Elvas sempre em primeiro

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Quinta-feira, 31 de Maio de 2012

Plano Inclinado

 

 

 

 

Que bem prega Frei Tomás: “faz o que eu digo e não o que faço”.

Isto vem a propósito de dois cavalheiros que faziam o programa Plano Inclinado na Sic Notícias. O primeiro, o Prof. Nuno Crato, era a esperança de todos aqueles que se dedicavam à educação dos nossos jovens. Cada vez que o ouvia, aquilo que dizia soava-me a música nos meus ouvidos. Apontava e muito bem o dedo à “minha querida” Maria de Lurdes e a todas as parvoeiras que fazia. Tantas as vezes que pensei para comigo “ este tipo dava um bom Ministro da Educação”. Qual não foi o meu espanto quando da formação do actual governo ele apareceu mesmo como ministro. Só que o discurso anterior do Prof. Crato nada tem a ver com a actuação do Ministro Crato. Não é que tenha feito muitas asneiras, mas ainda não fez nada daquilo que propunha anteriormente.

Mas hoje soube-se o que para mim era impensável. O Prof. Medina Carreira que me habituei a ver com toda a atenção e respeito pelo que dizia, afinal meteu a “para na poça”. Veio hoje na imprensa que o dito senhor tinha pegado nas suas economias, transformou-as em dólares e exportou-as para um banco suíço. Que falta de vergonha tem esta gente. Falam todos muito bem, mas na prática são exactamente iguais a todos os outros “profissionais da política”.

Cada vez mais vou acentuado o meu “ódio” para com os políticos. São todos filhos da “mesma mãe” e formados na “mesma escola”, ou seja, são uma grande cambada, para não ter que lhes chamar um nome mais feio.

Ora se o Prof. Medina Carreira pode fazer o que fez, então eu também me sinto encorajado a fazer o mesmo. Ah, agora lembrei-me que não tenho dinheiro.

O raio que os parta.

 

Jacinto César


Tasca das amoreiras às 18:00
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Quarta-feira, 30 de Maio de 2012

Pelos nossos mortos

 

 

 

Este fim-de-semana e tal como tinha já referido passeio na Cidade Invicta. Só não disse o porque de tal deslocação. Digo-o agora para mais uma vez reclamar do Presidente da Câmara Municipal de Elvas, algo que há muitos anos ando a reclamar.

Vai fazer em Novembro próximo 40 anos que fui para o Ultramar Português a cumprir o meu dever como cidadão e foi em Gaia que estivemos a comemorar a data e relembrar aqueles que foram connosco e não voltaram.

Acontece que dos quase 1 milhão de combatentes que por lá estiveram, quase nove mil não voltaram vivos entre os quais alguns conterrâneos nossos.

Quando da inauguração do monumento aos Combatentes do Ultramar, pedi que lá fosse colocada uma lápide com o nome de todos os elvenses que perderam a vida na guerra. Até hoje nada!

Para os relembrar e lembrar o Presidente caso tenha perdido a lista aqui vai o nome de todos eles que há muito mereciam essa homenagem.

 

JOÃO MARIA CARLOS DE JESUS ALVES

JOÃO MIGUEL DOS SANTOS MADRIANO

JOÃO PORRINHAS MARTINS CECÍLIO

JOAQUIM ANTÓNIO BAPTISTA MOEDAS

JOAQUIM CONCEIÇÃO PRAGANA

JOAQUIM LOPO COVAS BALSINHAS

JOSÉ ASSUNÇÃO RAMOS RIBEIRO

MANUEL ANTÓNIO CORREIA TRABUCO

MANUEL ANTÓNIO DIAS GONÇALVES

MANUEL ASSIS BASTOS VIEIRA

MANUEL DA CONCEIÇÃO CAMBÓIAS DOMINGOS

MANUEL DA CONCEIÇÃO MAURÍCIO CHOÇAS

POMPEU MARIA COURELAS MALACÃO

VICTOR DA CONCEIÇÃO NUNES RUSSO

 

Senhor Presidente, espero que não deixe passar mais tempo.
Aqueles que tiveram a sorte de voltar, agradecem-lhe que o faça.

