Caros amigos
Mais uma vez e por motivos meramente pessoais vejo-me obrigado a parar.
Jacinto César
Nota introdutória – Em relação ao meu texto de ontem, houve muita gente que me perguntou se agora me preocupava com a música pimba e seus intérpretes. Quero somente acrescentar que o “Tony” a que me refiro, bem como à “orquestra e coro” e à “família” nada tem a ver com o verdadeiro Tony Carreira. Entendam como quiserem!
Nestes últimos tempos a segurança em Elvas tem andado pelas ruas da amargura e não sei a quem deva apontar o dedo, mas o que é certo é que as pessoas se sentem inseguras mesmo dentro das próprias casas.
Acho que é uma boa altura de retomar o tema que aqui há uns tempos atrás aqui trouxe e que se referia à vigilância electrónica das ruas.
Sei que muitas pessoas não vêem com bons olhos este tema, mas o Big Brother está presente nas nossas vidas a todo momento. Fazemos uma compra com o cartão multibanco, levantamos dinheiro numa caixa, entramos num banco ou numa loja, passamos por uma auto-estrada, fazemos um telefonema do telemóvel, etc, etc, e logo se sabe onde andámos e o que fizemos. Perante isto, não vejo qual seja o problema de sermos filmados nas ruas. Costuma dizer-se que quem não deve, não teme e é verdade. Não vejo problema algum que as ruas da cidade estejam monitorizadas por vídeo vigilância, sendo que esta não serve somente para detectar qualquer infracção à lei, mas como fundamentalmente serve como meio de dissuasão.
Que ninguém me venha dizer que os habitantes de Londres estão insatisfeitos com a maior rede de vídeo vigilância que existe em todo o mundo, porque não estão. Mais, gostava que alguém me dissesse que viu em Londres um polícia armado, pois não existem. Mas o que é certo é que ao primeiro sinal de alarme do sistema, a forças da ordem aparecem em minutos.
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Elvas: e que tal pensar no assunto? Tem dúvidas? Faça-se um referendo municipal e aí essas dúvidas ficarão esclarecidas. Quando se trata da nossa segurança e da dos nossos, para mim tudo está bem.
Jacinto César
Oh Tony, a tua música já me começa a aborrecer. Ainda não entendeste que o pessoal está farto? É sempre a mesma lengalenga. Sei que tens ainda o apoio dos teus fans incondicionais. Sei que tens uma orquestra e um coro que não te largam e continuam afinados. Mas bolas, estás passado. Estás velho. Já não tens o vigor de antigamente. Resumindo arruma as botas. Tens os teus filhos que já aprenderam a cantar, mas tu insistes em ser o chefe da banda. Deixa-os crescer. Deixa-os ter a sua carreira própria. Mas não. Insistes em ter sempre o microfone na mão e cantares mais uma música que todos nós conhecemos de cor e salteado e de que estamos fartos. Porque não te retiras antes de chegares ao ponto de te arrastares pelos palcos e qualquer dia começares a ser apupado? Andas há vinte anos a dar-nos música. Uns gostam mais do que outros, mas a verdade é que produziste uma obra que vai ficar a marcar uma época. Mas os tempos agora são outros e outros cantores aparecem. Parafraseando D. Juan Carlos, “¿Por qué no te callas?”
Jacinto César
Se Portugal foi o 1º país do mundo a abolir a escravatura, fomos agora dos primeiros a tornarmo-nos escravos dum mundo cada vez mais global.
Portugal não pode fazer isto porque o parecer de X não permite! Portugal não pode fazer o outro porque Y acha que não devemos fazer. E assim sucessivamente. Começo a ter saudades do Escudo, que de uma forma ou outra nos mantinha independentes. Poderíamos estar pior. Acredito. Mas éramos nós a decidir o nosso destino. Resumindo, passamos de um país esclavagista para um país escravo e refém de meia dúzia de instituições internacionais que decidem o destino não só de nós como do mundo inteiro.
Quando hoje se fala que Obama é o homem mais poderoso do mundo, será que isso corresponde mesmo à verdade? Eu não acredito! Acredito sim que há meia dúzia de senhores que pouco ou nada se sabe deles que decidem o que se deve fazer ou não fazer. Parece uma teoria da conspiração, mas muito real.
