Penso que não andarei muito longe da verdade ao afirmar que foram os dias mais loucos que a cidade viveu de há muitos, muitos anos.
Gostaria de nestes próximos dias fazer um balanço destes últimos dias que se viveram em Elvas.
Hoje gostaria e para começar falar sobre o dispositivo de segurança que aqui se montou, algo nunca visto por estas paragens e não sei se por outras no nosso país.
Fiquei com a ideia que o governo está a viver neste momento num estado de paranóia em relação a este assunto.
Eu vi os homens da segurança e da polícia, para não falar também das empresas de segurança privadas por todo o lado, ao ponto de terem colocado homens em cima dos Arcos das Amoreiras, na Senhora da Conceição, e por todos os lados onde qualquer individualidade passasse. Eu vi revistarem locais que não lembram nem ao diabo: desde o Convento das Domínicas, ao Castelo e a calhas técnicas subterrâneas que passam na Praça da República.
O pânico tomou conta daquela gente.
Mas tudo isto obriga-me a fazer uma pergunta que é sacramental: porquê?
O medo evidentemente! E porquê esse medo? Porque não estão de consciência tranquila e sabem muito bem o mal que têm feito a este país. Eles já sabem que onde quer que vão haverá reacções por parte das populações em relação ao às desgraças que têm provocado, e para evitar que um qualquer em estado de desespero cometa uma asneira, protegem-se e de que maneira.
Ouvi na televisão um político afirmar que não são legítimos estes protestos, já que para protestarem os cidadãos têm as eleições, e que as manifestações que há são organizadas por partidos de esquerda e sindicatos. Mas que raio de ideia tem este senhor da democracia e da Constituição que nos dá o direito à INDIGNAÇÃO.
Eu cá por mim dava-lhes um conselho: ou não saíam à rua ou então, e de preferência, emigrem. Haverá de certeza outros que os substituam melhor e se o não forem cá estaremos nós para protestar.
Jacinto César
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