( Foto de Virgílio Trabuco )
Agora que a poeira do S. Mateus já poisou, e que tudo voltou ao normal,
vamos lá então discutir o assunto.
Antes de mais gostaria aqui de agradecer o apoio nesta “luta” ao
CidadElvas. Seia muito bom que mais pessoas se envolvessem para
aumentar a pressão. Gostaria ainda de prestar aqui um esclarecimento:
sou Irmão da Confraria do Sr. Jesus da Piedade faz exactamente hoje
61 anos e com as cotas pagas. E digo isto porque não me julgando mais
que os outros, tenho o direito de discutir os assuntos que lhe dizem
respeito, contrariamente a outros que falam mas não contribuem com
um único cêntimo. Esclarecimento feito.
A Confraria do SJP não é propriedade da Igreja tendo estatutos
próprios e cujos Irmão elegem a respectiva Mesa. Os terrenos onde
decorre a Feira de S. Mateus pertencem-lhe e podem fazer deles o
que bem entenderem desde que os confrades estejam de acordo.
Portanto, apesar de que e sob o ponto de vista católico obedeça à
hierarquia da Arquidiocese de Évora, sob o ponto de vista material
é independente. Os terrenos pertencentes à Confraria, foram doados
a esta e não à Arquidiocese.
E digo isto porquê? Porque juridicamente a Confraria pode “negociar”
os referidos terrenos. Tanto assim é que este dividido em parcelas é
alugado aos feirantes durante um período limitado de tempo. Nada
impede portanto que a Confraria possa ceder temporariamente
(seja por 5, 10 ou 15 anos) à Câmara Municipal de Elvas e a troco
de benfeitorias a negociar, os referidos terrenos para a organização
das Festas da Cidade. A Confraria só tem a ganhar com esta parceria,
visto que grande parte das despesas passam para a autarquia.
Talvez muita gente desconheça, mas uma receita importante da
instituição provem da chamada “bandeja”, que são os donativos
que os fiéis fazem durante as festas. Ora estas receitas manter-se-iam
e que davam e sobravam para as despesas com as Festa de Igreja e não só.
Porque é que insisto neste modelo de gestão das festas? Por
vários motivos que passo a enumerar:
1 – A Câmara se estiver pelos “ajustes” deste modelo, e penso que
sim, já que a política gosta de estar em evidência, sejam estes ou os
que venha a seguir, tem a capacidade técnica, logística e financeira de gerir o
Parque de uma melhor forma e se calhar com menos custos;
2 – Como é sabido de alguns e principalmente dos membros da
Mesa da Confraria, quando as festas dão para o torto por motivos
meteorológicos, estes, vêem-se gregos para apanhar o dinheiro aos
feirantes, com a desculpa de não terem feito negócio. Lógico que
se o credor for o município o caso muda de figura;
3 – As grandes despesas das festas são a iluminação e o fogo de artifício.
Ora bem, como a câmara também é consumidor destas atracções, seria
de certeza muito mais barato já que esta negociaria com as empresas
fornecedoras em pacote;
4 – O facto de a Confraria ceder os terrenos por períodos de tempo
contratados, nunca daria o direito à Câmara de construir neles o que quer
que fosse sem a concordância dos primeiros (contrariando aqui a tese por
aí defendida de que a primeira coisa a fazer seria espalhar cimento armado
pelo parque). Benfeitorias sim, mas com a concordância de todos.
5 – Quanto à construção de um pavilhão definitivo onde anualmente
se coloca a tenda gigante, não vejo inconveniente nenhum, desde que
este se enquadre na paisagem. Todos sairíamos beneficiados. Mais, não
me chocava nada que na eventualidade da sua construção houvesse
colaboração do restaurante “El Cristo” que o integraria e se deitasse
abaixo o actual, esse sim um mamarracho.
Não termino sem um apelo aos meus concidadãos: COLABOREM COM
IDEIAS, já que o S. Mateus é de todos.
Jacinto César
Nota – Finalmente o chamado Zé de Melro resolveu ser comentar
com algum “trambelho”, mas não deixa de disparar em todas as
direcções. Menos na dele, claro. Mesmo sem o conhecer começo
a “entendê-lo”. Um conselho: saia do anonimato, encha-se de coragem
e debata os problemas de uma forma desapaixonada.
Se os tiver no “sítio”. Claro!
Jacinto César
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