De vez em quando surgem notícias que têm o condão de nos deixar mal dispostos. Neste role encontra-se uma que me deixou de cabelos em pé. É assim então: um jovem de 16 anos assaltou um distribuidor de pizas e roubou umas quantas cujo valor foi de 34 Euros. O dito jovem foi apanhado por ter cometido um crime. Muito bem. Só que, rapidamente foi julgado. E que julgamento, com um colectivo de 3 juízes, que custaram uns milhares de euros aos bolsos dos contribuintes.
Se fosse aqui há uns quantos anos atrás, o rapaz era apanhado pela polícia, era levado até à esquadra, levava uns quantos tabefes, o pai pagava e quando chegasse a casa levava uma sova e tudo ficava resolvido.
Bolas, mas se um polícia hoje, tem o “descaramento” de dar um estalo a um gaiato por qualquer parvoeira, está bem tramado. Vem a SIC mais a TVI e fazem a “folha” ao desgraçado.
Mas agora surge-me uma dúvida: e aqueles roubam não 34 euros, mas 34 milhões? São apanhados e julgados assim tão rapidamente? Repõem rapidamente o que roubaram? Claro que não, basta lembrarmo-nos do caso BPN e do celebérrimo Isaltino de Morais e companhia.
Haja justiça e bom fim-de-semana para todos.
Jacinto César
De vez em quando e sabe-se lá porquê, volta ás notícias do órgãos de comunicação social este ou aquele massacre em vários países no passado e alguns que vão ocorrendo na actualidade. Não me recordo, mas posso estar enganado, de ouvir ou ler qualquer coisa sobre um massacre terrível que houve na primeira década do século 20 e que foi feito sobre o povo da Arménia e perpetrado pelos turcos. Morreram centenas de milhares de pessoas, incluindo velhos, mulheres e crianças com o objectivo nítido de exterminar esta população do antigo Império Otomano. Talvez aconteça isto com a conveniência política hipócrita de “puxar” a Turquia para a Europa.
Isto vem tudo a propósito dos dois últimos livros escritos por José Rodrigues dos Santos, “O homem de Constantinopla” e o “Um Milionário de Lisboa” que nas suas mil páginas (que se lêem enquanto o diabo esfrega um olho) conta a história de um homem que todos nós conhecemos e que é Calouste Gulbenkian, também conhecido pelo Senhor 5%. Arménio de nascimento conseguiu escapar-se aos referidos massacres tendo fugido para o Ocidente, sendo em meados do século 20 o homem mais rico do mundo em virtude dos 5% que tinha em várias companhias petrolíferas. Tendo sido um homem que admirava a beleza, foi adquirindo ao longo da vida uma notável colecção de obras de arte. Nos anos 50 do século passado acabou por vir parar a Lisboa e depois de um episódio caricato acabou por conhecer Salazar de quem se tornou amigo. A velha raposa acabou por o convencer a viver em Portugal onde viria a morrer. A Fundação que todos nós conhecemos transformou-se num mundo, que além de ser possuidora de uma vasta colecção de arte no seu Museu em Lisboa, subsidia tudo o que se relaciona com a arte, os livros, a saúde e a investigação científica.
Os livros de Rodrigues dos Santos, na linha dos que anteriormente publicou, podem não primar pela erudição, mas todos eles abordam de uma forma séria e honesta até à exaustão a história de certos acontecimentos, sendo eu testemunha disso mesmo no seu livro “O Anjo Branco” que retrata Moçambique no tempo da Guerra Colonial tal como conheci nos pormenores mais insignificantes (a descrição que faz da cidade de Tete é absolutamente fantástica).
Para quem gosta de ler, vale a pena “atirar-se” a estes livros. Só têm um defeito: quando os começamos a ler já não descansamos enquanto não os acabarmos.
Boas leituras.
Jacinto César
Ontem li uma coisa que me deixou chocado e ao mesmo tempo alarmado.
Um boletim emitido pela Organização Mundial de Saúde dava conta que o número de novas infecções com o vírus da SIDA tinha aumentado desmesuradamente na Grécia neste último ano. O problema não é bem o número, mas as razões para que tal acontecesse. Há gregos que se estão a infectar propositadamente com o vírus para terem direito a subsídio estatal de 700 € mensais.
Bem, os estes gregos não querem mesmo fazer nada e sujeitam-se a isto ou o desespero já é tão grande que recorrem a tudo para poderem sobreviver. Mal por mal gostaria que fosse a primeira hipótese, mas pelo que li parece-me que é mais a segunda.
A semana passada li que em Portugal há muitos presos que já cumpriram a pena, mas que se recusam a sair por não terem meios de subsistência. Se são obrigados, pegam numa pedra e partem a primeira montra que encontram e estão dentro novamente.
