O ilusionista Luís de Matos foi recentemente condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique e como tal passou a ser Comendador. A partir de agora, espectáculo onde o dito apareça, todos os outros têm que de se reduzir à sua insignificância dado o facto de ser Comendador. E mais nada.
Isto vem a propósito do Senhor Vereador José Almeida num discurso proferido recentemente numa patuscada promovida pela Liga dos Combatentes se ter referido a mim mais uma vez com o argumento de ter faltado ao respeito à Senhora Vice-Presidente da CME, Dr.ª Elsa Grilo.
O senhor deve ter pesadelos comigo. Onde é que alguma vez faltei ao respeito à Dr.ª Elsa Grilo, ou até menos correcto?
Tem piada, quando a senhora era tratada em público por alguém da nossa praça por “Elsa Rameirinha” e outros epítetos, nunca o ouvi num discurso atacar tal pessoa. Mas se perguntar à visada, ela dir-lhe-á quem é que saiu sempre em sua defesa. Neste e noutros casos conhecidos do público. Uma coisa são as divergências políticas, outra é a defesa da dignidade de alguém.
Pois bem, é verdade que aqui há uns tempos atrás critiquei a Dr.ª Elsa Grilo pelo facto de ter escrito que "onde há Comendadores, não passam Presidentes nem Vice-Presidentes à frente". Critiquei e bem. Ser-se Comendador, não é ter-se nenhum posto hierárquico. É tão simplesmente uma condecoração que reconhece o mérito de uma pessoa numa determinada actividade e mais nada. O ser-se Comendador não lhe dá o direito de como vereador passar por cima de um Presidente ou de um Vice-Presidente. E é isso que o Senhor Vereador não suporta: é o facto de alguém chamar os “burros pelos nomes” e não andar atrás de si armado em lambe-botas.
Aquilo que o senhor disse de mim em público merecia que eu fizesse aquilo que gosta tanto de fazer e que é uma ameaça de me levar a tribunal. O senhor difamou-me. Claro que uma difamação pública produzida por um Comendador não tem a mínima importância.
Sabe uma coisa? Sou amigo do Luís de Matos e estou tentado a pedir-lhe que faça um truque para que o mantenha na sua casa das Chochinhas a tempo inteiro a tratar do seu Jardim Zoológico e da sua horta.
Senhor Comendador, as minhas saudações.
Jacinto César
Para não sermos parecidos com o velho Oeste Americano, terra sem lei e que imperava a vontade do mais forte, de há séculos a esta parte que se fizeram as primeiras leis (os chamados Forais). A partir daí as leis foram evoluindo até se chegar à primeira Carta Constitucional. Se os cidadãos tinham que cumprir as leis senão eram penalizados pela Justiça, o Estado também tinha as suas obrigações e regras a cumprir.
Se as Constituições eram melhores ou piores, ao ponto de até permitirem que tivéssemos vivido durante 40 anos à sombra de uma ditadura, eram os políticos eleitos ou não que as produziam. Com base nelas, fizemos guerras, assinamos a paz, produziram-se tratados e um cem número de mais coisas. Eram as leis de então, que se tinham que cumprir e as forças judiciais e policiais fazê-las cumprir.
Já depois de se ter dado o 25 de Abril, foi feita a primeira Constituição dita democrática e que foi sendo alterada com as necessidades da evolução dos tempos.
Mas aonde quero eu chegar com tudo isto?
Vamos imaginar que eu transgredi a lei. Fui apanhado e vou a julgamento. Mas como sou um tipo poderoso e com muitos amigos, punha-os a pressionar o Juiz que me ia julgar no sentido de obter uma absolvição. Claro que seria uma situação intolerável para com os outros cidadãos que tinham cometido a mesma transgressão e intolerável para a sociedade que se diz evoluída.
Pois bem, existe uma Constituição que além de outros atributos, está feita para fiscalizar os actos de quem nos governa. E para julgar esses actos existe um Tribunal Constitucional.
Se os actos do governo vão contra as leis, o Tribunal só tem que cumprir a dita Constituição e mais nada.
Agora o que acho intolerável, ou mesmo vergonhoso, é um governo que pressiona e até se dá ao luxo de fazer chantagem sobre os Juízes para que dêem o seu visto bom a leis que ferem os preceitos constitucionais.
Mas ainda o mais irónico da situação, é que a maioria dos juízes desse mesmo tribunal foram escolhidos pela actual maioria. Se a maioria fosse da oposição então não faltaria.
Resumindo, o actual governo quer à viva força governar contra a lei quando lhes convém.
Se acham que a Constituição não está adaptada aos tempos que correm, o que é que os impede de a alterarem? Pois, é a maioria de dois terços e essa não se obtém assim do pé para a mão.
Senhor Primeiro-Ministro, se acha que não consegue governar bem com a actual Constituição, e para não ser um fora-da-lei, só tem que fazer uma coisa: DEMITA-SE.
Jacinto César
Não podia deixar passar o que para mim é uma data histórica e que marcou o princípio do fim de uma época negra da história da Humanidade.
Faz hoje 70 anos que se deu o chamado DIA-D, ou seja, a invasão da Normandia que permitiu quilómetro a quilómetro chegar a Berlim e pôr fim a um dos regimes mais hediondos da nossa história recente.
Foi o fim de uma tirania que levou à morte milhões de pessoas, o chamado Holocausto, e por mais incrível que pareça, há hoje movimentos que afirmam que este não passou de uma invenção. Onde chegámos nós.
Mas quando se fala do regime nazi e das atrocidades que cometeu, é bom também lembrar que não foi só este a fazê-lo. Há outro de quem pouco se fala e que também matou milhões e que talvez por conveniência ideológica, se vão esquecendo de falar: trata-se de José Estaline.
O problema para mim consiste no facto de que ambos os países (falo da Alemanha e da Rússia) não terem ainda perdido as esperanças de dominar a Europa.
Em primeiro lugar vem a Alemanha, que sendo mais civilizada, mudou de táctica: não conseguiram dominar pela força das armas, então vão tentar dominar pela força do vil metal. E eles aí estão. Basta olhar para os números da economia deles e depois olhar para os de todos os outros países da Europa. E o que mais me incomoda é a falta de solidariedade da Alemanha e alguns satélites nórdicos para com os mais débeis da Europa, quando eles foram os causadores da catástrofe que foi a II Guerra Mundial e depois de terem ficado arruinados, foram os principais beneficiados da solidariedade dos outros países.
Em relação à Rússia, que é hoje uma pretensa democracia, ainda não perdeu também a esperança de reunir outra vez sobre a sua bandeira os antigos países da União Soviética. Veja-se o que se passa na Ucrânia.
Será bom não esquecermos estes factos e estarmos alerta para o que possa vir aí.
Nota final – Faz hoje precisamente 20 anos que estava na Normandia onde se comemoravam os 50 anos da invasão.
Jacinto César
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