É autenticamente um crime que se está a cometer e que necessariamente é um caso de polícia, por abandono, negligência grave e atentado ao património histórico português. Estou-me a referir ao que se passa no Forte da N. S. da Graça.
A semana passada desloquei-me ao referido forte para o dar a conhecer a uma pessoa que mostrou interesse nisso.
Já há uns meses que lá não ia e o que vi deixou-me desolado. Mais, triste! Muito triste mesmo. Se já então o portão principal se encontrava aberto, o portão que dava acesso ao reduto central, mantinha-se fechado, protegendo este, de actos de vandalismo. Agora não! Toda a gente tem livre acesso às entranhas mais profundas da Obra Maior da Arquitectura Militar Portuguesa.
Um crime grave, muito grave mesmo! E de quem é a culpa? É de todos e de ninguém, como sempre. Nossa inclusive, e estou-me a referir ao cidadão comum, que nada faz para contrariar o destino trágico a que está votado o Monumento Nacional.
Os primeiros grandes culpados em minha opinião, são os nossos governantes que permitem tal descalabro. Depois são os militares que recorrem a todas as estratégias para realizar dinheiro, mesmo que se tenha que ceder uma parcela da nossa memória. Finalmente todos nós somos culpados, porque sendo o nosso povo o campeão da maledicência e do protesto, se esquece que também temos o dever cívico de defender aquilo que é NOSSO.
É criminoso o que se está a passar.
E o que é que se pode fazer? Por o Estado em tribunal.
Se o comum dos cidadãos é obrigado a fazer obras em prédios dos quais é proprietário, porque cargas de água o Estado não deveria ser obrigado a fazer o mesmo?
Porque não, um grupo de cidadãos de Elvas, não apresenta uma queixa judicial contra o Estado Português?
Deixo aqui a ideia. Daqui a uns dias voltarei ao assunto.
Por fim, gostaria muito de saber a opinião nos nossos autarcas sobre o assunto, que não podendo fazer nada, tem o dever de pressionar o poder central para resolver tamanha calamidade.
Jacinto César
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