Ontem casualmente estive a ler um artigo sobre esculturas em
mármore e de repente veio-me à cabeça algo que penso estar esquecido
de muita gente.
Aqui há uns anos atrás e durante as escavações arqueológicas
efectuadas pelo Dr. António Carvalho na Quinta das Longas, foram
encontradas umas estátuas de mármore do período romano. Apesar de
serem pequenas, tornaram-se famosas na comunidade arqueológica
pela raridade que constituía o seu aparecimento nestas paragens.
Se a memória não me falha, depois de terem passado algum tempo
nos serviços do Museu de Mérida para estudo e limpeza,
foram parar a uma exposição no Museu de Arte Antiga em Lisboa.
As perguntas que gostaria de fazer eram as seguintes e desta
vez dirigidas à Dra. Elsa Grilo, já que estes assuntos, presumo, serem
do seu pelouro:
1 – Que é feito das referidas estátuas?
2 – Já que falo em arqueologia gostaria de saber também o que é feito
de todo o espólio arqueológico existente no antigo Museu António
Thomas Pires e quando é que fica disponível ao público?
3 – Já que há por aí tantas casa devolutas pertencentes ao Ministério
da Defesa ou mesmo do município, porque não constituir um pequeno
núcleo museológico com o referido património?
4 – Para rematar, para quando a prometida edição do Dicionário de
Vitorino Almada?
Bom fim-de-semana para todos
Jacinto César
Já aqui me debrucei sobre o assunto e que retomo hoje com algumas
ideias.Recordo-me do Parque desde os meus 5 anos de idade. A bem
dizer passei ali muitos anos da minha vida. Morei na Quinta dos
Pendões, no Bairro das Caixas e na Av. da Piedade. Sempre achei
que era o lugar ideal para as famílias passearem com os filhos em
segurança e ao ar livre. E assim se manteve até há uns anos atrás.
Só que com a requalificação do Jardim Municipal, as pessoas
mudaram os seus hábitos e passaram a frequentar este último.
Basta observar que até famílias espanholas ali se deslocam.
E o que aconteceu ao Parque da Piedade? A bem dizer, abandonado.
Basta olhar para aquela mata, outrora frondosa e agradável, hoje
envelhecida. E como se pode mudar tal estado de coisas?
Requalificando. Deixo então aqui algumas ideias.
1 - Antes de mais e com urgência tratar da mata, limpando as
árvores velhas e plantando novas.
2 – Arborizar ordenadamente a parte alta do parque. Dá
tristeza ver um terreno daquele tamanho votado ao abandono.
3 – Colocar árvores ou palmeiras ao longo do parque entre os
postes de iluminação.
4 – Colocar junto a estas bancos de jardim.
5 – (a parte polémica) Calcetar a faixa central do parque de
modo a poder circular-se com mais facilidade, fazendo ao
mesmo tempo valas laterais para escoamento das águas
pluviais. As faixas laterais poderiam continuar em terra batida
de modo a poder continuar a receber as “barracas das feiras”
e a pregarem as estacas no chão como sugere alguém.
6 – Construção de um pavilhão no topo do parque que permitisse
substituir com vantagens o Centro de Negócios e passar para lá
todas as actividades. Este poderia inclusivamente albergar o
mercado quinzenal.
7 – Aquisição do olival situado entre as duas estradas da
Piedade, logo abaixo do largo da Fonte da Fé.
8 - Requalificação desse terreno, permitindo a construção de
umas escadarias frontais à Igreja.
9 – Requalificação integral “daquilo” a que chamam Parque de
Campismo. São deploráveis as condições que oferecem aos turistas
que se deslocam à nossa cidade e optam por esta actividade.
Cabe aqui abrir um parêntese para contar uma história sobre uma
proposta que já há muitos anos fiz à Confraria.
