Ontem mesmo tinha escrito que não voltaria a escrever sobre o S. Mateus e o seu futuro, mas por aquilo que tenho lido hoje não posso deixar de voltar ao assunto.
Aqui há uns anos atrás, e por mais de uma vez, as festa do S. Mateus e por culpa do S. Pedro deram para o torto. Como consequência as receitas da Confraria batiam no fundo e as dívidas eram resolvidas com letras cujos avalistas eram inevitavelmente e invariavelmente os elementos da Mesa da Confraria. Isto é um facto que ninguém pode desmentir pois digo-o com conhecimento de causa, pois vi o meu Pai muitas vezes atrapalhado e sem saber como tudo se iria pagar.
Nesses tempos a Câmara atribuía um subsídio para as festas, que era logo consumido no dia 21 de Setembro numa almoçarada na Pousada de S. Luzia em que a Câmara convidava quem queria e a Confraria pagava. Ou seja, dava com uma mão num dia e tirava com a outra no dia seguinte.
As pessoas que muitas vezes falam sobre o assunto não têm noção dos custos do evento. Se dantes eram grandes, hoje devem ser enormes.
E a onde quero eu chegar com esta conversa toda? É que se torna impossível melhorar as festas da cidade sem uma ajuda externa substancial e esta só pode vir da câmara.
Falou-se muito hoje em que a Confraria teria que entregar a exploração integral do S. Mateus (não confundir com as Festas do Senhor Jesus da Piedade) à Câmara Municipal e fiquei muito confundido. Então os defensores da concessão do Coliseu a privados durante x anos, são os primeiros contra a entrega da concessão da exploração por parte da Confraria à Câmara? È no mínimo estranho!
Outra coisa que me confunde muito é o facto de se dizer que a Mesa da Confraria é que tem que decidir! E os Irmãos do Senhor Jesus da Piedade, que são os pagantes, não têm uma palavra a dizer? Houve por aí alguém que afirmou que a Confraria não tem que prestar contas a ninguém! Mas como assim? A prepotência já chegou a tanto?
Mais uma vez faço um apelo à Confraria: promovam o debate, mesmo que este seja feito só entre os Irmãos, mas promovam-no, sob pena de perderem toda a credibilidade e mostrarem que estão tão apegados ao poder como os políticos. Só que estes ganham dinheiro e os primeiros ganham cabelos brancos, mas mesmo assim gostam do lugar.
Jacinto César
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