Hoje todas as conversas têm ido parar ao mesmo tema: Bento XVI.
Em algumas acabei por ficar magoado pela intolerância que pensava eu, não existir. Santa inocência a minha tendo a idade que tenho.
Toda a minha vida foi pautada pela tolerância a todos os níveis. Cometi erros na juventude, alguns dos quais hoje me arrependo, mas conforto-me com a ideia que foram cometidos numa idade em que todos os cometemos, além de ter atravessado essa idade, primeiro com uma guerra e depois com uma revolução.
Mas mesmo com todos esses erros, considero que sempre fui uma pessoa respeitadora dos direitos dos outros e das suas liberdades. Sou tolerante em todos os aspectos, havendo uma única excepção: a estupidez.
Vem isto tudo a propósito dos mais variados comentários que já hoje ouvi sobre a visita do Santo Padre a Portugal.
- Quem é o Papa para receber tantas honrarias no nosso país?
- Como é que o país se pode dar ao luxo de gastar o que gasta com a visita Papal?
- Que isto hoje já parece os tempos do salazarismo, porque, desde que o Benfica seja campeão e o Papa venha a Portugal, o povo fica contente e esquece-se dos problemas graves que assolam o país!
- Que todo o cerimonial mais parece um Carnaval opulento.
Será que é possível cair-se ainda mais baixo? Será que só agora é que os detractores da Igreja se lembraram dos males do nosso país? Ou será que vivemos numa cegueira colectiva e só “um milagre” do Papa nos pôs a ver?
Está a acontecer um fenómeno para o qual não consigo arranjar explicação. Dá a ideia de quem ouve falar certas pessoas que a religião é culpada de tudo, ou por outras palavras, é o ópio do povo como diziam os marxistas.
Hoje todos os pretextos são bons para atacar a Igreja Católica. É o problema da pedofilia protagonizados por padres, como se este fenómeno não apanhasse toda a sociedade de uma forma transversal e como se os padres não fossem homens iguais aos outros e como tal capazes do bem e do mal. É a hipocrisia total. Seria muito bom que algumas pessoas olhassem mais para dentro de si próprias e não tanto para os que os outros fazem. É o falso moralismo tão querido do povo americano, que são capazes de matar, esfolar e eu sei lá que mais sem se condenar e depois martirizam um jogador de golfe porque deu umas facadas no casamento.
Que raio de mundo em que vivemos. Toda a gente condena os alemães pelo que fizeram aos judeus, pelas perseguições que foram alvo e pelo fim trágico a que os condenaram. E são precisamente essas mesmas pessoas que hoje perseguem os padres porque são pedófilos. Resumindo, de mansinho estão a fazer à Igreja os que os nazis fizeram aos judeus. Já só falta começarem a prendê-los a todos e depois levarem-nos para um campo de concentração.
Mas afinal onde é que para a tolerância que se fala tanto ser apanágio do povo português?
Hoje fiquei muito triste com o que ouvi por aí.
Mas como sou assim e nunca tive medo algum do que quer que seja, quero hoje aqui reafirmar uma coisa: SOU CATÓLICO E DOU AS BOAS VINDAS AO SANTO PADRE.
Quem não me aceitar assim só tem que fazer uma coisa: mude de canal.
Jacinto César
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