Quando fiz 18 anos e fui estudar para Coimbra, tinha acabado de se dar um acontecimento em Elvas: o caso da Quinta das Águias, que toda a gente conhecia e era motivo de chacota geral. Jamais deixei de dizer com orgulho que era de Elvas.
Mais recentemente Elvas voltou a estar nas bocas do mundo por outro caso que serviu mais uma vez para comentar maliciosamente o facto de ser elvense entre os meus amigos que não são de cá. Continuei a ter orgulho em ser elvense.
Hoje, tive-o mais do que nunca. Tive como toda a gente dias felizes na minha vida e hoje posso afirmar que este 30 de Junho foi um deles.
Há dois dias que não largo a net para poder acompanhar em directo tudo o que se passavaem S. Petersburgo.Passavam-seas horas e a análise à candidatura de Elvas nunca mais chegava. Passou-se o dia de ontem e nada. Hoje às oito da manhã já tinha os olhos colados ao monitor. E as horas foram passando. Até que finalmente ouvi que se iria discutir a nossa candidatura. Estava a ouvi-los e o coração parecia que queria sair-me pela boca. Até que … até que se ouviu um martelo dar uma pancada e a presidente da mesa proferir a palavra mágica: APROVED.
Sem vergonha de o dizer, chorei. Estava concretizado um sonho que há muito tinha.
Se já tinha orgulho de ser elvense, nesse momento senti-me nas nuvens. Tinha chegado o NOSSO DIA.
Como este assunto vai dar pano para mangas, hoje limito-me aqui a fazer alguns agradecimentos:
1 - Á Câmara Municipal de Elvas pelo empenho que colocou nesta candidatura, principalmente à Dr. Elsa Grilo como Vereadora da Cultura;
2 – Ao Prof. Domingos Bucho pelo empenho que teve na constituição do dossier de candidatura;
3 – Finalmente ao Embaixador de Portugal junto da UNESCO pela brilhante defesa que fez da candidatura junto do Comité.
Como alguém me dizia há uma hora atrás, este é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Estamos todos de parabéns. E já agora porque não um “VIVA ELVAS”?
Jacinto César
Tenho acompanhado em directo as sessões do Comité para o Património Mundial e não vejo a hora de chagar a vez de se discutir Elvas. Apesar da agenda ter uma ordem, esta tem sido alterada constantemente o que faz com que não se consiga prever nada.
Do que vi até aqui, todas as candidaturas foram aprovadas, e algumas delas bem polémicas que foi o caso da última, a Costa do Marfim, cujo Ministro da Cultura quase fez chantagem sobre o Comité ao afirmar “que se a candidatura não fosse aprovada nunca mais a voltariam a propor” Depois de muitas intervenções lá foi aprovada.
Sendo assim, hoje fiquei com a ideia mais reforçada que a candidatura de Elvas vai ser aprovada.
Amanhã de manhã continuarei a acompanhar o processo na esperança de poder ouvir a palavra mágica “Aproved”.
Nota – Tem havido por parte de muita gente uma grande confusão em relação ao ano 2013. Sobre isto quero esclarecer o seguinte: mesmo que a candidatura seja aprovada, ela só se torna efectiva a 1 de Janeiro de 2013.
Jacinto César
Abstendo-me de fazer qualquer comentário sobre os acontecimentos de ontem, resta-me constatar que a depressão geral está de volta e o Fado também. Já vai sendo um hábito.
Agora resta-nos encarar o futuro.
Mas já que falo em futuro, gostava de vos deixar uma reflexão sobre este mesmo tema e que me deixou a “fazer contas de cabeça”.
Alguém disse que o nosso futuro é nem mais nem menos que o nosso presente e que este não tem sido diferente do nosso passado recente. E é verdade.
Se voltarmos atrás no tempo meia dúzia de anos verificamos que quem nos governa ou governou vai-nos dizendo sempre que para o ano é que as coisas vão melhorar. Mas no ano seguinte as coisas ficam iguais e o futuro melhor fica adiado para o ano seguinte. Só que a lenga-lenga vai repetindo-se todos os anos e o futuro continua a ser igual ao presente. Bem, eu estou a referir-me ao futuro do comum dos mortais e não dos “outros”, já que façam lá eles as tropelias que façam, têm sempre o futuro assegurado. Sempre assim foi e há-de continuar assim, até que um dia, um qualquer “maluco” resolva interromper este caminhar da história e acabar com o fado como música nacional e resolva promover o “Corridinho”.
