Esta semana voltou à baila a questão dos exames dos professores e da percentagem de "chumbos" que houve.
Disto tudo tenho que lamentar algumas coisas.
Em primeiro lugar, o exame em si, que não vai avaliar a qualidade do professor dentro de uma sala de aulas. O professor pode ter tido um exame excelente e ser uma nulidade numa sala com 30 "índios" à sua volta. O contrário também é verdade: o professor pode na prova ter dado uns quantos erros ortográficos e no entanto ser um excelente professor, tanto a nível científico como a nível pedagógico.
Resumindo, não é um exame que determina se um professor é bom ou mau, mas sim a sua observação em contexto de aula.
Dois exemplos muito diferente, mas que demonstram o que digo.
1 - Um militar - Em formação o nosso militar pode ser um tipo com características físicas fantásticas, pode disparar para um alvo até de olhos tapados, ser disciplinado e ter todas as características para ser um bom combatente. Pois, mas tudo isto pode não chegar. O nosso homem entra em combate e ao 1º tiro entra em pânico.
2 - Um médico - Normalmente em Portugal entra em Medicina os alunos com médias próximas dos 20 valores, ou seja, são normalmente a nata dos estudantes. Depois seguem para a faculdade e vão continuando a ser bons alunos. Finalmente chega o tão ambicionado dia: serem médicos. E são-no com todo o mérito. Só que um belo dia estão numa urgência e entra-lhe um doente num estado lastimável. O nosso médico entra em pânico e não faz a mínima ideia do que tem que fazer (bloqueou).
Ora bem, estes dois casos que acabei de relatar e que infelizmente acontecem, tanto um como o outro tinham todas as condições para serem bons profissionais, no entanto falta-lhes algo importante: será que qualquer deles tem condições psicológicas para ser um bom profissional?
Há determinadas profissões que não são para quem quer, mas para quem pode. Com os professores passa-se o mesmo e não é com exames que se resolve o problema.
Ser ou não bom professor num futuro tem que ser determinado ao princípio, ou seja, terá que se verificar se o aluno que vai estudar para ser professor, tem ou não condições para o ser. Este seria o caminho.
Finalmente temos o problema maior e que nunca ninguém refere: a qualidade dos pais. Estes reclamam por tudo e por nada e apontam o dedo sempre ao mesmo: o professor! E como são eles como pais? Será que cumprem integralmente a sua tarefa? E quando é que têm coragem de apontar o dedo a si próprios?
Voltarei ao assunto
Jacinto César
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