É indiscutível que as Festas do Crato se tornaram em meia dúzia de anos umas festas de referência no Alentejo e não só. Eu próprio tenho sido testemunha da evolução que têm tido, porque sou cliente habitual. Religiosamente todos os anos por esta altura lá ando eu e alguns amigos tentar saber qual o programa do ano para organizarmos a nossa vida para estarmos presentes. É nítida a evolução e ponto final.
Na Blogosfera elvense já se fizeram comentários sobre a grandiosidade das mesmas e ao mesmo tempo criticando a nossa cidade de não fazer o mesmo. Pois é, o que aconteceria se fizéssemos qualquer coisa do género. Eu explico: as referidas festas nestes últimos três anos custaram aproximadamente 1 milhão de euros por ano. Sim, qualquer coisa como 200 mil contos dos antigos. Até aqui tudo bem! Adiante. O ano passado a melhor noite em termos de público e que foi preenchida com o concerto de Roger Whatson acompanhado pela Orquestra Sinfoniêta de Lisboa terá tido uma assistência de 3 mil pessoas ( cálculo optimista). Pois bem, o “rapazinho” mais a orquestra, mais a estadia em Castelo de Vide, mais toda a logística necessária ficou pelos módicos 350 mil euros. Tudo bem ainda! Adiante. Se bem sabem todos os que ali se deslocam pagam uma entrada única de meia dúzia de euros. Façamos as contas e verifiquemos o saldo. Bem, aqui começa a porca a torcer o rabo. Mas adiante. E quem paga o prejuízo de muitos (mas mesmo muitos) milhares de contos? A Câmara Municipal do Crato! Bolas, aqui a conversa já começa a cheirar mal pois C.M.C é estado, estado é impostos e impostos sou eu! Alto aí, então sou eu que pago os prejuízos? Quem “houvera de pagar”?
Cara alegre e sigamos a ir lá pois este ano até vamos ter os “Vaya com Dios”. O que é preciso é festa!!
Perguntar-me-ão o porquê desta conversa toda se eu pago, não refilo e continuo a ir lá?
Respondo com outra pergunta: o que aconteceria se tamanho “despifarro”, como dizem os espanhóis, acontecesse aqui na nossa terra? Quanto barulho se fez antes, durante e após o pseudo-espectáculo da Floribela ( que eu não suporto em abono da verdade ) porque o pavilhão estava meio cheio ou meio vazio? E o dinheiro que se gasta neste ou naquele espectáculo para os “velhinhos”, para os “pimbas” ou para a rapaziada nova?
Sei que dirão que ao Crato só vão estrelas e que aqui a Elvas só vem a pimbalhada. Mas será que a população está disposta a suportar tamanho gastadeiro de dinheiro?
Enquanto se resolvem ou não resolvem como por cá se diz, vamos aproveitando as Festas do Crato que são pagas com o meu(nosso) dinheiro.
Jacinto César
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