Quando ontem por volta das 10 da noite fui ao Parque da Piedade senti uma tristeza muito grande. Um vazio confrangedor. A falta das pessoas e da animação que trazem com elas era sentida em todo o lado.
Dir-me-ão que era um dia de semana, mas eu contraponho que há uns anos atrás as coisas não eram assim. Mais uma vez reafirmo aquilo que disse num post em Agosto: alguma coisa tem de mudar e uma das soluções poderá ser a que aí apresento. (http://tascadasamoreiras.blogs.sapo.pt/5687.html#comentarios)
Mas o que me leva a escrever hoje não se prende com o que já referi mas sim sobre a organização das festas do Senhor Jesus da Piedade e da Feira de S. Mateus. Penso que está na hora de separar os eventos em termos organizativos. Eu explico:
1- A primeira acção a tomar seria através de um protocolo ou um contrato de médio ou longo prazo (digamos 10, 20 ou 30 anos), entregar a exploração do parque da Piedade à Câmara Municipal. Que efeitos traria tal contrato? A manutenção física do parque, jardins, mata e parque de campismo ficariam por conta da câmara, já que tem pessoal que o pode fazer. Esta manutenção representa um encargo muito grande para a Confraria que assim se libertaria dela. A exploração como não poderia deixar de ser seria também do município.
2- A organização e exploração das duas festas anuais seriam assim pertença do município. Que vantagens teria isto? Sob o ponto de vista económico era um alívio para a Confraria, pois que em anos menos bons não ficaria endividada com os eventos, prejuízos esses que seriam perfeitamente suportados pala câmara sem grandes sacrifícios.
Em termos de organização passaria a ser feita por profissionais municipais e não por amadores mesmo que cheios de boa vontade. Por sua vez, a câmara, tem uma capacidade negocial em termos de alugueres de terrenos e contratações que vão desde as iluminações ao fogo de artifício e outras que a confraria não possui. Basta lembrar que a câmara faz o aluguer de iluminações por altura do Natal e que a partir daí, passaria a negociar em pacote as do Natal e as das festas da cidade. O mesmo se passaria com o fogo de artifício. No aluguer dos terrenos a câmara também teria vantagens em negociar os mesmos em conjunto com o mercado quinzenal.
3- As festas católicas ficariam da exclusividade da Confraria, que com as receitas da “bandeja” dariam para fazer uns floreados e ao mesmo tempo fazer a gestão e manutenção do Santuário. Ao fim e ao cabo é essa a sua verdadeira vocação, e ao mesmo tempo livravam-se de grandes dores de cabeça que sei que têm.
Assim sendo, teríamos as Festa do Senhor Jesus da Piedade organizadas pela Confraria e o S. Mateus e Festas da Cidade organizadas pela Câmara Municipal de Elvas.
Sei que em termos políticos as coisas não seriam pacíficas, pois basta ver o que se diz em relação aos espectáculos organizados pela Câmara. Os mesmos diriam que só teríamos bons S. Mateus de 4 em 4 anos. Mas mesmo assim acho que seria benéfico para toda a gente. Falta para que isto possa acontecer a Confraria ter vontade de abrir mão do poder organizativo e a Câmara vontade de assumir tal tarefa.
Fica a ideia. Como se costuma dizer que quem manda pode e quem pode manda, então que se entendam.
Jacinto César
Aqui há uns anos atrás, recebi um telefonema a convidarem-me para uma reunião política meia clandestina. Ainda hoje não entendo tal convite, mas presumi ser pelo facto de o meu “olho direito” sempre ter visto melhor que o esquerdo. Um bocado intrigado, compareci à hora e local marcado.
Claro está que nunca irei divulgar quem esteve presente, pois foi esse o compromisso que assumi, mas havia por lá de toda a gente e figuras gradas da nossa “parvónia”. O denominador comum era o facto dos presentes, uns mais que outros serem oposição ao actualmente chamado “regedor”.
Depois de se ter discutido de tudo e mais alguma coisa, só faltava acertar a estratégia para derrubar o “homem” da cadeira (onde é que já ouvi isto?). Valia tudo e só faltou que alguém propusesse a contratação de um “sniper” para o abater.
Para ser sincero, eu entrei mudo e saí calado porque não sou pessoa para alinhar em conspirações e baixa política. Pelo que julgo saber a dita “conspiração” deu em nada.
Mas se não deu em nada porque estou eu aqui a contar a história? Pelos simples facto de que se alguns dos presentes se mantêm coerentes com as suas ideias da altura, outros há que viraram o bico ao prego com muita lata (ou chamar-se-á a isto oportunismo?). É vê-los aí com ar de importantes e inchados e ao mesmo tempo com um aspecto cândido como se de nada soubessem. Tristes figuras!
Que se façam cambalhotas à frente ou atrás ainda vai que não vai, mas fazer cambalhota à frente seguida de cambalhota atrás, já requer um certo arcaboiço atlético.
Resumindo, temos uma cidade com “ginastas” de qualidade olímpica.
PS (nada de confusões): Já agora todos estarão recordados de uma revista que circulou na cidade por altura das últimas eleições autárquicas com os nomes e até fotografias dos apoiantes do actual “regedor”. Um dia deste vou publicá-la aqui para alguns se reverem!
Nota - Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência
Jacinto César
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