Elvas como outra coisa qualquer, nasce, cresce e morre. Só que mortes há muitas: as rápidas e as lentas. Elvas sofre de uma doença prolongada e está a ter uma agonia dolorosa.
O mais lamentável é que há médicos, há medicamentos, mas não há dinheiro para os pagar. Os elvenses parecem daquelas famílias pobres, que têm alguns parentes ricos mas que não querem ajudar.
Todos os dias morremos mais um bocadinho. Todos os dias cai mais uma pedra aqui e ali. Todos os dias alguém entra em debandada por já não suportar mais a tristeza que o invade.
A família está deprimida e se já não bastasse tal, encontra-se desunida.
Elvas está demasiadamente doente para conseguir suportar por muito tempo uma família destas. Inveja uns dos outros, desconfianças, intrigas. E o doente continua a morrer.
Um dia acordamos com ela morta e depois só nos resta chorar nos ombros uns dos outros e lamentarmos não termos tratado dela enquanto podíamos. E ainda pior, é quando o desgosto passar e cada um a apontar o dedo aos outros.
Há uma pergunta que ás vezes faço a mim próprio: será que ainda há elvenses ou os seus habitantes serão todos forasteiros? Eu tenho muitas dúvidas!
Jacinto César
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