Ninguém tem dúvidas sobre a necessidade fundamental da existência de Oxigénio na natureza, porque sem ele não havia vida. O que é muito natural é que muitas pessoas não saibam que o oxigénio é também em muitas situações extremamente pernicioso. Basta como tal pensarem que é ele a causa da oxidação em tudo com que entra em contacto: da simples maça (que se acabou de cortar e que passado um bocado fica escura) aos metais. Estes últimos têm uma particularidade: podem ser corroídos pelo exterior ou pelo interior da estrutura.
Dirão os meus caros amigos, “mas o que é que este quer agora com uma lição sobre oxidação?”
Vamos lá então fazer a analogia com a política que é onde quero chegar.
Um qualquer governo, tal como os metais, pode ser corroído externamente (desde a oposição até à opinião pública) ou então no próprio interior do governo (lembremo-nos aqui há uns meses atrás os efeitos produzidos pela “demissão irrevogável” do ministro Paulo Portas).
Do governo passemos então para uma autarquia. Por muita pouca contestação que sofra, há por vezes fenómenos que não se compreendem e que é a corrosão interna. Vai corroendo, corroendo até que a estrutura fica frágil e desmorona-se. Cada autarquia tem um presidente que “é” ou deveria ser o número 1 na hierarquia. O que por vezes acontece é quer alguém que está abaixo do número 1 não se conformar com a sua situação e passa ao ataque corroendo por dentro o sistema para descredibilizar o número 1. Com o passar dos tempos, a corrosão é tão grande, que, ou a estrutura cai ou então o número 1 nunca mais o será. Aí, qual salvador da Pátria, emerge lá de trás outra vez o mesmo, ou seja, o mesmo de sempre.
Maldita droga do poder! Maldita vaidade humana! Um prepotente há-de sempre sê-lo e jamais se deixará subjugar ao poder de outro. Agora cada um faça a leitura que quiser e entenda o conceito de “corrosão” como bem entender.
Jacinto César
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