 

Jacinto César

 


Tasca das amoreiras às 18:00
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Terça-feira, 29 de Maio de 2012

E porque não?

 

 

 

 

Tem sido notícia nestes últimos dias que a Câmara Municipal de Braga vai por em leilão casas no Centro Histórico de sua propriedade com a base de licitação de 1 €. Claro que só podem ser licitantes jovens casais que se comprometam a fazer as obras na casa e ir viver nela nos 24 meses seguintes. Além desta facilidade, a casa é entregue pela câmara já com o projecto de obras aprovado e isenta os compradores de quaisquer taxas para as referidas obras.

Pensando bem até nem é uma má política, já que Braga tal como outras cidades, tem o problema de desertificação do seu centro histórico. Como resultado reabilita o tecido urbano degradado e dá vida à cidade.

Fazendo a extrapolação, porque não fazer o mesmo aqui em Elvas, já que, como aqui referi antes, uma das recomendações do ICOMOS é precisamente a de resolver o problema das casas devolutas no centro da cidade?

Senhor Presidente da CME. Pronto, já sei que gosta de por em prática só aquilo que são as suas ideias e as de quem lhe está próximo, mas copiar aquilo que é bem feito não fica mal a ninguém. É mais uma oportunidade que tem em gastar o dinheiro que tem numa boa causa e de matar dois coelhos com uma só cajadada.

 

Nota final – Como sempre e salvo raras excepções, os comentários aos posts são uma vergonha. Não aportam nada de novo aos problemas levantados e a falta de educação é recorrente. Caros comentadores, prefiro um post sem comentários a ter muitos sem qualquer interesse.

 

Jacinto César


Tasca das amoreiras às 18:00
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Segunda-feira, 28 de Maio de 2012

Património da Humanidade – Fim

 

 

Que me desculpem os leitores habituais, mas ontem foi impossível escrever já que fui de fim-de-semana para a Cidade Invicta.

Como estava lá, resolvi dar uma volta pela zona classificada como Património Mundial pela UESCO desde 92. Vi e fiquei surpreendido com o que vi. Presumo que a cidade tenha sido “distinguida” numa época em que todos os candidatos eram “aprovados”. Não quero com isto tirar o valor ao património classificado, mas quando olho para as recomendações que o ICOMOS faz à candidatura de Elvas e depois vejo o que vi no Porto, há de certeza filhos e enteados. E é isso que me assusta em relação a Elvas. O número de edifícios devolutos e em ruínas na zona são aos montes, que comparados com os de Elvas, os de cá estão muito bem tratados. Mas enfim, as coisas são mesmo assim.

 

Pensei em continuar a escalpelizar os pareceres do ICOMOS, mas achei que devo parar. Não pelo trabalho que dá fazer a tradução (que já está feita), mas pelas expectativas que posso criar com as minhas opiniões e depois a coisa dar para o torto. Vou simplesmente reafirmar aquilo que já disse: a candidatura de Elvas é uma das 22 que vão à final, ou seja, fazem parte do pequeno número que vai ser discutido na reunião do Comité da UNESCO.

 

Se calhar a Câmara também mantém uma postura expectante pelo mesmo motivo. No entanto, e perante as recomendações que são feitas pelo ICOMOS já não tenho bem a certeza se quererão a candidatura aprovada ou chumbada. O mesmo digo em relação aos moradores do centro da cidade que ainda não se deram conta dos problemas que vêm atrás da aprovação.

Os lugares de estacionamento vão ter que ser reduzidos drasticamente. As antenas das televisões terão que vir abaixo. As antenas das telecomunicações terão que ser também arreadas e não menos importante é a recomendação para que o Centro Histórico se candidate a nível nacional a Monumento Nacional, o que faz com que deixe de haver zonas não abrangidas como “zonas de protecção” a cada um dos monumentos classificados. Enfim, um role de exigências. Mas mesmo assim, se a nomeação viesse seria sem dúvida um dos dias mais felizes da minha vida.

 

Jacinto César


Tasca das amoreiras às 16:48
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Quinta-feira, 24 de Maio de 2012

Pobres mas a armar ao fino

 

 

 

 

 

Há uma classe de pessoas que, vivendo situações financeiramente muito complicadas, de quase miséria, insistem em fazer uma vida e assumir posições de quem vive uma vida abastada, mesmo que isso lhes custe os últimos tostões e os filhos lá em casa passem fome.

