Caro Marco Sequeira
Ninguém melhor do que eu compreende a dor que sente ao perder um ente querido, sendo para mais um filho. Deus deveria “proibir” um pai de ver partir um filho antes de si. É injusto! Tem toda a minha solidariedade.
Não entenda o que lhe vou dizer de seguida como uma falta de respeito, mas quero apelar-lhe ao bom senso. Já reparou quantos pais aqui em Elvas perderam os seus filhos? Sabe quantos pais perderam mais do que um filho em pouco tempo? Sendo elvense como presumo, já que não o conheço, deve saber de uns quantos casos, dos quais não vou falar aqui pelos motivos que deve entender.
Que queira perpetuar a memória do seu filho, tudo bem! Mas não acha que é um pouco mórbido todos os dias passar pela placa toponímica e ver lá o seu nome? E os outros pais não terão o mesmo direito?
Para si, acredito, que o seu filho tenha sido a pessoa mais importante do mundo, mas a toponímia não se compadece com sentimentos. O que vai nos nossos corações é muito mais importante do que o nome numa placa de pedra. Daqui a uns anos ninguém vai saber quem é. No entanto os nossos corações jamais se esquecerão.
Os motivos pelo qual o seu pedido foi aceite é que são um pouco obscuros, mas por respeito não os vou discutir aqui.
Mais uma vez lamento profundamente a sua perda.
Jacinto César
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