Pensando eu que ia fazer uma coisa normal para um cidadão que
conhecia muitos parques de campismo por essa Europa fora,
propus que se transformasse o lago superior da mata em piscina
e a agregasse ao parque de campismo. Era uma mais valia que
todos os turistas gostam e que até sabe bem a quem chega a Elvas
com o calor que faz no verão. Resposta da Confraria: “era
moralmente inaceitável que houvesse mulheres em biquíni nas
proximidades do santuário”. Dá que pensar, principalmente
depois de se permitir que durante 6 horas o adro da Igreja fosse
palco de um espectáculo a todos os títulos deplorável.
Como o discurso já vai longo, voltarei ao assunto
oportunamente.
Jacinto César
( Foto de Virgílio Trabuco )
Agora que a poeira do S. Mateus já poisou, e que tudo voltou ao normal,
vamos lá então discutir o assunto.
Antes de mais gostaria aqui de agradecer o apoio nesta “luta” ao
CidadElvas. Seia muito bom que mais pessoas se envolvessem para
aumentar a pressão. Gostaria ainda de prestar aqui um esclarecimento:
sou Irmão da Confraria do Sr. Jesus da Piedade faz exactamente hoje
61 anos e com as cotas pagas. E digo isto porque não me julgando mais
que os outros, tenho o direito de discutir os assuntos que lhe dizem
respeito, contrariamente a outros que falam mas não contribuem com
um único cêntimo. Esclarecimento feito.
A Confraria do SJP não é propriedade da Igreja tendo estatutos
próprios e cujos Irmão elegem a respectiva Mesa. Os terrenos onde
decorre a Feira de S. Mateus pertencem-lhe e podem fazer deles o
que bem entenderem desde que os confrades estejam de acordo.
Portanto, apesar de que e sob o ponto de vista católico obedeça à
hierarquia da Arquidiocese de Évora, sob o ponto de vista material
é independente. Os terrenos pertencentes à Confraria, foram doados
a esta e não à Arquidiocese.
E digo isto porquê? Porque juridicamente a Confraria pode “negociar”
os referidos terrenos. Tanto assim é que este dividido em parcelas é
alugado aos feirantes durante um período limitado de tempo. Nada
impede portanto que a Confraria possa ceder temporariamente
(seja por 5, 10 ou 15 anos) à Câmara Municipal de Elvas e a troco
de benfeitorias a negociar, os referidos terrenos para a organização
das Festas da Cidade. A Confraria só tem a ganhar com esta parceria,
visto que grande parte das despesas passam para a autarquia.
Talvez muita gente desconheça, mas uma receita importante da
instituição provem da chamada “bandeja”, que são os donativos
que os fiéis fazem durante as festas. Ora estas receitas manter-se-iam
e que davam e sobravam para as despesas com as Festa de Igreja e não só.
Porque é que insisto neste modelo de gestão das festas? Por
vários motivos que passo a enumerar:
1 – A Câmara se estiver pelos “ajustes” deste modelo, e penso que
sim, já que a política gosta de estar em evidência, sejam estes ou os
que venha a seguir, tem a capacidade técnica, logística e financeira de gerir o
Parque de uma melhor forma e se calhar com menos custos;
2 – Como é sabido de alguns e principalmente dos membros da
Mesa da Confraria, quando as festas dão para o torto por motivos
meteorológicos, estes, vêem-se gregos para apanhar o dinheiro aos
feirantes, com a desculpa de não terem feito negócio. Lógico que
se o credor for o município o caso muda de figura;
3 – As grandes despesas das festas são a iluminação e o fogo de artifício.
Ora bem, como a câmara também é consumidor destas atracções, seria
de certeza muito mais barato já que esta negociaria com as empresas
fornecedoras em pacote;
4 – O facto de a Confraria ceder os terrenos por períodos de tempo
contratados, nunca daria o direito à Câmara de construir neles o que quer
que fosse sem a concordância dos primeiros (contrariando aqui a tese por
aí defendida de que a primeira coisa a fazer seria espalhar cimento armado
pelo parque). Benfeitorias sim, mas com a concordância de todos.
5 – Quanto à construção de um pavilhão definitivo onde anualmente
se coloca a tenda gigante, não vejo inconveniente nenhum, desde que
este se enquadre na paisagem. Todos sairíamos beneficiados. Mais, não
me chocava nada que na eventualidade da sua construção houvesse
colaboração do restaurante “El Cristo” que o integraria e se deitasse
abaixo o actual, esse sim um mamarracho.
