Eu sei que aquilo que vou escrever será polémico, mas como esta já começou no FaceBook, vou de uma forma mais meditada voltar ao assunto, ou seja, os nomes dos políticos inscritos em novas ou velhas obras restauradas.
Para quem se quiser dar ao trabalho de ler as obras de Domingos Lavadinho ou de António Thomaz Pires sobre a toponímia elvense, verificará que cada rua ou praça de Elvas já mudou de nome umas quantas vezes. Dependendo de onde “sopram os ventos” na altura, os nomes vão sendo modificados. Partindo deste princípio, não há toponímia definitiva. Esta é a parte pragmática do assunto.
Agora vamos à parte moral e ética.
1 – Eu se mandasse jamais colocaria o nome de uma pessoa viva numa rua. E porquê? Porque hoje a pessoa fez qualquer coisa boa à sociedade e amanhã poderá ter uma infelicidade qualquer que lhe ponha o nome de rastos. Pode acontecer a qualquer um. Um exemplo: nunca o nome de Elvas foi tão falado a partir do momentoem que Paco Bandeirasimortalizou o nome através de uma canção. Verdade!!! Nestes últimos anos e ao que dizem os jornais e opinião pública, o mesmo Paco Bandeiras não se tem portado lá muito bem. O facto é que entre estes “dois tempos”, homenageou-se o cantor com um nome de uma rua. E agora?
2 – Nunca colocaria o nome de uma rua ou praça, ou mesmo permitiria que se colocasse uma estátua de uma pessoa viva. E porquê? Talvez por uma questão de tradição, só veja fazer tal, a pessoas que já morreram e se distinguiram nalguma coisa. Se mo fizessem a mim, jamais aceitaria pois pensaria que se estavam a querer verem livres de mim.
3 – Agora a questão de ética. Qualquer pessoa que permita que usem o seu nome para uma situação destas, só pode ser um chauvinista. E porquê? Porque ver o seu nome envolvido numa situação destas lhe faz crescer o ego uns quantos palmos. Para pessoas que aceitam isto, modéstia é uma palavra que não faz parte do seu vocabulário.
E agora se me perguntarem se concordo ou não? Para ser sincero, estou-me nas tintas para o assunto. O facto de terem lá este ou aquele nome não me afecta rigorosamente nada. Quantos de nós continuamos a chamar à Praça 25 de Abril o Largo da Cervejaria? E antes não era Praça Salazar? Precisamente os mesmos nomes que a ponte em Lisboa e que para todos nós continuará a ser a Ponte sobre o Tejo.
Para acabar, quantas coisas estão mal em Elvas e não as vejo discutir com tanto afinco? Basta dar uma passagem de olhos pelo FaceBook e ver a enormidade de inutilidades que ali se escrevem e partilham. Será que as pessoas não têm coisas importantes para discutir?
Jacinto César
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