Hoje ouvi uma notícia que me deixou chocado. Não, enojado!
A Associação das pequenas e médias empresas irá despedir 40.000 trabalhadores a prazo se o governo os obrigar a pagar o novo salário mínimo nacional, ou seja, 450€. O acréscimo mensal para o trabalhador é a “enorme” quantia de 23€.
Eu não sei se estou a dar em “comunista”, mas despedir pessoas que já ganham uma miséria por causa de 23€? Dá vontade de vomitar, sim de vomitar.
Diz a referida associação que as empresas mais prejudicadas serão as micro-empresas com um ou dois trabalhadores. Depreendo por estas palavras que um micro-empresário vai passar fome por ter que desembolsar mais 23 ou 46 € por mês. É gozar com a pobreza.
Mas como não bastasse isto, aparece a Drª. Manuela Ferreira Leite a dar o ámen a esta chantagem inqualificável.
Mas que alternativa têm os portugueses? Quem é que afinal os defende? Já não sei bem o que pensar. Por mais incrível que possa parecer, foi o presidente do CDS/PP, o Dr. Paulo Portas, que saiu a terreiro em defesa dos que menos ganham, além de logicamente o PS que fez a proposta do aumento. Futuro entendimento ou então temos a direita a defender as posições antes defendidas pela esquerda.
Senhores empresários: se qualquer um dos senhores gasta 23 € numa qualquer futilidade, não poderia de deixar de beber um “copo” por mês para poder pagar essa mísera quantia a alguém, a quem 1 euro a mais ou a menos pode fazer a diferença?
Não é de admirar que fique enjoado! Visto por essa perspectiva e com esses conhecimentos micro e macro económicos. Vou tentar explicar como tenta explicar. Na base do suponhamos... Suponhamos que a empresa tem 2 empregados mais o empresário e um lucro anual de 500 €. Isto é, o empresário ganha o mesmo que os empregados e ainda lucra 500 € O aumento vai ser, sem contar com o aumento do empresário pois este em principio abdica: 14 x 24 x 2 = 672 €
Agora vamos ao resto Sobre 672 € incidem 23,75% p/Seg. Social por parte da entidade patronal = 160 € Sobre os 672 € ainda vão incidir mais x % de seguro de acidentes de trabalho que incide sobre a massa salarial.
Suponhamos, como seu eu fosse mesmo labrego, que a empresa anda à rasca para receber dos clientes, que por vezes é o Estado. Tem que pagar a pronto e recebe a 3 ou 4 meses, já não é mau. Suponhamos que durante o ano o Estado obriga o empresário a pagar 3 vezes por ano imposto sobre lucros supostos mais X Suponhamos que as empresas são todas pequenas e médias, não suponhamos que em Portugal é um país desenvolvido e assente em grades empresas. Suponhamos que aplicamos o caso da empresa de 2 empregados e apliquemos a uma com 80 ou 100... Como dizia o outro engenheiro é questão de fazer contas. Agora como temos "outro" engenheiro, mais distinto e com um cursos tirados em sítios distintos (não se ofenda) estou em crer que as contas estarão mesmo, mesmo bem feitas. Nisso estou "descansado" :-) Suponhamos... suponhamos...
Cesár, é bom ter o ordenadinho certo ao fim do mês, certinho. Sem preocupações. Dá tempo para pensar, pensar e fazer estes posts iluminados.
Não ouso discutir os argumentos que me coloca. Acredito que tem as continhas bem feitas. Eu confesso que sou um zero à esquerda no assunto. Mas já agora gostaria que me respondesse ao seguinte: mas onde é que existe um empresário em Portugal que investiu algum capital num negócio, tem 2 empregados, que tira para ele o ordenado mínimo nacional (que é o mesmo que paga aos seus colaboradores) e chega ao fim do ano com 500€ de lucro? Não acha que isto é um filme de ficção? Se não é, tenho que concluir que o nosso homem sabe tanto de negócios como eu. Eu nunca acreditei naquela máxima portuguesa que, mais vale um mau negócio que um bom emprego, mas para dizer a verdade também não conheço muitos empresários que tenham falido honestamente. Para a sossega só mais uma pergunta: mas em Portugal há empresários (com excepções, claro) ou negociantes?
"Mas em Portugal há empresários (com excepções, claro) ou negociantes?", pergunta o Jacinto César. Só tenho pena que o Jacinto seja português, como eu. Preferiria que fosse bielo-russo, por exemplo. Cá para mim, um português deve ter orgulho em Portugal. Aqueles que pertencem ao grupo do "é País que temos" são dispensáveis.