Não termino sem um apelo aos meus concidadãos: COLABOREM COM
IDEIAS, já que o S. Mateus é de todos.
Jacinto César
Nota – Finalmente o chamado Zé de Melro resolveu ser comentar
com algum “trambelho”, mas não deixa de disparar em todas as
direcções. Menos na dele, claro. Mesmo sem o conhecer começo
a “entendê-lo”. Um conselho: saia do anonimato, encha-se de coragem
e debata os problemas de uma forma desapaixonada.
Se os tiver no “sítio”. Claro!
Jacinto César
Já aqui me tenho referido ao medo que tenho dos meus palpites.
Infelizmente muitos saem certos. Antes assim não acontecesse.
Vai em Janeiro fazer 2 anos que escrevi aqui um texto com o mesmo
título do de hoje em que levantava o problema do hospital entre outros.
Foi de tal maneira polémico que ainda hoje há lá comentadores a
ofenderem-se uns aos outros.
Dizia então entre outras coisas o seguinte:
“3.3 – Sobre a saúde
todos sabemos o que se está a passar. O Hospital de St. Luzia não é
fechado, mas vai sendo esvaziado progressivamente de competências.
Um dia estaremos perante um caso consumado de esvaziamento total.
Para consolidar a minha ideia vejam-se as declarações do deputado
Cristóvão Crespo e está tudo dito.”
(ver em http://tascadasamoreiras.blogs.sapo.pt/197524.html)
O que é que se está a passar actualmente no nosso hospital com as
valências de cardiologia e ortopedia? Exactamente aquilo que eu
temia. Progressivamente e paulatinamente, os serviços vão sendo
passados para o hospital de Portalegre, especialidades estas, que
pelo que julgo saber, serem deficientes naquela unidade de saúde.
Há uns anos atrás, a ortopedia fazia implantes de próteses e
a cardiologia tinha uma unidade para colocação de pacemakers.
E agora? Que acontece a qualquer pessoa que se lembre de partir
uma perna a meio da noite? A caminho de Portalegre, claro!
A população elvense ainda não entendeu que Portalegre só não
acaba com Elvas porque não pode, mas lá que não lhes faltava
a vontade lá isso não. Tudo o que em Elvas dependa de Portalegre
está em maus lençóis. Mas sabem o que ainda mais estranheza
me causa? O silêncio cúmplice de alguns políticos (sic) da nossa
cidade. Como o governo central é da mesma cor, estão calados
que nem ratos ou então andam tão distraídos, coisa que não
acredito, já que pelo que julgo saber, um familiar de um dirigente
político local foi vítima do que acabei de dizer.
Caro Dr. Simão Dores, será que passa tão pouco tempo em Elvas
que ainda não deu para se aperceber do problema? Ah, já entendi,
o Ministério da Saúde é do seu “clube”.
E nós elvenses, descomprometidos de qualquer partido, vamos
aguentar mais esta afronta? Vamos deixarmo-nos afundar
alegremente sem um queixume que seja?
Voltarei ao assunto assim que tiver a certeza de mais algumas
coisas que se irão passar. Só preciso de provas.
Jacinto César
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Elvas
Mais uma vez aqui venho eu para lhe dar uns recaditos.
Há uns dias atrás passei casualmente por Arraiolos e já era
de noite. Fui-me deparar com qualquer coisa que não desdenharia nada
ver na nossa cidade: a iluminação pública com luminárias em LED’s.
Sei que no Centro Histórico seria difícil dada a existência das lanternas
tradicionais e esta tecnologia não se poder aí aplicar. Mas se pensarmos
nas avenidas extra muros, muito bem se poderia proceder à substituição
das antigas lâmpadas por esta tecnologia de iluminação recente, o que
feitas bem as contas se pouparia muito dinheiro em energia.
Penso que o investimento se pagaria em poucos meses.