Mas é isto o progresso da civilização Ocidental ou será que entrámos em decadência?
A pergunta que deixo é a seguinte: para onde é que caminhamos?
Jacinto César
Para quem viu o filme “A balada de Narayama” ficou a saber o que é que os japoneses faziam aos velhos: davam-lhe uma manta e um pão e largavam-no numa montanha à sua sorte. Os índios americanos faziam exactamente o mesmo.
Como eles eram inteligentes!
Mas para que servem os velhos no nosso país? Para nada! Só para dar despesas e trabalhos aos novos. Resumindo: são uns inúteis e não servem para nada. Assim sendo vou enviar ao governo alguns pontos que penso que seriam úteis para o OE e ao mesmo tempo seriam medidas que fariam descer significativamente o défice do país.
1 – Qualquer pessoa quando perder o prazo de validade é posta fora do trabalho sem direito a reforma ou qualquer subsídio;
2 – Qualquer pessoa que deixe de trabalhar por velhice não tem direito a ter cuidados de saúde e ser-lhe-iam vedadas a compra de medicamentos, a não ser que sejam ricos e paguem tudo do seu bolso;
3 – Todos aqueles que não tivessem meios seriam levados, por exemplo, para o Forte da Graça e ali abandonados com uma manta e um pão, já que o forte não serve para nada e tem algumas tradições neste assunto.
Para que servem então os velhos? Para inundar as pastelarias onde tiram o lugar aos novos? Para ocuparem os bancos da Praça da República onde poderiam estar sentadas as pessoas úteis à sociedade?
Resumindo, são uns parasitas, uns inúteis e como tal dispensáveis.
Odeio velhos
Alto lá! Bolas, eu também já estou velho. Retiro tudo o que disse.
Jacinto César
Exmo. Senhor
Venho por este meio e em nome do Príncipe York agradecer a recepção que lhe foi feita na Câmara Municipal de Elvas e a visita que lhe proporcionou ao Forte da Graça na companhia do Prof. Doutor Domingos Bucho.
O Príncipe pediu-me que lhe transmitisse os seus agradecimentos e manifestou o interesse de continuar os contactos com V. Exª para futuras iniciativas entre as quais destaco a geminação entre o Forte da Graça e o Forte de Wilhelmstein na Alemanha. Comunicou-me também que brevemente voltará à nossa cidade para lhe propor outras ideias e projectos, para os quais vai contar com a colaboração de V. Exª.
Os meus respeitosos cumprimentos
Jacinto César
PS – Caro Nuno, não te vou perdoar a “patifaria” que me fizeste ao antecipar-te na oferta da moeda comemorativa do Forte de Lippe.
Jacinto
Estamos de volta
Nota – Depois do susto que apanhei com a doença da minha filha e a falta de disposição para escrever, retomamos hoje a nossa actividade. Para comemorar, criámos também um novo “look”.
Foi com uma satisfação enorme que concretizei aquilo a que me tinha proposto e que era a visita ao Forte da Graça (Forte de Lippe) do tetraneto daquele que o desenhou e ajudou a que hoje Portugal seja um país independente. Depois de algumas tentativas goradas, desta vez aconteceu mesmo.
Foi uma grande emoção para o Príncipe a visita ao forte. Posso dizer mesmo que em determinada altura lhe vi uma lágrima no olho. Para mim foi também um momento de grande orgulho ter-lhe proporcionado esses momentos.
Convivi com ele três dias que irei guardar na minha memória para sempre.
Pessoa de uma simplicidade extraordinária e de um trato muito agradável, fez com que toda a visita se tornasse muito fácil para mim que era o anfitrião (diga-se em abono da verdade que os dias anteriores foram para mim quase de pânico já que não fazia ideia de quem ia ter pela frente, apesar de já nos correspondermos quase há um ano).
Neste momento o que posso acrescentar em concreto é a enorme vontade dele em voltar novamente no princípio do verão do próximo ano, além de uma série de projectos que tem em mente.
Quero também acrescentar uma palavra em relação à sua esposa, mulher também de um trato extraordinário e de uma enorme simpatia.
A última palavra vai para o agradecimento público à minha esposa, que sem ela tudo teria sido muito mais difícil de concretizar, já que foi sempre ela a tradutora da minha correspondência com o príncipe e que nestes dias esteve sempre a meu lado.
Elvas merece que se faça tudo por ela e acredito que o Príncipe York Lippe irá contribuir em muito para que o nome da nossa cidade corra mundo e saia beneficiada com a sua visita e com as iniciativas que ele irá tomar.
Caro York, um grande obrigado em nome dos elvenses. Aqui nos voltaremos a encontrar brevemente.
Jacinto César
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