Faz exactamente hoje 5 anos que metemos mãos à obra de manifestarmos as nossas opiniões sobre tudo o que nos rodeia, dando cumprimento àquilo que consideramos o nosso dever de cidadania.
Se é verdade que têm havido muitos dias que nos têm faltado forças para suportar esta tarefa, incompreensões, ofensas e maledicência, outros há que nos dá imensa satisfação de verificarmos que as nossas opiniões contam para alguma coisa.
Despoletámos imensas controvérsias, levantámos imensos problemas, pusemos a debate um sem número de temas, mas sempre com um objectivo: defender os interesses de Elvas e dos seus cidadãos e do nosso querido país.
Errámos muitas vezes, é certo, mas o maior erro que cometemos foi o de permitir que por vezes os comentários que aqui se fizeram atingissem as raias da falta de educação e da ofensa, erro esse que foi emendado, tarde mas foi.
Sempre nos norteou a independência e quiçá por isso sofremos muitas vezes as consequências ao serem-nos atiradas pedras de todo o lado. Considero isso no entanto uma honra, já que demonstra que somos independentes de qualquer força partidária. Criticamos tudo aquilo que nos parecia criticável, tivessem sido as críticas dirigidas a quem fossem já que não temos telhados de vidros. Nunca fizemos favores nem fretes a ninguém. Nunca ninguém nos comprou nem tão pouco alguma vez nos vendemos. Nunca pedimos favores a ninguém. É nisso que reside a nossa independência e é por isso que não que não nos podem atirar nada à cara. Esse é o grande problema da classe política elvense, pois se assim não fosse não teríamos moralidade alguma para falar e dizer aquilo que pensamos.
Mil e duzentos textos foram produzidos nestes últimos 5 anos. É obra! Mas não satisfazendo a vontade de muitos, vamos continuar. Os temas S. Mateus, Forte da Graça e demais património vão continuar a ser a coluna vertebral deste blogue. Não desistiremos nem que a “galinha tussa”. Estaremos presentes em “todas” nem que isso nos cause dissabores.
Resta-nos agradecer aos 325.000 leitores que nos acompanharam nestes anos, que ao fim e ao cabo, são a razão da nossa existência. Sem eles já teríamos desistido.
Obrigado a todos, mesmo para aqueles que não gostam de nós.
Jacinto César
Exmo. Senhor Presidente da CME
Foi com agrado que percorri o troço das nossas muralhas que foram restauradas depois de, pelos vistos, terem sido dados por concluídos os trabalhos.
Mais ou menos “à socapa” fui acompanhando as obras agora concluídas e gostei do que fui vendo. Mas como não há bela sem senão, gostaria de fazer aqui alguns reparos. A saber:
1- O passeio da ronda – O piso aparentemente ficou bom com o cascalho, apesar de não concordar com a sua impermeabilização, pelos mesmos motivos que não concordaria com a passagem de um tubo de plástico a passar por cima dos Arcos das Amoreiras. Aquelas construções necessitam de água sob pena de ressequirem e colapsarem. A humidade é fundamental para a sua sustentação. Ainda aqui notei outra falha e esta é a de falta de segurança: o caminho da ronda deveria ter levado um corrimão ou uma grade de protecção na parte lateral deste e que dá para o fosso. Qualquer criança encontra ali um bom local para andar de bicicleta. E se um dia um se desequilibra e vai parar ao fosso? E uma qualquer pessoa que se pode desequilibrar e cair lá para baixo? Não há nada nas técnicas de restauro que impeçam a colocação de uma protecção nestes casos, desde que tal protecção seja manifestamente contemporânea.
2- O fosso – Foi construído à sua volta um caminho ensaibrado que de uma forma geral permite as pessoas circular nele. Acontece que o espaço que vai deste caminho até aos panos de muralha ficaram de tal forma depois das obras, que quando se levanta um pouco de vento há pó por todo o lado. São toneladas de pó que ali há. Sempre pensei que o terreno fosse calcado ou levasse um tratamento qualquer para evitar que tal acontecesse.
3- Os bancos no passei da ronda – Gostei da solução, só que são um convite aos vândalos. É só lá passar e ver. Neste caso a solução só teria de ser uma e que passava por não ter lá colocado nada. Quem vem de fora vai com a ideia de que a população da cidade são uns porcos.
Com os meus cumprimentos
PS – Tal como já tinha dito, os comentários passaram a ser moderados. Desbloquearei todos os que não envolvam ofensas contra terceiros.
