Cada vez ando mais confuso com esta história do “público” e do “privado”.
A seguir ao 25A e com o advento da democracia, acompanhada de fortes ventanias vindas de leste, foi a febre das nacionalizações. Para o bem ou para o mal, fez-se.
Com a chegada do 25, mas de Novembro e do ano seguinte, começou-se a desfazer a pouco e pouco o que anteriormente se tinha feito duma acentada. O povo ia assistindo a este vaivém de bens. Uns a favor e outros contra. Como sempre. Mas quase de certeza que quase ninguém entendia o que se passava. Dum modo geral a dita esquerda era defensora do público e as “direitas” a favor do privado. Numa época em que a ideologia era rainha, compreendia.
Com o passar dos anos as coisas foram mudando. A ideologia foi substituída pelo pragmatismo e pela tecnocracia e tudo se baralhou, ao ponto de hoje não saber bem qual é o papel dos partidos e dos políticos em toda esta confusão.
Com a chegada ao poder deste governo que temos, tudo se baralhou ainda mais. Eu explico. Através dos meios de comunicação social e de uns quantos fazedores de opinião arregimentados pelo governo, começou-se a criar a ideia que os serviços públicos e seus trabalhadores (vulgo função pública) eram autênticos sorvedouros das finanças públicas e os trabalhadores vampiros de meter inveja a qualquer Conde de Drácula. Resumindo, era o alvo a abater acompanhada pelo coro da opinião pública, anteriormente e atempadamente envenenada. Tudo o que era público era mau por natureza (sobre isto não digo nada, pois sou parte interessada).
E o que é que está agora a acontecer? As ditas “esquerdas” privatizam tudo e as “direitas” protestam.
Mas será que dá para perceber uma coisa destas? Afinal aquilo que até há bem pouco tempo era o “cancro” da sociedade, agora passou a ser bom! Vá lá a gente entender. Por favor expliquem-me lá isso “como se fosse muito burro” pois estou num grande dilema.
Jacinto César
Blogs de Elvas