Não vou aqui discutir a maior ou menor beleza do Festival. Não vou tão pouco pôr em causa o gosto que os elvenses fazem em assistir ao dito festival.
Que quero então?
Mais uma vez por em causa o planeamento do turismo em Elvas.
Quanto custou o festival? Que mais valias trouxe à nossa cidade? Mais meia dúzia de espanhóis de Badajoz que já costumam cá vir? Mais uma centena de portugueses das redondezas?
Mas afinal que turismo queremos nós?
No sábado quando ali me desloquei, prestei mais atenção ao estado das muralhas do que propriamente ao que se estava a passar à minha volta. E que vi eu? O estado lastimoso em que se encontram as muralhas. Dei a volta ao Paiol de Santa Babara até ao Cemitério dos Ingleses.
O estado em que se encontram a maioria dos panos de muralha é lastimável. E que dizer do pano de muralha leste do castelo? Tem uma fenda de mais de dois metros de comprimento o que evidencia, com mais um inverno em cima, uma derrocada quase certa.
Já sei que muita gente não concorda com a minha opinião e prefere o folclore destes pequenos eventos que se repetem por todo o país.
Mas é a isto que chama turismo? São estes eventos que vão encher os quartos dos hotéis de Elvas? São estes eventos que vão trazer turistas para encher as mesas das dezenas de restaurantes elvenses?
Serei megalómano talvez, mas não é este turismo “popularucho” que sonho para Elvas.
Acredito na boa vontade das pessoas! Acredito na honestidade das mesmas! Acredito nas suas boas intenções. O que não acredito é nos conhecimentos e competências das pessoas que gerem este sector.
Jacinto César
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