Jacinto César
Depois destes dias de interregno cá estamos nós outra a vez a incomodar, a chatear e se calhar a enfurecer alguns. Muita coisa se passou durante esta nossa ausência, mas vamos começar pelas agradáveis para não pensarem que volto mal disposto ou com a “telha”.
Comecemos então pelo acontecimento que nos está a entrar casa dentro a toda a hora: os Jogos Olímpicos. Antes da abertura oficial fui dar uma vista de olhos para recordar o que aconteceu em Pequim há quatro anos atrás. Se é verdade que os chineses conseguiram fazer um espectáculo onde a tradição, a beleza e a disciplina imperaram, os ingleses não se lhe ficaram atrás numa cerimónia muito diferente mas igualmente bela. Foi para mim e penso que para muita gente uma surpresa total o esquema montado a fugir à tradicional espectacularidade tecnológica (mas com recursos a ela), mas a um esquema quase que romântico da Inglaterra. Foi de verdade uma cerimónia fantástica que só poderia sair da cabeça de um homem do cinema. O desfile final, foi enfadonho como de costume.
Por hoje fico-me por aqui. Amanhã irei abordar a recuperação das Muralhas de Elvas.
Uma boa semana para todos.
Jacinto César
Costuma-se dizer que a liberdade de cada um acaba onde começa a de outro. E assim é.
Já há muito tempo que ando para fazer o que vou fazer hoje, com muita pena minha, mas tem que ser.
Sempre deixei que cada um fosse livre de comentar aquilo que escrevo da maneira que entendessem, mesmo que os comentários nada tivessem a ver com o que se escrevia. Não queria de modo algum que dissessem que usava o “lápis azul”.
Estive uns dias sem escrever e sem dar muita atenção ao que se comentava e foi o que se viu. Valeu tudo menos tirar olhos. Agora digo BASTA! Se quiserem comentar aqui terão que esperar que eu veja o que se escreveu. Se tiverem pressa então vão até ao FaceBook e escrevam lá. Ah pois, já me esquecia, ali têm que dar a cara, coisa que aqui não era necessário.
Deixo aqui um lamento, já que a grande maioria dos comentários vêm de pessoas que deveriam ser mais responsáveis do que são, principalmente dos seguidores dos vários clubes partidários da cidade. É vergonhoso aquilo que aqui se passou.
Se pretendiam que aqui deixasse de escrever e dar as minhas opiniões, enganaram-se. NÃO O VOU DEIXAR DE FAZER, doa a quem doer. A partir de agora é assim.
Passem bem
Jacinto César
Gostava hoje de poder simplesmente comunicar que vou uma semana de férias e desejar também a todos, uns bons dias de descanso.
Infelizmente fui apanhado pela notícia do falecimento de um HOMEM que marcou também a minha vida: refiro-me ao Prof. Dr. José Hermano Saraiva.
Não tenho a certeza se há adjectivos suficientes para classificar tal pessoa, mas há um que penso que é consensual: era um HOMEM!
Fui uns dos muitos que teve a felicidade de o ouvir ao vivo e com ele privar umas horas. Era um comunicador ímpar e um falador extraordinário.
Se é verdade que na década de 60/70 do século passado como político ficou muito a desejar, já que era Ministro da Educação quando no ano lectivo de 68/69 provocou aquilo que ficou chamada a “Crise académica de Coimbra”, não o poderemos jamais esquecer com tudo o que fez depois. Perdeu-se um dos maiores comunicadores do Séc. XX juntamente com o outro que também já partiu e que era Vitorino Nemésio.
A cultura portuguesa ficou irremediavelmente mais pobre.
PS – Apesar de ir de férias, a Tasca fica aberta, mas portem-se bem e não bebam demais. Umas boas férias para todos.
Jacinto César
Nestes últimos dias não tenho tido muito tempo para “alimentar” o blog. De modo que tenho publicado alguns textos escritos em “cima do joelho” para não faltar. Hoje é mais um desses dias, mas não queria de deixar aqui um tema para reflexão e que é a entrevista que D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas. Fiquei de boca aberta com a clareza das suas palavras e o seu desassombramento. É o que se costuma dizer, “tratar os bois pelos nomes”. Eu não sei qual a leitura que cada um dos leitores faz sobre o que o Bispo afirmou. Eu tenho a minha opinião que a ser verdade é preocupante.