Têm essas pessoas a tendência para acompanhar com pessoas de classes bem mais abastadas e tomara decisões que lhes são financeiramente prejudiciais apenas para ficar bem na “fotografia”.

Hoje, ao ouvir as notícias pela manhã, fiquei a saber que tinha sido discutida no Conselho Europeu a possibilidade da criação de eurobonds como forma de financiamento das economias.

Não sendo eu um especialista em Economia, não me custa compreender que, sendo o risco da Europa como um todo bastante menor que o risco das economias mais débeis, as taxas de juro dessa eurobonds seria mais baixa que as actualmente praticadas para os países que neste momento estão em dificuldades. Por outro lado será também fácil compreender que para as economias mais fortes os juros provavelmente subiriam.

No referido Conselho Europeu, o Presidente Francês defendeu, penso que numa perspectiva de visão de conjunto da Europa, a criação das ditas eurobonds.

Tal facto deixou-me esperançado numa solução que em muito poderia contribuir para um alívio da situação de Portugal, pela redução do montante necessário par o serviço da dívida.

   A Chanceler Alemã, numa perspectiva mais nacionalista que é aliás tradicional naquele pais, e sabendo que dada a situação económica do seu país só tem a ganhar com os juros altos que o sistema financeiro alemão está a cobrar ás economias mais débeis , opôs-se firmemente à criação do referido mecanismo.

Foi com surpresa que, num primeiro momento, ouvi que o nosso Primeiro Ministro tinha, neste particular, estado ao lado da Chanceler Alemã contra o Presidente Francês, depois, reflectindo um pouco concluí que não havia surpresa nenhuma. O nosso Primeiro Ministro, numa postura que já vem sendo habitual, acompanhou com “os ricos” apesar de viver uma situação desesperada.

Se o povo passa fome, isso pouco importa, é importante é “fazer figura” e tomar as posições que na “fotografia” fiquem melhor.

 

António Venâncio


Tasca das amoreiras às 18:00
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Quarta-feira, 23 de Maio de 2012

Património da Humanidade – 4

Continuando com a análise do ponto 3 do relatório do ICOMOS, hoje gostaria de abordar o sub capítulo dedicado à Integridade e à Autenticidade. Vou optar por colocar em primeiro lugar os comentários dos ICOMOS e depois fazer o comentário.

 

Integrity and authenticity (Integridade e autenticidade)

 

Integridade

 

ICOMOS considera que todos os elementos necessários para expressar o valor universal excepcional do bem estão incluídos dentro dos limites do Bem,conforme documentado na resposta do Entidade Proponente em 10 de Fevereiro de 2012 à carta do ICOMOS de12 Dezembro de 2011.

 

ICOMOS considera que houve um impacto mínimo com as novas construções, quer no centro histórico ou fora dele. Um número elevado de edifícios que estão desocupados, deverão ser fechados para evitar o vandalismo, e a invasão de vegetação. Deve referir-se em particular o problema do Forte da Graça, que estando relativamente isolado e não utilizado é vulnerável ​​ao vandalismo. No entanto, estão-se a fazer esforços para encontrar novas utilizações para esses lugares. A integridade visual do imóvel indicado é prejudicada em geral, pelo novo edifício comercial de cor azul, apesar de não impactar visualmente sobre os elementos do Bem em termos de altura, é no entanto um elemento muito infeliz na paisagem urbana. Está fora da zona tampão, mas está localizado na área compreendida entre o Forte de Santa Luzia e as fortificações abaluartadas do centro histórico. Uma série de antenas de telecomunicações e outras antenas similares também são intrusões infelizes. Em particular, há uma perto do castelo, e uma localizada entre São Pedro e Santa Luzia que bloqueia a vista entre esses fortes.

 

ICOMOS considera que em sua opinião, que a distância das fortificações entre si são extremamente importantes para a integridade global do imóvel e sua localização. Também é extremamente importante que se controle o impacto visual de qualquer empreendimento novo, de tal forma que se harmonize com o tecido urbano.