Os tubarões não acreditam e continuam a morder descaradamente. Mas até estes, por mais ferozes que sejam, por vezes “chocam” com um arpão que lhes dá cabo do miolo.
A história universal é pródiga em episódios desde género e eu sou daqueles que acreditam que a história repete-se, mesmo que a grande maioria diga o contrário.
Jacinto César
Mas afinal em que país vivemos nós?
Mas afinal que raio de gente é esta que nos governou e nos governa?
Mas afinal é esta gente que goza connosco todos os dias?
E quem somos nós?
Que raio de POVO somos nós que calamos e aguentamos tudo o que nos querem fazer?
Somo 10 milhões de cordeiros a caminharmos para o abismo em silêncio.
Ando a ficar perturbado! Ando a ganhar ódios como nunca me tinha acontecido.
E porquê?
1 – Ouça-se o comentário de José Gomes Ferreira na SIC e depois pense-se um bocadinho.
http://videos.sapo.pt/rQlncGNtGLZQzizuMgu1
2 – Leia-se agora o Diário da República e leia-se como se “tratam” a cambada que nos governa.
http://dre.pt/pdf1sdip/2011/10/20000/0465804667.pdf
Perante isto que fazer? Vamos continuar a aguentar? Vamos continuar a jogar “ao faz de conta”?
Jacinto César
Eu bem tenho evitado escrever sobre a Selecção de Portugal, mas perante os factos não tenho outro remédio senão render-me ao assunto do momento. Sei que alguns se irão atirar a mim como gato a bofe depois do artigo que escrevi sobre o CR7. Logo nesse dia os comentários mostram isso. Acontece que ninguém viu lá escrito qualquer afirmação minha contra o CR7 como jogador. O que aí escrevi foi contra o carácter do dito, e isso mantenho.
Depois da fase de grupos meia titubeante, vi o jogo contra a Rep. Checa como o primeiro jogo sério que a nossa selecção fez. Até aí e para mim, foi mais o demérito dos adversários do que propriamente o nosso mérito.
Bem, a partir daqui ou muito me engano ou vamos ter que jogar sempre contra dois adversários à vez: um o real e visível e o outro, o institucional, invisível. Quero com isto dizer o quê? Ou de verdade somos de tal maneira contundentes a não deixar margens para dúvidas, ou alguém (leia-se Platini) se encarrega de fabricar uma final já anunciada. É o eterno jogo dos poderes e das relações pequenos/grandes.
Não é que tenha alguma dúvida sobre o resultado da Alemanha sobre a Grécia, mas os sorrisos e palmadinhas nas costas entre o senhor UEFA e a senhora Merkel foram demasiado efusivos, como que a querer dizer “estes já foram e agora venham os próximos, rumo ao triunfo final”. Eu como não tenho a memória curta ainda me lembro de algumas patifarias que a dita UEFA tem feito à nossa rapaziada.
Quarta-feira poderá ser já a prova dos noves. Vamos esperar para ver.
Jacinto César
Para o bem ou para o mal, começa hoje a cimeira da UNESCO em S. Petersburgo e que vai decidir o destino da nossa cidade.
Vão ser quinze dias de ansiedade até que saia o veredicto final.
Eu continuo esperançado em que vai haver boas notícias, mas adivinhar o que vai naquelas cabeças é coisa de bruxo.
Um destes dias vai sair a decisão final e espero do fundo do coração que esta nos seja favorável.
Para todos aqueles que tenham paciência e queiram ser os primeiros a saber, deixo aqui o link para acompanhar on-line em directo às sessões do comité.
http://whc36-russia2012.ru/category.php?cat_id=5&subcat_id=1009
Uma boa semana para todos
Jacinto César
Para quem estudou matemática tem a noção que com a estatística se pode brincar e fazer uma leitura “muito à maneira de cada um”.
É evidente que se uma pessoa comeu um frango e a outra nada comeu, estatisticamente falando, em média cada pessoa comeu meio frango. Isto vem a propósito do recente estudo do INE que revelou surpreendentemente que os portugueses gastam mais em hotéis e restaurante do que em saúde e educação. Isto é na verdade uma descoberta extraordinária. Num país em que uma grande parte da população vive com o ordenado mínimo nacional, em que a chamada “classe média” não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego, que pouco ou nada lhe sobra depois de pagar as despesas que tem e que infelizmente há umas dezenas de milhares de famílias que perderam a casa por não a poderem pagar ao banco e que finalmente há milhares de pessoas que têm que fazer a escolha entre comer e comprar os medicamentos, dá vontade de rir (para não chorar).