O que D. Januário disse não acrescenta nada de novo aquilo que grande parte dos portugueses já sabe: o fenómeno crescente da corrupção. E o que é que me preocupa? O que ele afirmou desabridamente representa o seu pensamento ou será que representa o sentimento calado das nossas Forças Armadas? Será que ele disse aquilo que os outros não podem dizer devido à sua condição? Será que as suas palavras constituem um aviso a quem de direito?
Cada um de nós terá a sua opinião e fará a sua leitura das palavras proferidas, mas se o meu pressentimento for certo, é preocupante.
Esperemos para ver.
Jacinto Cesar
Já há uns tempos atrás trouxe aqui o resumo de uma carta de um alemão dirigida ao povo Grego e depois a resposta de um grego ao alemão. A referida resposta causou algum arrependimento por parte dos alemães em relação ao que pensavam sobre os helénicos. Há uns dias atrás voltei a ler sobre a não disposição dos alemães em ajudar os outros europeus em dificuldades. Dei comigo a pensar como é que os alemães se tinham posto de pé depois de terem ficado arrasados no final da 2ª Guerra Mundial. Mais ainda, como é que os alemães deixaram os países que invadiram e como é que estes também se conseguiram levantar?
Inevitavelmente fui parar ao Plano Marshall e acabei por dar-lhe uma leitura cruzada, retendo o principal.
Porventura alguém tem a noção de quem foi o principal benificiário do referido plano? A Alemanha.
Entre 1948 e 1951, entre empréstimos e doações aquele país recebeu mil e quinhentos milhões de dólares, que aos preços actuais é uma quantidade de dinheiro inimaginável. Resumindo, montaram uma guerra que envolveu inúmeros países, destruíram bens e
pessoas em quantidades nunca imagináveis e depois os EE. UU. para evitar que no pós-guerra caíssem na órbita da União Soviética, foram “brindados” com aquela ninharia de verbas para a sua reconstrução. O mesmo aconteceu aos países do centro da Europa.
Assim tendo acontecido ressalta-me uma pergunta: qual é a moralidade da Alemanha como país e como povo recusarem-se a ajudar os países que actualmente estão em dificuldades?
Todos sabemos que os países do sul da Europa, mais conhecidos por PIGE’s gastaram mais do que deviam e chegaram ao ponto a que chegamos hoje. E em que é que gastamos? Na maioria dos casos em artigos supérfluos (leia-se Mercedes, BMW, Audi, submarinos, etc.) comprados principalmente à Alemanha. É verdade que cometemos esse pecado! Mas tirando isto, fizemos mal a alguém? Destruímos alguma coisa? Subjugámos à força alguém? NÃO!
Sei que a grande maioria dos alemães actuais nada tem a ver com o que se passou então, mas o peso da história é muito grande e não se podem livrar assim dela e de todo o mal que causaram. Portugal neste momento e num passado recente não carrega ainda o peso do “colonialismo” às costas? Não estamos ainda a sofrer das consequências do nosso passado?
Talvez por uma questão de educação e de conhecer a história, nunca fui um grande fã daquele povo, mas agora começo quase a sentir uma certa raiva por eles. É verdade, cada vez que vejo e oiço a senhora Merkel, vejo nela uma carga de arrogância e desprezo pelos outros povos só comparado com o que fez certo “senhor”. Estou a olhar para ela e não consigo evitar ver a cara dela a transformar-se noutra cara sobejamente conhecida de todos.
A Europa não vai no bom caminho e isso pode ser perigoso. Façamos votos para que a história não se repita.
Jacinto César
Como todos sabemos, vivemos numa sociedade de consumo e assim sendo pergunto eu: para que precisamos dos velhos? Enquanto membros válidos da sociedade serviram, mas agora para que servem? Deitemo-los fora como se faz com tudo o resto.
Só dão despesa e trabalho a toda a gente. Quanto se pouparia em medicamentos que consomem às toneladas? Quanto se pouparia em médicos que tentam a todo o custo aumentar-lhes os anos de vida? E em lares de acolhimento? E em camas de hospital? Já repararam que se calhar quase não teríamos que pagar impostos?
Que desperdício de tempo e dinheiro. O governo que aprenda com os nossos antepassados e principalmente com os Índios Americanos e com os Japoneses. Quando já não eram necessários entregavam-nos à Mãe Natureza e ela que se encarregasse deles até ao suspiro final.
Mais, este era o processo mais fácil de equilibrarmos o défice e satisfazer os nossos amigos da UE, do FMI e restantes membros da Troika.