 

O ICOMOS constatou que a integridade visual do imóvel será protegida no futuro, com a zona tampão, conforme documentado de resposta do Estado Parte em 10 de Fevereiro de 2012 à carta de ICOMOS de 12 de Dezembro de 2011.

 

Autenticidade

 

ICOMOS observa que a autenticidade do cenário é afectado pelo número de carros estacionados no centro histórico, apesar de o novo parque de estacionamento subterrâneo construído recentemente pela Autarquia. Antenas domésticas e outras estão sendo substituídas por cabo actualmente em implementação. Em conclusão, o ICOMOS considera que as condições de integridade e autenticidade foram cumpridos, mas são frágeis devido ao impacto do novo desenvolvimento comercial acima mencionado e os mastros das antenas de comunicações de grandes dimensões.

 

Em relação à Integridade e à Autenticidade o relatório põe em evidência alguns problemas, mas que em meu entender são conselhos e algumas críticas. Aquelas que me chamaram mais à atenção são, o problema o problema das antenas, fundamentalmente as das telecomunicações dado o seu tamanho, a zona comercial entre o Forte da Santa Luzia e o Centro Histórico onde se fala do célebre prédio azul (apesar de considerarem que se encontram fora da zona de protecção, aplicando o termo “infeliz” às ditas construções) e finalmente a pressão automóvel no Centro Histórico apesar desta pressão ter sido aliviada com a construção do parque subterrâneo.

Conforme se pode ler, o ICOMOS pôs por escrito estes problemas à entidade candidata e esta pelo que é dado a entender respondeu satisfatoriamente ás pretensões do ICOMOS.

Mais uma vez fico com a impressão de que a candidatura está bem encaminhada no sentido de se concretizar os anseios dos elvenses.

 

Amanhã continuarei com o tema.

 

Jacinto César     


Tasca das amoreiras às 19:16
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Terça-feira, 22 de Maio de 2012

Património da Humanidade – 3

 

 

Continuando a fazer a análise do relatório do ICOMOS, hoje vou dedicar umas linhas ao ponto 3 - Outstanding Universal Value, integrity and authenticity - Valor universal excepcional, integridade e autenticidade.

Este terceiro ponto começa por fazer a comparação das Fortalezas de Elvas com outros Bens já classificados ou não como Património da Humanidade. Não vou aqui transcrever todas as comparações feitas, mas é extremamente agradável ler aquilo que ali se diz. A comparação que mais me chamou à atenção é a que é feita em relação à cidade do Luxemburgo, onde se afirma que é bem maior em extensão, mas que não se pode comparar em autenticidade e integridade, já que esta última cidade sofreu várias alterações e alguns “atentados”, sendo que as Fortalezas de Elvas se mantêm como originalmente foram construídas com a excepção do pequeno troço que foi alterado pela construção do viaduto. É gratificante ler este capítulo. Esta análise comparativa acaba com as seguintes frases e que transcrevo de seguida:

 

“O ICOMOS fez uma análise comparativa com bens que têm valores semelhantes aos da cidade fronteiriça de Elvas e suas fortificações, inscritos ou não na Lista do Património Mundial e, a nível nacional, regional e internacional.

ICOMOS considera que Elvas é uma demonstração notável de desejo de Portugal por ser um país independente, representando as aspirações universais de estados nacionais europeus nos séculos 16 a 17.

ICOMOS considera que a análise comparativa justifica a inclusão do bem para a Lista do Património Mundial.”

 

Hoje como já comecei a escrever tarde, fico-me por aqui. Amanhã
continuarei a analisar este terceiro ponto.

 

Jacinto César


Tasca das amoreiras às 22:29
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Segunda-feira, 21 de Maio de 2012

Património da Humanidade – 2

 

 

Nota prévia – Estou muito surpreendido com o silêncio que se está a fazer sobre o assunto. Nem os mais interessados nem os críticos até agora se manifestaram, o que é no mínimo estranho dada a importância do que está em jogo. Mas em frente.

 

Parte 2

 

O documento em análise começa com a introdução que ontem aqui apresentei. Gostaria ainda de voltar a esta introdução.

