Quando um aluno chega ao 12º ano, tem atrás de si 12 anos de formação.
Saber isto é suficiente para perceber, que uma melhoria real nos resultados obtido no final do 12º ano, só pode surgir fruto de uma verdadeira reforma nas políticas educativas, que actue sobre todo o percurso escolar do aluno. Este trabalho, é trabalho de uma geração, que se quer consistente e mantido no tempo, e cujos resultados irão sempre surgir progressivamente através de pequenas evoluções.
Quando Sexta-feira s se anunciaram os resultados dos exames de 12º ano, hoje publicados, com grandes melhorias nas classificações relativamente ao ano anterior, (da ordem por exemplo dos 30%
Para a estatística, fica o melhor resultado dos últimos anos nos exames de final do 12º ano.
Para o nível de competências dos alunos, ficou tudo na mesma ou pior, pois dada a alteração do grau de dificuldade das provas, não existe comparabilidade entre estes resultados e os de anos anteriores para que posamos saber qual a realidade da evolução das competências dos nossos alunos.
Para o acesso ao ensino superior, a única diferença será que aqueles cursos onde só se entrava com 18 este ano vá ser necessário ter e provavelmente nem todos os 20 irão entrar, e na base da pirâmide, haverá alguns que não obtinham a classificação mínima de 9,5 para se poderem candidatar, e que irão preencher algumas das vagas que nos últimos anos sobravam
Necessitado como está o País, e diariamente ouvimos afirmações nesse sentido, de aumentar a qualificação, é este um muito mau sinal dado aos nossos jovem, porque induz o sentimento de maior facilidade na obtenção de uma certificação com qualificações/competências mais reduzidas.
Quando no telejornal da RTP a Senhor Ministra da Educação veio defender estes resultados como resultado das suas políticas educativas e do trabalho dos professores, insinuando que apenas agora os professores começaram a preparar os seus alunos, está a mentir descaradamente aos portugueses por duas razões óbvias:
1º Os professores são os mesmos que em anos anteriores, e nunca viveram um ano de tantas angústia e instabilidade, com a consequente falta de serenidade no trabalho diário.
2º Nunca como este ano os professores foram sobrecarregados com o trabalho burocrático, e viram tão reduzida a sua disponibilidade para a preparação das suas aulas, e para a sempre necessária actualização.
A ser verdade, com afirma a Senhora Ministra, que não foram dadas quaisquer instruções por parte do Ministério da Educação, para que o grau de dificuldade das provas fosse reduzido, deveria ser instaurado um inquérito para averiguar de quem é a responsabilidade deste acto, que se traduziu numa anulação, intencional ou não, da comparabilidade de resultados, e na indução de um facilitismo que são decerto prejudiciais ao sistema de ensino, e à melhoria das qualificações que tanto se apregoa.
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