Temos é que apoiar aqueles que não querem trabalhar, que se poupam durante a vida para chegarem a velhos sem as maleitas próprias da idade. Estes de certeza que não terão problemas com a coluna nem de coração. Não terão tão pouco problemas com calos ou de vista. Destes é que precisamos e muitos.
Para quê desperdiçar 100, 200 ou 300 € que recebem daquela invenção tonta que se chama pensão? Eles de qualquer forma irão desta para a melhor por o dinheiro chegar somente para os medicamentos ou para a comida. Só têm que escolher se querem morrer de fome ou de doença e lentamente.
Acabemos com eles de uma vez por todas.
Calma lá, então e eu que também começo a estar velho? Primeira forma, como dizem os militares. Vamos lá mudar o discurso outra vez.
Uma boa semana para todos
Jacinto César
Se já antes o caso Sócrates me cheirou bastante mal, agora o caso Relvas ainda me cheira pior. Não, não é isso que estão a pensar, é o outro lado dos casos.
Se bem se lembram, no tempo no nosso “saudoso” Primeiro-Ministro o escândalo rebentou por causa da licenciatura tirada ao domingo e por correio. Todos nós andamos muito entretidos com o caso enquanto nas nossas costas se estava a desenhar o início do actual caos.
Hoje com o caso Relvas faz-me desconfiar também muito. Começou com as presumíveis pressões exercidas pelo dito sobra uma jornalista do Público. Gastaram-se rios de tinta para comentar o assunto, todos nós resmungámos e apelámos à liberdade de expressão. Mal tinha acabado (?) este caso logo rebentou outro ainda com maiores repercussões e que mobilizou a população em movimentos, petições públicas, grupos no Facebook, etc., etc. E pergunto eu: que é que se estará a preparar nas nossas costas neste momento? Que cozinhado se estará a preparar para nos servirem para nos darem este aperitivo?
Sei que alguns dirão que isto é a teoria da conspiração. Acredito. No entanto já me habituei de tal maneira ao sadismo dos nossos políticos que já desconfio de tudo e de todos. A política começa a parecer-se muito com aqueles jogos de guerra armados em cima de uma mesa pelos generais: damos aqueles soldadinhos de presente ao inimigo naquele local e nós atacamos em força no lado contrário.
Se é verdade que a idade nos vai tirando faculdades, em contrapartida dá-nos a experiência de vida o que faz que andemos sempre de pé atrás (caro Porto Editora, já aprendi a distinguir as palavras homófonas). Olho vivo e pé ligeiro é o que faz falta.
Jacinto César
Todo o elvense que conhece um pouco da história da nossa cidade sabe que em ternos de património medieval a cidade é pobre comparando-o com o património seiscentista, setecentista e oitocentista. Esse sim é o forte da nossa cidade em termos patrimoniais. A própria classificação dada a Elvas pela UNESCO é demonstrativa de tal facto. Com isto não quero desvalorizar de modo algum o património medieval que existeem Elvas. Massigamos.
Ontem fiz aqui uma proposta que me chegou de um amigo meu e que continuo a pensar ser bastante válida. Pelos comentários que me foram chegando e aqueles que apareceram no FaceBook, posso deduzir que a ideia é aceitável. Esqueci-me de nomear aqui algumas organizações elvenses que poderiam colaborar e que é o caso da Banda 14 de Janeiro. Mas isso é o menos importante. Importante sim, seria que a população aderisse em massa a um evento destes e quem o organizasse logo trataria de recolher as possíveis participações.
Mas o que me trás aqui hoje é uma ideia que deriva da exposta aqui ontem. E se em lugar de se fazer uma Feira Medieval, porque não fazer um Festival e Feira à moda do séc. XVI, XVII e XVII? Teria, penso eu, mais a ver com o património relevante da nossa cidade. Mais, poder-se-ia aproveitar a ocasião para fazer a comemoração dos 500 anos de elevação a cidade de Elvas.
Eu não sei o que é a Câmara Municipal tem pensado sobre este assunto, mas acho que 2013 deveria ser um ano especial para Elvas, podendo ainda esta comemoração servir como ponto alto das comemorações da distinção atribuída pela UNESCO a Elvas.
Hoje vou-me ficar por aqui para que todos possamos digerir a ideia. Outras tenho que irei pondo aqui à consideração de todos.
PS – Não seria bom que a CME contactasse os CTT’s para propor a emissão de selos comemorativos dos dois eventos?
Jacinto César
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