As candidaturas dos vários bens são apresentadas pelas comissões locais e nacionais ao ICOMOS que as vai analisar sob o ponto de vista técnico e se se enquadram nos pressupostos definidos.

Pela introdução pode-se verificar que este ano a referida organização apreciou 55 projectos de candidaturas a Património da Humanidade. Dessa análise técnica e científica houve 33 que ficaram pelo caminho pelas mais variadas razões que constam do relatório. Assim sendo sobram 22 que foram aprovadas e que vão ser submetidas ao veredicto do Comité para o Património Mundial da UNESCO.

Qual é a minha opinião sobre este procedimento? O ICOMOS avalia e selecciona as candidaturas viáveis e o Comité dará ou não a confirmação do que foi decidido, ou seja, as candidaturas seleccionadas vão ser sujeitas a uma avaliação política, já que a técnica foi feita. E é aqui que para mim as coisas se tornam nebulosas. Se o ICOMOS se rege por critérios objectivos que todas as candidaturas conhecem, desconheço quais são os critérios que o Comité utiliza para a ratificação ou não dos bens propostos pelo ICOMOS. E para mim tudo o que é subjectivo presta-se a muita coisa estranha.

Não sei, e porque não tenho elementos, do que se passou em anos anteriores, nem tão pouco sei se as candidaturas apresentadas pelo ICOMOS foram todas ratificadas ou não. Se foram, o Comité faz somente a confirmação do trabalho do ICOMOS. Digamos de outra forma, institucionaliza a decisão técnica. A ser assim, Elvas é Património da Humanidade.

 

A segunda parte do relatório, analisa uma a uma todas as candidaturas apresentadas. Falemos então da parte que nos interessa.

Sobre a Candidatura de Elvas, a análise tem 7 pontos.

O primeiro ponto (1 Basic data – Dados Gerais) é muito curto e limita-se a situar o Bem candidato sob o ponto de vista geográfico e apresenta dados gerais.

O segundo ponto (2 The property – O Bem) caracteriza exaustivamente o Bem proposto. Faz uma descrição física, geográfica e histórica de cada um dos elementos constantes do Bem. Digamos que esta é a parte mais longa do documento e que não acrescenta nada que não saibamos já.

O terceiro ponto e que se intitula “Valor universal excepcional, integridade e autenticidade” (3 Outstanding Universal Value, integrity and authenticity ) é o mais interessante já que faz a comparação do Bem (neste caso as Fortificações de Elvas) com outros bens já classificados ou não.

Como a prosa já vai longa, deixo este capítulo para amanhã.

 

Jacinto César

 


Tasca das amoreiras às 19:46
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Domingo, 20 de Maio de 2012

Património da Humanidade – 1

 

 

Nestes próximos dias vou tentar fazer aqui uma análise ao relatório que o ICOMOS produziu, destinado a ser apresentado ao Comité do Património da Humanidade da UNESCO que se vai reunir em S. Petersburg de 24 de Junho a 6 de Julho próximos.

 

Dado a extensão do documento, ontem fiz aqui uma análise apressada das conclusões do relatório sobre a candidatura de Elvas. Penso que não o fiz da melhor maneira pois deixei muitas dúvidas no ar. Mas a ansiedade de querer que a candidatura dê num SIM levou-me a isso.

Depois de uma análise mais reflectida e depois de ter passado horas a ler todo o documento, queria deixar aqui um resumo do mesmo.

 

1 – A análise às candidaturas

O longo documento começa por referir o número de candidaturas, os critérios de aceitação para terminar com as que foram aceites para irem “a concurso” e as que ficaram pelo caminho.

Pela lista que mostro a seguir, apresentaram-se 52 Bens a avaliação. Destes somente 22 foram aceites, dos quais Elvas faz parte.

 

 

 

 

 

De seguida mostram-se os critérios aplicados para a avaliação e a classificação que cada candidatura obteve, como de seguida se mostra.

 

 

 

Nota - Pela tabela pode verificar-se que as duas primeira categorias não necessitam de nova inspecção (mission required)

 

 

Por esta introdução ficamos a saber que a candidatura de Elvas vai estar em cima da mesa no próximo mês para a decisão final, ou seja, em termos futebolísticos, passou à fase final.

