Ontem fim um breve resumo do que é necessário para pertencer à elite dos sítios Património da Humanidade. Falta-nos falar aqui de outros dois critérios que são fundamentais e que foram estabelecidos pela Carta de Veneza: a autenticidade e integridade.
E, tal como disse ontem, como vamos nós encaixar o conjunto das fortificações de Elvas neste conjunto de regras?
À partida Elvas obedece, não a um mas a três dos critérios impostos pelo ICOMOS, mais os dois estabelecidos pela Carta de Veneza.
Os pontos 1, 2 e 4 encaixam que nem uma luva no conjunto amuralhado. Dizem o seguinte:
1 - representar uma obra-prima do génio criativo humano;
2 - mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou numa área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitectura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou do desenho de paisagem;
4 - ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana.
Penso que não restarão dúvidas a ninguém. Se juntarmos a AUTENTICIDADE e a INTEGRIDADE, então o que falta?
Por mim nada, a não ser a vontade política. Mas lá iremos.
Vou-vos deixar aqui um exemplo francês semelhante (mas só semelhante) à nossa cidade para podermos comparar o que se faz lá fora e a dificuldade que temos em fazer “cá dentro”.
Refiro-me a Neuf-Brisach. Olhem e comparem com Elvas. Uma é, a outra pode ser que um dia seja. Eu, como São Tomé, ver para crer.
Amanhã vamos analisar os porquês do atraso da candidatura de Elvas, sob o ponto de vista político.
Jacinto César
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