Senhor Presidente, pense lá no assunto pois ficávamos todos a ganhar
e em época de crise …
Já há uns dias atrás chamei-lhe à atenção para a ausência de passadeiras
de peões na Av. da Piedade junto ao cruzamento com a Rua de S.
Paulo, onde fica situada a Escola Secundária. Continua tudo na mesma,
até que um dia se dê um acidente e depois toda a gente chora. Ora bolas
Sr. Presidente, não é assim tão caro mandar pintar as zebras. Faça lá
esse favor às centenas de alunos que diariamente cruzam aquela artéria,
naquele ponto.
Para finalizar gostaria de lhe manifestar o meu desagrado com os
“artistas” convidados para o S. Mateus. Era difícil escolher pior, para
já não falar no programa da TVI que esteve em directo 6 horas a partir
do parque com um espectáculo deveras lamentável.
Por acaso não haverá aí pela câmara ninguém que o aconselhe sobre
estes assuntos?
Jacinto César
Nota final – Contrariante ao que por aí se diz, não me vão aturar
somente 3 semanas sobre o assunto S. Mateus. Desta vez não me
vou calar até que haja o bom senso das partes interessadas se
sentarem a uma mesa e discutirem o assunto.
Propus à Rádio Elvas que promovesse um debate. Espero que
o façam e que consigam reunir todos os interessados em dar
a sua opinião para bem do S. Mateus e de Elvas.
Quanto ao “colega” de um blog só para convidados chamado Zé
de Melro, espero que se fizer o referido debate também apareça,
mesmo que leve um passa montanhas na cabeça para se mater
incógnito.
Finalmente os meus agradecimentos ao COLEGA Cidadelvas por
se ter referido a esta minha cruzada. Espero o seu apoio, mesmo
que não concorde com as minhas ideias. É urgente mudar este
estado de coisas.
Jacinto César
Bem que gostaria ter sido eu a escrever aquilo que se segue,
mas como nem todos temos as mesmas capacidades, eu resolvi publicar e
subscrever. Quem o escreveu foi um colega meu, a quem tiro o chapéu,
pela coragem e frontalidade com que o disse. Teve também coragem
quem o publicou.
Refiro-me a Luis Manuel da Cunha e ao Jornal de Barcelos.
Este Povo não presta
Acabava de entrar o ano de 1872.
O Ano Novo interrogava o Ano Velho.
- Fale-me agora do Povo; pedia o ano novo.
- É um boi que em Portugal se julga um animal muito livre
porque não o montam na anca e o desgraçado não se lembra da canga;
respondeu o Ano Velho.
- Mas esse Povo nunca se revolta? ; insistia o Ano Novo espantado.
- O Povo às vezes tem-se revoltado por conta alheia. Mas por
conta própria, nunca; respondia o velho.
- Em resumo, qual é a sua opinião sobre Portugal? ; numa
derradeira questão.
- Um país normalmente corrompido, em que aqueles mesmos que
sofrem não se indignam por sofrer.
Este diálogo deve-se a Eça de Queiroz. O mesmo Eça que escreveu
sobre o Portugal de então:
O povo paga e reza. Paga para ter ministros que não governam,
deputados que não legislam (…) e padres que rezam contra ele. (…)
Pagam tudo, pagam para tudo. E como recompensa dão-lhe uma farsa.
Estávamos, repito, em 1872.
Estamos a falar obviamente do Povo português. Esta “raça
abjecta” congenitamente incapaz de que falava Oliveira Martins. Este
Povo cretinizado, obtuso, que se arrasta submisso, sem um lamento,
sem um queixume, sem um gesto de insubmissão, tão pouco de indignação
e muito menos de revolta.
Um Povo que se deixa conduzir passivamente por mentirosos compulsivos
como Sócrates ou Passos Coelho ou por inutilidades como Cavaco Silva,
não merecem mais que um gesto de comiseração ou de desdém.
É vê-los nas televisões, por exemplo. Filas e filas de gente acomodada,
cabisbaixa, servil, absurdamente resignada, a pagar as estradas que
a charlatanice dos políticos tinham jurado “que se pagavam a si mesmas”!
