Hoje, e depois de conhecidos os 11 elementos que assinaram a constituição formal da ADE, reforço as minhas reservas contra as pessoas que deram a cara. Passo a explicar.
Facto 1 – Na sua constituição constam os nomes dos representantes legais pelo PSD e CDS/PP de Elvas, respectivamente José Júlio Cabaceira e Tiago Abreu.
Facto 2 – Qualquer destes dirigentes pode legitimamente encabeçar uma lista concorrente às próximas eleições autárquicas, o que seria perfeitamente natural.
Falemos agora de hipóteses meramente académicas.
Hipótese 1 – Qualquer destes dois dirigentes consegue convencer os elvenses e ganha as eleições.
Hipótese 2 – Um deles torna-se presidente da câmara.
Vamos agora imaginar o que aconteceria.
Uma coisa é o que se promete enquanto candidato (seja ao que for) e a outra é a prática política de quando se chega ao poder.
Pergunta 1 – O futuro presidente da câmara ir-se-ia reger pelo programa do seu partido ou pelo programa da associação que ajudou a fundar?
Pergunta 2 – Como seriam no futuro as relações do presidente da câmara com a associação que ajudou a fundar?
Pergunta 3 – Mesmo que o futuro presidente da câmara quisesse governar a dita de uma forma pragmática, a associação não funcionaria como um grupo de pressão?
Pergunta 4 – Como passariam a ser as relações internas dentro da associação (com vários interesses a movimentar-se dentro dela) em função do estilo de governação que o presidente implementasse?
Perante aquilo que acabei de escrever, para mim só me resta uma certeza: é inevitável que a referida associação se transforme em associação política para concorrerem como lista independente às eleições. O que é perfeitamente legítimo, diga-se.
Já o que não é legítimo é tentarem vender gato por lebre aos elvenses, fazendo deles meios atrasados mentais, já que pensam que ninguém compreendeu.
Para mim a ADE é isto e alguns dos seus elementos estão metidos numa camisa de 11 varas difícil de despir.
Jacinto César
Blogs de Elvas