Mas não é que o raio da frase não me sai da cabeça?
Seja por uns motivos ou outros, todos nós, algumas vezes na vida a ouvimos. “Antigamente” era frequente ouvir-se, por tudo e por nada e onde quer que fosse! Era o calar-se por medo. Vieram os “cravos” e se por acaso piscássemos mais o olho à direita lá tínhamos nós que falar baixo! Aqui o medo provinha dos antípodas do “antigamente”. E nós calados. Passámos uns anitos em que se foi do 8 para o 80. Aí foi o regabofe total. E não é que passados mais uns anos, quando ingenuamente pensei que caminhávamos para o equilíbrio, nos começaram a mandar calar novamente? Arre que é demais! Dizes mal do primeiro-ministro e toma lá, porque devias estar calado! Dizes por aí umas verdades incómodas e toma lá que já almoçaste. Lá voltamos nós à conversa do “poder”. Mais uma vez relembro a sabedoria popular: quem pode manda, quem manda pode. Nem mais.
Se um Chavez me incomoda, o calar-me, incomoda-me muito mais. Começo a entendê-lo! Levamos nós uma vida a calar e calar sem nunca podermos desfazer o nó que nos vai na garganta? E aquele aperto no peito por não podermos dizer aquilo que nos vai cá dentro?
Passamos o dia inteiro a ouvir as pessoas queixarem-se! Vem o governo que tira a uns e dá a outros (não, não são Robins dos Bosques). Promete que é branco e sai preto! Diz à esquerda e vira à direita! Vem um põe, para vir outro de seguida tirar. E nós? Calados.
Acho que está na hora de dizer basta! Penso que está na hora se sermos nós mandar calar aqueles que sempre tiveram o poder de nos mandar calar!
Olha Chavez, és uma grande besta, mas mesmo assim venham de lá mais cinco!
Jacinto César
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