Sem qualquer tipo de pejo e com indisfarçável escárnio Estado obriga-os
a longas filas de espera para comprar e pagar o aparelho que lhes vai
possibilitar a única forma de pagar as portagens que essa corja de aldrabões
agora no poder, resolveu inventar! E eles passam a noite inteira à espera,
se preciso for. E lá vão depois, bovinamente, de chapéu na mão, a mendigar
a senha redentora que lhes dará o privilégio de serem esbulhados electrónica
e quotidianamente pelo Estado. Um povo assim não presta, não passa de
uma amálgama amorfa de cobardes.
Porque, se esta gentinha “os tivesse no sítio” recusar-se-ia a pagar as
portagens. E isto seria o suficiente para que os planos governamentais
ruíssem como um castelo de cartas. Mas não. Esta gente come e cala.
Leva porrada e agradece. É a escumalha de medíocres que detém o poder,
rejubila e escarnece desta populaça amodorrada e crassa que paga o que
eles quiserem quando e como eles o definirem. Sem um espirro de protesto,
sem um acto de revolta violenta se preciso for. Pelo contrário.
Paga tudo, para tudo. Sem rebuço, dóceis, de chapéu na mão, agradecidos
e reverentes, como o poder tanto gosta. E demonstram-no publicamente,
disso fazendo gala. Como eu vi, envergonhado a imagem de um homenzinho
ostentando um sorriso desdentado e exibindo perante as câmaras da TV
o aparelhinho que acabava de pagar, como se tivesse ganho uma
medalha olímpica. Esta multidão anestesiada espelha claramente o país
que somos e que, irremediavelmente, continuaremos a ser - um país estúpido,
pequeno e desgraçado. O “sítio” que falava Eça, a “piolheira” a quem se
referia o Rei D. Carlos. “Governado” pelas palavras “sábias” de Alípio
Severo, o Conde de Abranhos, essa extraordinária actual criação queirosiana,
que reflecte bem os segredos das democracias constitucionais.
Dizia o Conde: “Eu, que sou o governo, fraco mas hábil, dou aparentemente
a soberania ao povo. Mas como a falta de educação o mantém na imbecilidade
e o adormecimento da consciência o amolece na indiferença, faço-o exercer
essa soberania em meu proveito …” Nem mais. Eis aqui o segredo da governação.
A ilustração perfeita como o Rei D. Carlos nos definia há mais de um século:
“Um país de bananas governado por sacanas.”
Ontem como hoje. O verdadeiro esplendor de Portugal.
É uma verdade: ONTEM COMO HOJE!
Jacinto César
Eu bem não queria dizer nada, mas não consigo resistir.
A oposição em Elvas é de GRITOS. Pensava eu que tinha melhorado, mas não. Estão exactamente na mesma. Têm tanta coisa por onde pegar o “homem” , mas não, dão tiros no pé.
Hoje quando li no site do Linhas de Elvas a comunicação conjunta do PSD/CDS tive que me rir. E ainda por cima vem acompanhada de uma fotografia, que prova exactamente o contrário daquilo que dizem. Ou andam distraídos ou então querem atirar poeira para os olhos dos mal informados.
E isto tudo para dizer o quê? Que foi precisamente durante o Governo do PSD/CDS no consulado de Durão Barroso que tudo isto poderia ter ficado resolvido e não ficou.
Voltemos atrás no tempo.
Em 30 de Abril de 2010 escrevia o seguinte:
Costuma-se dizer em bom português que, “empata” é aquele que nem monta nem deixa montar e que segundo parece, é o que é o Ministério da Defesa.
Como penso que muitos saberão, há uns anos aqui atrás, foi feito um protocolo para a recuperação do Forte da Graça. Se bem me lembro e corrijam-me se estiver enganado, as entidades envolvidas eram o Ministério da Defesa (dono do prédio militar), o Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Elvas e penso que mais outra entidade qualquer que não recordo.