Na semana passada a UE detectou uma série de erros graves nos métodos usados pelas agências de rating mais poderosas. A Comissão bem berrou. Mas algo mudou? A mesma comissão detectou que as soluções adoptadas pelo FMI para Portugal não eram as correctas e mandou que se fizesse uma comissão de inquérito para estudar o assunto. Alguém já viu os resultados? Eu não.
Dantes eram as pessoas que eram escravas. Hoje escravizam-se países. Ou será que estou enganado? Mas o que mais me preocupa é como é que tudo isto vai acabar. E o pior, é que se acabar, não vai ser da melhor maneira.
Jacinto César
Penso que a grande maioria dos elvenses desconhece a existência deste nosso conterrâneo, que lá longe em terras brasileiras faz sucesso em termos artísticos. Estou-me a referir ao Arq. Alberto Cidraes. Talvez não seja a pessoa indicada para falar dos seus trabalhos, mas como sempre costumo dizer, a arte para mim é boa ou má, seja de que espécie for, desde que me agrade ou não à vista.
Neste momento encontra-se em Portugal a dirigir um workshop em Montemor-o-Novo e para a semana vai estar em Elvas.
Tenho-me correspondido regularmente com ele, e sempre me tem manifestado a vontade nunca concretizada de expor na sua terra natal. Vamos lá ver se desta vez e nos próximos tempos vamos conseguir reunir uma série de boas vontades para que finalmente consiga realizar o seu sonho, mais que merecido. Para nós elveses seria uma honra.
Deixo-vos aqui um resumo da sua biografia:
Após estudar arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, Alberto Cidraes recebeu uma bolsa de estudos do governo japonês para fazer pesquisa de pós-graduação na Universidade de Kyushu. As suas investigações versariam a habitação tradicional e a arquitectura de madeira no Japão. Influenciado por um de seus professores, em 1972 começa a envolver-se com a arte cerâmica visitando aldeias do interior do Japão e frequentando ateliers de vários ceramistas. No ano seguinte transfere-se para o Brasil, instalando-se primeiramente em São Paulo e, depois, para Salvador. A permanência na Bahia é breve, mas suficiente para que formasse, com outros três artistas, o grupo Takê (bambu, em japonês). Por um período o grupo cuidou de criar objectos de som fazendo uso de bambu, ossos e outros materiais naturais reaproveitados. Da Ilha de Itaparica para São Paulo, monta seu atelier no ex-matadouro de Cunha.
Da obra que conheço deste nosso conterrâneo gostaria de destacar uma colecção de cerâmicas cujo tema é “os guerreiros” e que me enche o olho. Deixo aqui alguns exemplos da sua arte.
Uma boa semana para todos
Jacinto César
Que mais se pode dizer mais de Mandela que já não se tenha dito? Por mim a única coisa que tenho a acrescentar é o facto ter sido sempre um modelo de verticalidade, de ética e de honestidade que deveria servir de exemplo a muitos (quase todos) políticos. O homem que depois de 27 anos de prisão sai de lá sem ódios nem rancores e consegue por fim ao apartheid sem um banho de sangue, tem que se lhe diga. Enfim, morreu um dos meus ídolos do século XX.
Mas quero acrescentar qualquer coisa muito pouco divulgada. Porque será? Cada um que tire as conclusões que entender.
Então é assim: em 1987 as Nações Unidas aprovaram uma moção de solidariedade com a luta pelo fim do regime do Apartheid na África do Sul. A votação foi expressiva, mas não unânime. Contra os 129 votos a favor da moção, foram registadas 22 abstenções e três votos contra. Estados Unidos, de Ronald Reagan, Inglaterra, de Margaret Thatcher, e Portugal, onde Cavaco Silva era primeiro-ministro e João de Deus Pinheiro ministro dos negócios estrangeiros, foram os únicos votos contra. Dá que pensar.
Um bom fim-de-semana para todos
Jacinto César
Há uns dias atrás e nas minhas habituais “voltinhas”, voltei a passar na muralha por cima da cisterna. Por mero acaso havia um grupo de espanhóis a fazer o mesmo percurso que eu. Para dizer a verdade, senti vergonha dos comentários que ouvi em relação aos velhos depósitos metálicos que ali se encontram.
Já falei aqui inúmeras vezes sobre o assunto, mas pelos vistos as autoridades municipais continuam a fazer ouvidos moucos e a manterem “aquela peça rara” no local.
