Já há muito tempo que não me detinha com atenção a ler o Boletim Municipal. Hoje fi-lo por aquilo que escrevi aqui há dois dias atrás. Afirmei então que uma das particularidades em que os nossos dirigentes políticos eram parecidos aos nossos futebolistas era o facto de ambos serem vaidosos e exibicionistas. Lembrei-me do que tinha escrito e fui contar quantas fotografias do nosso presidente apareciam no referido boletim. Pois bem, em 56 páginas a fotografia do presidente aparece 41 vezes. É obra! Já estive de férias em vários países do 3º mundo. Pobres e atrasados. Mas uma coisa tinham em comum entre eles e entre eles e Elvas: o culto da imagem dos seus amados presidentes. Por lá havia quase uma foto por poste de iluminação. Por cá já faltou mais.
Outra coisa que me chamou à atenção no dito boletim, foi a moção aprovada pelo executivo camarário sobre a classificação das urgências hospitalares na nossa cidade. Antes desta ver a luz do dia já havia um movimento em Elvas no mesmo sentido, que bastantes críticas sofreu, ao ponto de ter sido editado um boletim especial, onde se desmentia aquilo que depois foi objecto da moção camarária.
Afinal em que é que ficamos: é o não verdade aquilo que nós aqui afirmávamos? Se era mentira, então qual a necessidade da aprovação da dita moção? Se era verdade, então porque foi editado o tal boletim especial? Coisas de políticos.
Nota – Estou a referir-me ao Boletim Municipal que ainda não chegou às mãos dos elvenses.
Vamos à objectividade?... Estes comentários apasquinhadores são lidos por meias dúzias. O boletim tem 12.500 de tiragem. O homem não persegue os 100 por cento. Chegam-lhe uns 60 ou 70. O resto é paisagem.
Muito carinhosas a nota "Estou a referir-me ao Boletim Municipal que ainda não chegou às mãos dos elvenses". Assim uma espécie de "eu cá sou o adiantado, não se esqueçam, té bem?..." Oh César! Estás na Internet. E aqui, já o boletim anda a circular. Uma bocadinho pacóvia a nota final.
Tem cão? Prende-se! Não tem cão? Também se prende! Ou seja: - a câmara não fez nada, a favor do hospital? Devia ter feito, que aquilo vai fechar! - a câmara fez algo a favor da manutenção do hospital? Não devia ter feito, pois quem acredita que não fecha deve estar quieto. Coerências cesarianas...
A situação é esta. Há quem diga que o hospital vai perder valências e fechar as urgências. Há quem diga que os serviços e urgências vão manter-se. Depois, há a população. E esta o que quer é um hospital em condições. Por cada dia que passa e a situação se mantém, é bom para todos. "Para todos" é uma maneira de dizer. Há os que preferem que feche, para se retirar dividendos partidários.
Às vezes, não queremos ler, não é César? Primeira parte. a câmara editou uma Folha Informativa, para esclarecer a população, que estava um bocado confusa com certa argumentação de abaixo-assinadores. Corria o boato que as urgências iam fechar. A câmara esclareceu que não iam e não vão fechar. Corria o boato que havia um desinvestimento no hospital. A câmara esclareceu que o hospital tem tido reforços humanos, tecnológicos e de instalações. Segunda parte. A câmara aprovou a moção pedindo uma "subida de categoria" do hospital, assim a modos que uma urgência básica especial. Onde está o mal deste comportamento? Mais: se houve alguém a portar-se mal foram um abaixo-assinadores que diziam às pessoas "assine aqui, para o hospital não fechar". Isto sim, é alarmismo.
E, já que se fala de hospital, a pergunta inevitável: - Que efeito prático de tudo isto? Alguém acha que a ministra se vai acagaçar, com estas movimentações inócuas? Por exemplo, Cabaceira, Portinholas & Cª na Assembleia a entregar seis mil assinaturas a um funcionário do Parlamento serve para quê?...
De José Júlio Cabaceira a 18 de Junho de 2008 às 02:37
Caro comentador anónimo sobre o Hospital
Aconselho-o vivamente a informar-se sobre a importância de uma Petição e da dificuldade em ser aceite para discussão e votação no Parlamento. O valor da argumentação e da razoabilidade da fundamentação são a chave de entrada. Se a matéria em questão sobre o Hospital de Elvas (nomeadamente a sua desclassificação por despacho Ministerial) não tivesse ponta por onde pegar e com alguma possibilidade de sucesso acha que nos passavam cartucho? Acha que íamos defender o indefensável? Ou apenas por birra? No caso de não haver sucesso será que só perdem os mentores da coisa? Ou perdemos todos? Se pensa que as mais de 6000 assinaturas Validadas assustaram os Deputados, engana-se. A única certeza nisto tudo é que se abriu apenas uma porta. Estamos no jogo. Há quem não quis jogar e até lançou grandes assobios das bancadas. Tínhamos lugar para todos. As mais de 6000 pessoas conseguiram para já entrar. Deduzo das suas palavras que não tentou apanhar esta carruagem para ir a jogo. De qualquer modo respeito a sua opinião. Um abraço José Júlio Cabaceira