Ontem, o Diário de Notícias, publicou um estudo muito completo sobre as reformas douradas.
Sei que muitas vezes sou identificado como anti-políticos! Mas será que posso pensar de outra forma?
Quem olha para o referido dossier e analisa os números não pode ficar indiferente ao que ali se diz e que se prova. É o escândalo total. Como é que é possível haver muitos milhares de portugueses a viver com 200 a 300 euros por mês (em que fica sem saber se deve deixar-se morrer de fome ou morrer por falta de medicamentos) quando há políticos que pelo facto de terem estado com o seu traseiro fino sentados na Assembleia da Republica recebem subvenções vitalícias por isso?
O nº 1 é nem mais nem menos que o Prof. Cavaco Silva que recebe qualquer coisa como 10.000 € mensais. Para alguém que foi e quer continuar a ser o Supremo Magistrado da Nação fica-lhe muito mal isso. Como é que o candidato pode falar de pobreza quando ele é um dos beneficiários dos muitos milhões que o estado gasta quando há tanta gente a necessitar de ajuda? Se quisesse ter moral para falar, já há muito que tinha prescindindo dessas reformas milionárias.
E que dizer do outro candidato, Manuel Alegre, que recebe uma pensão choruda por ter trabalhado uns meses na RDP? Deveria ter vergonha! Ou não?
Mas não são só estes infelizmente. São muitas dezenas de sanguessugas que todos os meses espoliam o estado em milhões de euros.
Onde está o Estado que todos nós gostaríamos de ver justo para com todos os seus cidadãos? Quando é que o Estado aplica o princípio constitucional de que todos os cidadãos são iguais perante a lei?
Quando é que o Estado deixa de distinguir os portugueses como sendo de 1ª ou de 2ª categoria?
Será que George Orwell antecipou o futuro quando escreveu o seu livro “O triunfo dos porcos”, princípio que se aplica que nem uma luva ao que se passa no nosso pobre país?
Penso que todos nós temos os nossos limites! Cada um ferve à sua maneira.
O povo português é pacífico por natureza, mas também penso que um dia há-de acordar. E se de verdade isso acontecer, não tenho bem a certeza de qual será a sua reacção.
Eu sempre tive mais receio dos calados do que dos bazófias. Aparentemente somos um povo “manso”. O problema está quando um qualquer dia destes lhe chegar a mostarda ao nariz.
Jacinto César
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