Segundo julgo saber, a obra estaria projectada por fases, cabendo a primeira à CME e que dizia respeito ao restauro das coberturas. Segundo julgo também saber, a CME cumpriu a sua parte. O problema surgiu quando teve que arrancar a segunda fase e que pertencia ao MD. Aí, paradoxalmente tudo se complicou porque quem tinha o processo entre mãos não deu andamento a ele, e digo paradoxalmente, porque o dito senhor, não sendo de Elvas, toda a sua família aqui pertence. Nunca consegui entender o porquê da “birra”. O que é certo é que o barco encalhou nas mãos desse “senhor militar”.
O Ministério da Defesa por duas vezes tentou vender o forte como se de uma habitação se tratasse, pouco se importando que a “casinha” fosse um Monumento Nacional de grande importância. Sobre potenciais interessados, muitos boatos correram em Elvas. Houve que o quisesse transformar em Casino, em Hotel, em Museu, etc, etc. Penso que na verdade não passaram mesmo de boatos. Até que chegámos aos dias de hoje e a situação mantém-se: o forte ao abandono e o proprietário a comportar-se como muitos senhorios que há por aí sem dinheiro para fazer as obras. Na época atrás descrita, o restauro do forte andaria pala casa dos 5 milhões de contos (qualquer coisa como 25 milhões de euros). Claro que hoje os preços não serão estes.
O Ministério da Defesa está teso que nem um carapau. Por vezes nem dinheiro tem para os combustíveis quanto mais ir empatar verbas tão grandes em algo que não lhes serve para nada. Sendo que isto é a realidade, não resta mais nenhuma alternativa senão forçar o MD a entregar o forte à Câmara Municipal. Haverá neste momento algumas pessoas a pensar que seria um disparate gastar verbas tão elevadas no restauro do velho forte. Se é certo que a Câmara Municipal teria que desembolsar uma parte do capital, há programas comunitários que pagariam a maior fatia. Julgo que esta será a solução que a câmara tem pensada.
Mudemos por instantes o rumo da conversa.
Está visto e mais que visto que a solução para o desenvolvimento de Elvas passa inexoravelmente pelo Turismo. É a única jóia que nós temos na nossa terra e que é vendável: o nosso Património. Não me venham com ideias de fábricas de cervejas, call-centers ou outra coisa qualquer. Poderia ser uma solução para o curto prazo, mas nunca traria o desenvolvimento sustentado pretendido, já que a mão-de-obra necessária para tais empreendimentos seria quase toda desqualificada.
Voltemos então novamente ao forte.
Não será esta “peça” a mais valiosa ou das mais valiosas que temos? Não será esta “peça” a que atrairia mais turistas culturais (que são os que têm dinheiro e tempo)? Então a recuperação do forte como é que seria contabilizada: como despesa ou como investimento? Penso que todos estaremos de acordo quanto a isto.
Como o povo diz, “Avancemos por Talavera sem medos”!
Em 12 de Junho do mesmo ano propus que se fizesse uma petição nos seguintes termos e que seria assinada pelos cidadãos de Elvas:
“Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Excelentíssimo Primeiro-Ministro de Portugal
Excelentíssimo Senhor Ministro da Defesa
Excelentíssimo Senhor Chefe do Estado-maior das Forças Armadas
Excelências
Como é do conhecimento de V. Excelências, Elvas, desde sempre conhecida como a Chave do Reino é detentora de um património militar invejável, tanto na quantidade como na qualidade. Dos inúmeros edifícios militares existentes somente cinco estão reabilitados e com novas utilizações. Refiro-me a:
1 – Forte de Santa Luzia – Actualmente sob a tutela da Câmara Municipal de Elvas e utilizado como Museu Militar;
2 – Trem – Sob a tutela do Instituto Politécnico de Portalegre e onde funciona a Escola Superior Agrária de Elvas;
3 – A Casa das Barcas – Sob a tutela da Câmara Municipal de Elvas e actualmente transformada em Mercado Municipal;
4 – Quartel do Regimento de Infantaria de Elvas, actualmente sob a tutela do Ministério da Defesa onde está em instalação o Museu Militar da
Guerra do Ultramar;
5 – Hospital Militar, sob tutela privada e onde funciona actualmente o Hotel São João de Deus.
