Já aqui há uns dias aqui falei sobre a crise económica que afecta de sobremaneira a cidade de Elvas. O país não está bem. Todos o sabemos. Mas a nossa cidade está ainda pior. Todos também sabemos que a CME tem feito os possíveis para minimizar os efeitos da crise sob o ponto de vista social. Mas, tudo não passa de um tapar de buracos, de acudir aqui e ali, de ajudar aqueles que mais necessitam, etc. A acção é meritória, mas não chega. Cada vez mais os nossos jovens têm que procurar outras paragens para ganhar o pão de cada dia. Os que vão ficando estão envelhecidos e depauperados. A população vai diminuindo e todos os sectores de actividade vão-se ressentindo. Algo tem que ser feito para reactivar a economia local.
Hoje vou retomar aqui uma ideia que lancei há uns meses atrás aquando do anúncio da construção das piscinas nas freguesias rurais.
E porque não a CME construir uma série de pavilhões industriais devidamente infra-estruturados e depois alugá-los por um valor simbólico em função do número de postos de trabalho criados? Eu não acredito que se tal fosse feito e devidamente publicitado em jornais e revistas de economia (não só portugueses como estrangeiros) não houvesse alguns empresários a aproveitar a situação e se viessem instalarem Elvas. Pequenasempresas com 20 ou 30 pessoas que aqui viessem produzir algo seria ideal, já que grandes empresas podem transformar-se de um dia para o outro em grandes pesadelos.
Já aqui tenho manifestado a minha ignorância em assuntos económicos, mas já pus à consideração de amigos meus mais entendidos e eles acham que tal não seria inviável.
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Elvas: o que é que se perdia se se tentasse tal estratégia? O risco de ficar com alguns pavilhões vazios! E ao construir as piscinas, se a população entrar em debandada não ficarão também elas às moscas?
Sei que o senhor quer o melhor para a sua cidade. Sei que não pode ser bombeiro e ir apagar todos os fogos. Sei que também não é “criada” para todo o serviço. Mas há coisas que tem o poder de fazer. Pense no assunto para o bem da cidade que está em vias de morrer e penso que o senhor não estará interessado em participar no funeral.
Jacinto César
Um gajo que escreve bem é sempre um gajo que tem que ter para além da forma também um conteúdo de excelência. Não vou dar vos outra aula de filologia, estejam descansados, embora muito provavelmente até vos fizesse bem, já que mais não fosse ao cérebro, sempre se fazia uma corrida de neurónios entre o lóbulo esquerdo e o direito com partida no occipital e chegada ao parental.
A propósito da Grande Depressão, gostava de vos contar que tenho aqui instalado na loja um sistema de desculpas para evitar pagar dívidas, por enquanto infalível, e que o torna no mínimo, o melhor sistema do género instalado no Alentejo, quiçá no País.
Já me disse um amigo que há na net um grande quantidade de sites de ajuda, mas como por enquanto não esgotámos o stock de desculpas, ainda não fizemos o download versões mais recentes. Só com grande imaginação se consegue manter os prazos de pagamento muito para além do razoável sem que nos entre um solicitador nem o homem do fraque pela porta a dentro.
Nestes dias, mais vale uma boa desculpa que uma penhora na mão. Também vão penhorar o quê? Uma sanita? Um bloco de notas usado? A malta está mais do que de tanga, está falida. Para passar o tempo vamos dando desculpas uns aos outros e esperando que os funcionários públicos, os únicos que não caíram no desemprego, nos comprem umas bugigangas quaisquer para atenuar o caminho pró abismo. Embora a propósito de caminho, eu já tenha sido agraciado com o premio de melhor gajo a seguir o caminho. Só que foi o caminho para Fátima, em apenas dois dias conseguir fazer o percurso de Elvas até ao sitio dos pastorinhos, embora na segunda tarde da viagem tivesse apanhado boleia com um motorista marreco de Ourem, um gajo porreiro que nos convidou a uns caracóis na Tasca do Rogério que é assim parecido com a Tia Alice, mas com a conta com menos de dois dígitos.
Beijos e abraços
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