Já aqui dei a sugestão de venderem aquilo a um sucateiro a preço de saldo na condição de levarem dali tal monstro. Nada.
Se a câmara não tem disponibilidade para fazer tal serviço, basta permitirem-me, que eu encarrego-me de arranjar alguém que tire dali tal objecto pré-histórico e o dinheiro que sobrar entrego-o à câmara. Até ao último cêntimo.
Acho que as muralhas se sentem humilhadas de carregarem em cima de si tal objecto.
Senhor Presidente: perca lá 5 minutos do seu tempo para resolver tal assunto que nos envergonha a todos.
PS – Para o caso de não conhecerem, coisa que não acredito, têm aqui o desenho original.
Jacinto César
Ele há dias assim e ontem, foi um deles. A todos já aconteceu andarem em busca de qualquer coisa, que acabaram por não encontrar, mas em compensação encontraram outra que já nem se lembravam dela.
Quem viaja pelo mundo da net está sujeito a que lhe aconteça exactamente o mesmo.
Ontem à noite andava eu à procura de uma coisa que me fazia falta e de repente dou de caras com isto que vos estou a mostrar. Acabei por ir investigar o achado e acabei por encontrar uma série de coisas interessantes sobre a nossa cidade vista pelos olhos de alguém que não é de cá.
Não entendo nada de arte, ou seja, para mim arte é tudo aquilo que me é agradável aos meus olhos, o que não quer dizer que o seja para os outros. Esta deveria ser a representação do belo, mas até este conceito é subjectivo. Não quis no entanto deixar de mostrar aqui como uma pessoa de Lisboa vê Elvas.
O autor, André Letria, possuidor de um curriculum invejável é o autor destas imagens que se seguem e que para mim constituíram uma agradável surpresa.
Nota – Fica aqui para quem queira conhecer melhor o autor o link do seu site: http://andreletria.pt/ Nasceu em Lisboa, em 1973. Trabalha como ilustrador desde 1992. Ganhou o Prémio Gulbenkian, o Prémio Nacional de Ilustração, um Award of Excellence for Illustration, atribuido pela Society for News Design (EUA), medalhas de prata e bronze do Children’s Book Annual, da revista americana 3×3, entre outros. Tem livros publicados em diversos países, como EUA, Brasil, Espanha ou Itália. Participou em exposições como a Bienal de Bratislava,a Exposição de Ilustradores da Feira de Bolonha, Sarmede ou Ilustrarte. Realizou filmes de animação e fez cenários para teatro. Foi membro do Júri do Prémio Digital da Feira do Livro Infantil de Bolonha. Em 2010, criou o Pato Lógico.
Todos os elvenses ficaram satisfeitos com a passagem do Forte da Graça para a tutela da CME porque muitos sabiam que se assim fosse o forte iria ser recuperado. Penso que mais satisfeitos ficaram quando souberam que o início das obras se prevêem começar no princípio do próximo ano e que terão a sua conclusão se tudo correr bem lá para 2015. Eu pela parte que me diz respeito estou mais que feliz com o desenlace dum problema que teimosamente não se resolvia. Resolveu. Ponto final.
Perante isto que acabei de dizer, gostaria de propor à CME o seguinte: que as rotundas junto aos Arcos das Amoreiras e a do cruzamento da estrada para Portalegre se lhe dessem os nomes de Conde de Lippe e Tenente-General Valleré em homenagem aos homens que planearam e construíram a NOSSA JÓIA.
Agora que irá voltar a ter a dignidade de antigamente seria justo que se prestasse a merecida homenagem a estes Homens.
Jacinto César
Acabei de ser informado que cometi uma gafe ao fiar-me na notícia do Linhas de Elvas em que dava conta da presença dos presidentes das câmaras abrangidas pelo Hospital de Santa Luzia para tratarem dos problemas surgidos com este.
Efectivamente o Presidente da Câmara Municipal de Elvas esteve presente no início da reunião e foram motivos de força maior que o levaram a ausentar-se e a deixá-lo a representar o vereador com o pelouro da saúde.
Quero ainda acrescentar que afinal na referida reunião não estavam só presidentes de câmara, mas também alguns representantes destes.
Por ser verdade aqui fica a rectificação e as minhas desculpas aos visados, mas acabei por ser vítima também de uma notícia que não correspondia à verdade.
Jacinto César
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