Só que esta é uma pequena parte de um vasto conjunto de construções militares de onde se destaca o Forte de Nossa Senhora da Graça, obra maior das fortificações militares portuguesas.
Acontece que este vasto património está ao abandono e em degradação acelerada, sendo que a última “vítima” foi o Convento de S. Paulo, onde funcionou o Batalhão de Caçadores 8 e ultimamente o Tribunal Militar e Estabelecimento Prisional Militar de Elvas. E digo vítima porque entrou em derrocada e o mais provável será o seu desaparecimento.
Os peticionários têm a noção que para o restauro do referido património são necessárias verbas enormes e que a presente crise económica em nada vem favorecer, não se vendo uma solução viável num futuro próximo que evite o colapso geral do dito património.
Assim sendo o grupo de cidadão que abaixo assinam esta petição, vêm propor o seguinte:
1 – Passagem da tutela de todos os edifícios militares não utilizados para a tutela da Câmara Municipal de Elvas;
2 – Esta, não tendo também as verbas necessárias para o seu restauro imediato, tem a capacidade de ir interferindo nos casos mais urgentes;
3 – A médio prazo a Câmara Municipal de Elvas tem a capacidade de concorrer a programas comunitários que lhe permitam o efectivo restauro e reutilização.”
Será que alguém quis saber ou mexeu uma palha nesse sentido? NÃO
Que venha uma oposição capaz ou então como Presidente ou como vereador terão que o aturar para sempre.
PS- Estou a lembrar-me de uma personagem capaz de ser oposição: Zé de Melro!
Jacinto César
Caros conterrâneos.
Mais uma vez chega o dia em que todos nos reunimos
em volta de uma devoção: o Senhor Jesus da Piedade.
Passei dois anos da minha juventude a fazer uma guerra.
Passaram-se dois Natais. Passaram-se duas Páscoas.
Passaram-se por duas vezes datas importantes.
Sempre me lembrei da família e dos amigos. Mas
confesso que nos dois dias 20 de Setembro por
várias vezes as lágrimas me vieram aos olhos.
Foram os dias que mais me custaram a passar lá no
longínquo Moçambique.
Para todos aqueles que têm a sorte de poder vir,
que sejam bem-vindos. Para todos aqueles conterrâneos
que pelos mais variados motivos não se podem deslocar
a Elvas neste dia, fica aqui a minha solidariedade. Não
percam a esperança. Para o ano as coisas podem mudar.
UM BOM S. MATEUS PARA TODOS.
Jacinto César
Na quinta-feira passada fui assistir ao espectáculo na Praça da República.
Diga-se deste já, um magnífico espectáculo, mas infelizmente pouco divulgado.
Foi também com agrado que vi que finalmente o palco foi montado de
frente para Sé, deixando a descoberto todo o seu esplendor.
Um ponto a favor da Câmara.
Enquanto se resolvia o imbróglio das luzes da praça que teimavam em não
se apagar, tive cerca de meia hora a falar com os meus botões e a pensar
o que se podia fazer no Centro Histórico para lhe dar outra animação
e trazer mais gente “cá para o alto”. Entre outras, saíram-me duas que me
pareceram consistentes.
1 – Às segundas-feiras de manhã, realiza-se na praça uma “espécie”
de feira de velharias. E digo espécie porque aquilo não é nada.
E porque não passá-la para o sábado o dia inteiro? E porque não a
Câmara mandar fazer umas bancas próprias para dar mais dignidade
ao evento? E depois porque não fazer uma propaganda mais forte
tanto nas redondezas de Elvas como de Badajoz? Penso que seria
mais um evento a animar e trazer pessoas para o centro.
2 – Todos os anos se realiza a feira escolar no Jardim Municipal.
É um evento que atrai muita gente como sempre pude constatar,
já que vivia ali próximo. E porque não fazê-la no centro, utilizando
o espaço da praça e da Rua da Cadeia? Dir-me-ão que não concordam
já que se tinha que desviar o trânsito da artéria principal. E onde
é que está o problema? Os autocarros deixaram de circular no centro
e os automóveis têm alternativa. Campo Maior não pôde estar uma
mais de uma semana com as ruas ocupadas com as festas?
