vez mais sinto um desiludido da política em Portugal. Não porque seja político, mas porque sou cidadão. Perdi por completo a fé naqueles que nos governam. E quando falo em quem nos governa, estou a referir-me aos actuais, aos anteriores e aqueles que virão a seguir. Tenho que reconhecer que da esquerda à direita já não há políticos sérios. A corrupção, os compadrios e as amizades por conveniência, cortam transversalmente todos os partidos políticos e a sociedade em geral. É um polvo gigante que estende os seus tentáculos a todo o lado. Basta ir seguindo com atenção as notícias do dia-a-dia (em letra pequena, claro) para nos apercebermos como as coisas andam. São ministros que nomeiam administrações de empresas públicas, que por sua vez os acolhem quando saem do governo. São filhos de importantes figuras do estado que são nomeados para cargos de relevo assim que acabam o seu curso. São ex-dirigentes políticos que só não foram formalmente acusados de crimes graves por pressão de figurões e que agora estão colocados em organizações internacionais ou colocados em empresas portuguesas a operar no estrangeiro. Há de tudo um pouco.
Se até há uns anos atrás as fraudes com o Fundo Social Europeu serviram para enriquecer meio mundo (políticos, sindicatos e apêndices), hoje a técnica é diferente.
Gostaria que alguém me explicasse os 1200 M€ (sim, leram bem, mil e duzentos milhões de euros) que estão no OGE na rubrica “Estudos e pareceres”. Para onde vai parar este dinheiro? Quem é que faz os Estudos? Quem é que dá os parecerem? Para que servem esses estudos e pareceres? Presumo que já tenham adivinhado.
Os partidos vão-se alternando no poder, dizem cobras e lagartos uns dos outros, mas tudo continua na mesma e com tendência para piorar.
O que me preocupa é o sentimento de impotência para por fim a este estado de coisas. Penso que só chamando o inspector Corrado Cattani!
Jacinto César
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