 

A partir de amanhã irei tentar resumir o que o ICOMOS disse de Elvas até chegar novamente às conclusões finais e assim talvez entendamos um pouco melhor das reais possibilidades que “A NOSSA CANDIDATURA” tem de vencer.

Espero que todos os elvenses façam força para que tal se concretize.

 

Por fim, fazia aqui um apelo à Câmara Municipal de Elvas que também se manifestasse sobre o assunto e desse a sua opinião, já que é ela a detentora de todo o processo, ao qual não tive acesso.

 

Uma boa semana para todos.

 

Jacinto César

 

Tasca das amoreiras às 17:34
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Sábado, 19 de Maio de 2012

A candidatura de Elvas - Agora é que tudo vai começar

 

 

Foi tornada pública a agenda para a reunião do Comité para o Património da Humanidade que vai decorrer no próximo mês em S. Petersburg na Rússia e onde a candidatura de Elvas vai ser apreciada.

No que diz respeito a Elvas o parecer do ICOMOS pareceu-me positivo. No entanto deixa muitas pontas soltas e muitas interrogações que me deixam apreensivo.

Um bocado à pressa fiz a leitura do dito parecer (são dezenas de páginas em inglês) e traduzi a conclusão. Quero-vos deixar aqui em primeira-mão o que o ICOMOS diz. Nos próximos dias tentarei aprofundar o resto do parecer. O texto que se segue foi escrito para o Facebook e como tal parece desligado desta introdução.

 

Bem, depois de ter digerido da melhor maneira que sei, o relatório que o ICOMOS vai apresentar à Assembleia da UNESCO logo à partida diz o seguinte: a candidatura de Elvas não demonstrou obedecer aos critérios 1 e 2 e demonstrou obedecer ao critério 4. Ficam aqui os ditos critérios e o parecer do ICOMOS

 

-Critério (i): representa uma obra-prima do génio criativo humano;


ICOMOS considera que este critério não foi demonstrado.


-Critério (ii): apresentam um intercâmbio importante de valores humanos, durante um período de tempo ou dentro de uma área cultural do mundo, sobre a evolução da arquitectura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou projecto da paisagem;


ICOMOS considera que este critério não foi demonstrado.

 

-Critério (iv): ser um exemplo excepcional de um tipo ou conjunto de edifícios, arquitectónico ou tecnológicos ou de paisagem que ilustra uma fase significativa na história da humanidade;

 

ICOMOS considera que o bem proposto demonstra o critério (iv) e as condições de autenticidade e integridade, mas estes estão sob ameaça mas é de salientar que o Valor Universal foi demonstrado.

 

Até aqui tudo me pareceu mais ou menos correcto.

Depois vêm os porquês, os pareceres e as conclusões. Foi uma tarefa difícil conseguir ler e entender o que queriam dizer ao longo de dezenas de páginas.

A primeira conclusão que tirei do relatório é que há 3 tipos de pareceres propostos à Assembleia: as candidaturas que são aceites, as que são liminarmente reprovadas e a terceira de que Elvas faz parte, são aquelas que são reapreciadas. E para mim aqui é que reside o problema, pois não sei bem o que querem dizer com aquilo. Poderá ser um sim ou um não.

 

Deixo-vos agora o relatório final sobre a candidatura de Elvas, que traduzi da melhor maneira que soube.

 

 

ICOMOS considera que a análise comparativa justifica a integração do Bem na Lista para Património da Humanidade. O Bem nomeado preenche o critério (iv), as condições de autenticidade e integridade, estando estes no entanto vulneráveis.

 

O valor universal excepcional foi demonstrado. A principal ameaça ao Bem é o despovoamento do Centro Histórico e a falta de utilização dos edifícios desocupados, incluindo o Forte da Graça, propiciando a falta de manutenção condições para o vandalismo. Há também evidências de controlo inadequado sobre o desenvolvimento entre o Forte de Santa Luzia e das fortificações do Centro Histórico de Elvas. Na resposta recebida em 10 de Fevereiro de 2012 o ICOMOS sobre este assunto da Entidade Proponente informou que o limite do Bem foi estendido para cobrir todo o talude de todas as fortificações e da zona tampão tem de ser alargado para abranger toda o Bem e cobrir todas as áreas entre os baluartes da cidade e os fortes periféricos e fortins, e entre os fortes e fortins entre si. No entanto, como é mostrado na figura que acompanha o mapa (fig. 1.e.4) a linha de visão entre o Fortim de São Domingos e o Forte da Graça não está assegurada e precisa de ser protegida por meio de comandos explícitos sob o sistema de gestão.