Já se pensou na quantidade de pessoas que durante uma semana
vinham para o centro? Os miúdos são às centenas e consomem.
Os pais que acompanham os filhos também. E os que vão só ver
também. Tudo junto era capaz de animar uma semana inteira as
principais ruas. Porque não pensar no assunto?
Enquanto estava a escrever isto lembrei-me que sempre aqui me
manifestei contra a realização da Semana da Juventude junto aos
Arcos das Amoreiras e pelas razões que estou farto de explicar.
Porque não aproveitar aquela enorme área que é a do fosso das
muralhas entre o Jardim das Laranjeiras e as Portas de Olivença?
Tinha-se aí um espaço enorme, com entrada por vários sítios
e com um fundo também digno que são as Muralhas.
Sr. Presidente da Câmara, se este escrito lhe chegar pense nas
sugestões que aqui lhe deixo. Penso que não são descabidas de todo.
Jacinto César
Vou hoje continuar a analisar os problemas do Centro Histórico da nossa cidade.
No primeiro artigo falei sobre a história da debandada geral da população
para a periferia e as consequências que isso acarretou.
Ontem, debrucei-me sobre um dos problemas que eu considero
importante e que é a geografia do terreno em que a cidade está
implantada e a grande faixa de terreno em declive a separar o
centro da periferia.
Hoje gostaria de ir aos problemas menores, mas que não deixam de ser
problemas. Aquando da debandada geral, não houve senhorio que
tentasse travar o acontecimento modernizando as casa que lhe
pertenciam de modo a dar condições dignas a quem lá quisesse habitar.
Não se quis investir um centavo, preferindo deixar as casa devolutas
e ao abandono. E assim chegaram ao estado em que hoje se encontram.
Não vale a pena arranjar desculpas porque foi assim mesmo. A juntar a
estes, o Exército fez ainda pior. Deixou ao abandono, um sem número
de instalações, entre elas, alguns edifícios com valor histórico e outros
mesmo Monumentos Nacionais. Um atentado que foi cometido e que
será difícil de remediar a não ser à custa de muitos milhões.
SEM PERDÃO.
Toda a gente atira pedras a todos, mas não ouço ninguém fazer o
“mea culpa”.
Recentemente comecei a notar algum interesse imobiliário pelo
centro. Quero aqui referir a recuperação excelente do edifício
com frentes para a Rua Eusébio Nunes e Rua de Alcamim.
Sei que o Patrik Sequeira e mais uns quantos (perdoem-me o facto
de não conhecer os nomes) estão envolvidos nessa recuperação.
É notável. Assim houvesse mais gente com coragem de investir
assim e mais gente viria viver para o centro.
Eu que sou um “retornado” às origens, e por mais incrível que
pareça, o que mais estranhei foi o silêncio à noite, comparando
com o local onde vivia. Quem tem mau dormir, descansa mesmo.
Claro que se toda a gente se lembrasse de fazer o mesmo,
deixávamos de ter uma cidade quase fantasma para termos bairros
fantasmas. Nós como bons portugueses que somos, ou é 8 ou 80.
Fala-se muito dos lugares de estacionamento. Eu não conheço
muitas cidades com centros históricos que tenham tantos parques
de estacionamento. Pois é, o problema é que todos queremos um
lugar mesmo à porta de casa e de preferência poder entrar com
o popó para dentro dela.
Fala-se também na falta de estacionamento para quem quer vir
fazer compras. A quantos metros fica o parque subterrâneo das
principais ruas comerciais? Não me venham com o argumento
que custa umas dezenas de cêntimos ter lá o carro umas horas.
Vão a qualquer cidade e verão como é.
Resumindo, este é um processo em que há muita gente com
culpas no cartório, mas que vai assobiando para o lado como
se nada fosse com eles.
Haja coragem para alterar as coisas, nem que seja aos poucos.
Até lá vamos ter que aguentar.
Amanhã para finalizar esta série de escritos sobre a problemática,
gostaria de falar um pouco sobre comércio e comerciantes.
Jacinto César
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