Longe de mim querer aqui fazer a apologia do uso de drogas, sejam lá elas quais forem. Sou e sempre fui contra a sua utilização seja lá pelos motivos que forem. Já nos bastam as drogas legais (o tabaco e o álcool) cujo consumo tem aumentado imenso, quanto mais “as outras”.
Nestes últimos dias e como é costume todos os anos, milhares de estudantes deslocam-se para Espanha para as habituais viagens de finalistas. Como também é costume, estes, entregam-se a todos os tipos de excessos e para a festa ser completa usam todos e tipos de drogas e de bebidas alcoólicas. Está mal, mas no limite até posso compreender. Quem não fez asneiras com estas idades que atire a primeira pedra, o que não signifique que não condene.
Para evitar a passagem de drogas nos autocarros, a GNR montou uma operação gigantesca nas 3 principais fronteiras terrestres do país. Autocarros e bagagens foram passados a pente fino e como tal foram encontradas e apreendidas centenas de doses das mais variadas substâncias. Alguns alunos foram também detidos.
A pergunta que me ressalta é a seguinte: quantos agentes da GNR foram mobilizados para uma operação destas? Muitos certamente.
E se esses agentes (que não são culpados) em lugar de perderem tempo a ver da raia miúda se dedicassem a encontrar e por atrás das grades a raia graúda?
Não é que isto me faz lembrar que só é ladrão aquele que rouba meia dúzia de tostões e que fatalmente vai parar à cadeia e aquele que rouba milhões sai sempre impune?
Todos nós sabemos que há no nosso país gente grande que se dedica “à importação” destas substâncias. Quantos são os que já vimos atrás das grades? Até neste “assunto” os grandes continuam grandes e os pequenos não passam disso mesmo.
Nota 1 – Não estou de modo algum a apontar o dedo às forças de segurança, mas sim a quem as comanda e a quem lhes ordena que procedam deste ou daquele modo. Como sempre o “trabalhador” é que tem pouca produtividade e quem “manda” é que sabe como se faz!
Nota 2 – Esta segunda nota dirige-se ao nosso comentador Leiras. Como deve ter compreendido não serviu o meu recado de ontem para apontar o dedo aos agentes da PSP, mas sim a quem organizou a prova. Haveria de certeza outros trajectos menos problemáticos. Os agentes como sempre, limitam-se a cumprir ordens, mas também são sempre eles os bodes expiatórios de quando as coisas correm mal. Eu como agente, mas do ensino, já estou habituado a ter as costas largas e a pagar com as culpas de tudo o que de mau acontece. É a sina de muita gente.
Jacinto César
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