Esta notícia não é como sempre inocente e tem sempre subjacente uma qualquer medida que se quer tomar. Primeiro atira-se o isco e depois pesca-se. O que é ainda não se sabe! Mas alguém vai ser atingido nos próximos tempos. Resumindo, estão a preparar-se para “lixar” alguém.
Jacinto César
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Elvas
Aqui há uns dias atrás escrevi aqui sobre um “cavalheiro” que pelo facto de ser uma figura mediática e ter dinheiro, tem também uma falta de humildade tremenda. Refiro-me ao CR7. Mesmo depois de ter marcado 2 golos que valeram a última vitória de Portugal no Euro, não retiro nem uma vírgula do que escrevi. E se até formos campeões à custa de tal senhor, mantenho o que disse.
Isto vem a propósito de V. Exa. ter adjudicado a construção das piscinas nas freguesias rurais. Ouvi mil e uma pessoas a discordarem de tal obra e não acredito que o senhor não tenha ouvido também. Mas a sua teimosia e falta de modéstia não lhe permitem fazer o contrário daquilo que pensou. O senhor é dono da razão e não há nada que o faça mudar de opinião.
Sei que para se estar à frente de uma câmara é necessário ter um pulso firme para que as coisas se façam. Só que um bom líder também tem que ter uma grande dose de humildade para perceber quando algumas das suas ideias não são boas e ter que voltar atrás. Claro que tal não faz parte do seu vocabulário já que é mais para o “eu quero, posso e mando”.
Numa época em que a vida está difícil para todos em geral e para os elvenses em particular acho que é um escândalo gastar dinheiro dessa forma. Sei que os seus “boys” amanhã me vão dizer que a construção desses equipamentos é quase de borla porque são financiados com fundos comunitários. Muito bem! E as despesas de exploração e
manutenção no futuro? Também são comparticipadas?
Os tempos que se aproximam vão ser muito difíceis e penso que num futuro muito próximo não vai haver dinheiro que chegue para apoios sociais, bem mais importantes do que um “luxo” daqueles. É verdade que o empenho da câmara nesse sentido tem sido meritório, mas não irá chegar.
Costuma-se dizer que “burro velho não aprende línguas” e o senhor, claro, também não irá mudar.
Os meus cumprimentos
Jacinto César
Aquilo que vou contar de seguida aparentemente nada tem a ver com o problema das antenas. Mas tem!
Aqui há muitos anos atrás comprei uma pequena quinta. Em volta dela havia um sem número de quintas de dimensões que andariam entre os 5 e 10 ha. Todos nós quando necessitávamos de um trabalho para tractor lá fazíamos um carreirinho até ao então Grémio da Lavoura alugar um ao dia. Claro que este tipo de situação saía caro. Um belo dia propus a toda a gente comprar um que pagaríamos entre todos e que o utilizaríamos em conjunto. Ninguém quis tal coisa e o sistema continuou como até aí.
Já me tenho posto a olhar para a floresta de antenas de TV que há no nosso centro. É absolutamente absurdo a quantidade de “mastros” que por aí há espalhados. Mais, acredito que a grande maioria estão desactivadas, já que há mais “objectos” destes nos telhados do que famílias moradoras. Basta olhar na Praça da República por cima da Casa da Cultura e na zona da torre do relógio e ver quantas lá há e depois ver naquela zona quantas pessoas aí moram. Resumindo, há no centro de Elvas de certeza mais antenas que habitantes.
E o que é que isto tem a ver com a história que contei anteriormente? Tudo!
Não seria sensato em cada quarteirão haver apenas um conjunto de antenas (agora bastam duas) que servisse o referido quarteirão, assim à moda das antenas colectivas que se colocam nos prédios e depois passar os cabos para cada habitação pela parede ou pelo telhado? Eu penso que sim, mas acredito que as pessoas não queiram tal solução.
Cada um ser proprietário da sua antena é que é bom.
Cá por mim vinha tudo abaixo. Passem ali por cima das portas de S. Vicente e olhem para a cidade. É vergonhoso que uma das vistas mais imponentes da cidade esteja poluída visualmente daquela maneira.
Jacinto César
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