Para dizer aquilo que quero, vou ilustrar o assunto com um exemplo hipotético.
Imaginemos que se constitui uma nova empresa e que o empresário pretende contratar, digamos, 20 funcionários. Obrigatoriamente e porque a lei assim o obriga, terá que assinar com os novos funcionários contratos de trabalho. Mas imaginemos também que o dito empresário é alguém sem escrúpulos alguns e só assina os contratos com todos aqueles que ao mesmo tempo assinem uma carta de demissão sem data. Se algo corre mal ou simplesmente quer por alguém na rua, o nosso homem só tem que por data na carta de demissão, metê-la numa carta registada endereçada a si próprio e “voilá”. O ou os empregados despedidos não terão direito a qualquer indemnização porque “se demitiram”.
Vejamos então o que provavelmente aconteceu na nossa autarquia, e que pode ser confirmado pelas declarações da Vereadora Vitória Branco.
O vereador José Almeida e a sua “partener” como é provável que tenham pensado desde as eleições numa futura golpada para tirar Nuno Mocinha do caminho, fizeram assinar os vereadores e suplentes uma carta de renúncia que seria utilizada em caso de necessidade. Só que o plano deu para o torto porque uma vereadora roeu a corda denunciando o acto de coação e pelos vistos alguns dos suplentes também. Gorava-se assim a hipótese de atirarem a câmara a baixo.
Pelo que soube, houve outro vereador que esteve também quase a roer a corda, mas à última da hora a voz do dono soou mais alto.
A pergunta que eu gostava de fazer e que algum jurista me respondesse, é que tendo como testemunha a Vereadora Vitória Branco, o acto de fazer assinar as cartas de renúncia não constitui um crime de coação? E se assim foi, quem o perpetrou não terá que ser penalizado?
Nota final – Senhores vereadores Tiago Afonso e Manuel Valério: acredito que nenhum dos dois seja inocente ao ponto de acreditar que mais dia, menos dia, a “coisa” vai correr para o torto e vocês irão também na enxurrada. Não seria uma atitude inteligente, assumirem as vossas funções de vereadores sem estarem às ordens do par “maquiavélico”? Faço-vos aqui esse apelo.
Jacinto César
Boa Noite
Niccolo Machiavelle, no séc XV chegava a casa, despia as suas roupas cheias de barro e lodo, convocava para a sua mesa de trabalho reis, imperadores e papas e analisava os seus actos e consequências.
- E porque não dirigirmos a nossa análise também para a população de Elvas, que somos todos nós.
Durante vinte anos a cidade deu ao Príncipe pode absoluto, apenas me recordo de um enfrentamento público que penalizou o Pintor, cuja aguarela “ O apocalipse” está à minha frente.
O Presidente da Câmara de Elvas recebeu-me pela primeira vez, em 1994, na qualidade de membro do Conselho Geral do Hospital de Elvas, pedi-lhe, em nome do corpo médico o seu empenhamento na luta contra a transformação do Hospital de Elvas, acabado de inaugura, num Centro de Saúde com Internamento.
Durante vinte anos Rondão de Almeida mudou a face da cidade e muitas instituições terá ajudado. - Houve oposição? Ou como diz o poeta andámos todos a tratar da “vidinha”. Eu diria que andámos todos a tratar da “vidinha” (*).
Diz quem sabe, que o poder vicia e, os vícios são dolorosos para quem os tem e para os que sofrem as consequências de vícios alheios; Rondão de Almeida e os seus concidadãos fizeram parte do mesmo corpo – a cidade durante vinte anos. Creio que todos poderemos dizer Mea culpa.
A poesia é a vida? Pois claro!
Conforme a vida que se tem o verso vem
- e se a vida é vidinha, já não há poesia
que resista….
(*)Alexandre O’Neill
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