A protecção jurídica em vigor não é suficiente e terá que ser expandida para cobrir todo do Bem nomeado incluindo a área intramuros como monumento nacional e a Zona de Amortecimento como uma Zona de Protecção Especial como
documentado na resposta da Entidade proponente recebida em 10 Fevereiro de 2012 à carta de ICOMOS de 12 de Dezembro 2011. As medidas de conservação são adequadas em geral, mas um inventário detalhado das características históricas urbanas e estruturas deverão fazer parte do Plano de Gestão como base para conservação e monitorização, e ser incorporadas no Plano Director Municipal de Elvas. As várias autoridades responsáveis ​​terão que trabalhar juntas e de uma maneira coordenada. No entanto atenção imediata vai para a necessidade da identificação dos recursos financeiros e novas utilizações para os prédios desocupados, em especial o Forte de Graça. A proposta da criação de uma "Empresa Fortificações de Elvas” deverá ser implementada o mais rapidamente possível. Na sua resposta de 10 de Fevereiro de 2012 à carta do ICOMOS datada 12 de Dezembro de 2011 da Entidade Proponente afirmou que o sistema de gestão será estendido até o final de 2012 para incluir controles sobre o desenvolvimentoem torno Fortificações de Elvas e as áreas entre eles e a fortes periféricos e Fortins, e entre os fortes e Fortins entre si. Mas o mapa fornecido mostra que ela precisa ser alargada mais para o oeste para proteger a linha de vista entre o Fortim de São Domingos e o Forte da Graça. Além disso, recomenda o ICOMOS que o Plano de Gestão deve incluir directrizes de design para os edifícios novos ou a reconstruir dentro do centro histórico e fora dos muros, e estes devem ser incorporadosem do Plano Director Municipal. A Entidade proponente manifesta na sua carta recebida em 12 de Fevereiro de 2012 que a Empresa “Fortificações de Elvas”será legalmente estabelecida até o final de Junho 2012 e implementação do Plano de Gestão deverá começar logo em seguida.



As recomendações relativas à inscrição ICOMOS recomenda que a nomeação do Cidade Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações em Portugal, deve ser remetido à Entidade proponente, a fim de permitir que ela:

 

• Designar todo o Bem nomeado incluindo a área intramuros como Monumento Nacional e as zonas de amortecimento como Área de Protecção Especial;

 

• Ampliar o sistema de gestão para ter o controlo efectivo para proteger a linha de vista entre o Fortim de São Domingos e o Forte da Graça;

 

• Configure a Empresa Fortificações de Elvas de modo a implementar o Plano do ICOMOS e recomenda ainda que a Entidade proponente ter em consideração a seguinte:

 

• Prosseguir o mais rapidamente possível a identificação de recursos financeiros e novas utilizações para os edifícios desocupados, em particular o Forte de Graça;

 

• Estabelecimento de um inventário completo de recursos e estruturas para o Bem como base para a conservação e estender o sistema de monitorização para cobrir isso como parte do Plano de Gestão. O inventário deve ser incorporadas no Plano Director Municipal;


• As directrizes deverão incluir no Plano de Gestão um design adequado para edifícios novos ou reconstrução dentro do centro histórico e fora dos muros e incorporando estes no Plano Director Municipal.

 

Para mim, logo pelo primeiro parágrafo, pareceu-me que a candidatura tem um parecer positivo. Depois vêm uma série de considerações que me levantam dúvidas.

 

Quem quiser dar-se ao trabalho de analisar tudo isto que dê uma opinião.

 

Jacinto César


Tasca das amoreiras às 20:14
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O mundo é dos caloteiros . Uma autentica vergonha.
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