Recordo-me de há uns tempos atrás ter ouvido o nosso saudoso Ministro da Economia Manuel Pinho (sim aquele que pôs uns cornos na cabeça) dizer que o único meio que nós tínhamos de aumentar a competitividade era termos uns vencimentos parecidos com os dos chineses. O nosso homem foi embora, mas a ideia parece que “colou”. Vejamos:
1 – Aparentemente o governo de Pequim vai ajudar a economia portuguesa. E a troco de quê? Inundando o país de comércios chineses, patrocinados pelo respectivo governo, com produtos de baixa qualidade a preços da uva mijona. Lógico que as empresas portuguesas (industrias e comércios) estão a ressentir-se de tal invasão. Como se não bastasse, enquanto os portugueses pagam os impostos, os orientais ficam isentos durante cinco anos, que podem até ser mais se os comércios mudarem de proprietários
2 – O governo de Portugal por sua vez começou também a ajudar. E como? Baixando os vencimentos, diminuindo as pensões, aumentando os impostos, diminuindo as prestações sociais e aumentando tudo e mais alguma coisa.
3 – Perante um panorama destes não faltará muito tempo para estarmos ao nível da China. Mas atenção, não à China rica e próspera como Macau, Hong Kong ou Xangai, mas à China pobre e miserável do interior.
4 – Qualquer conversa de café vai ter sempre ao mesmo assunto. O nosso país vai de mal a pior: os pobres cada vez estão mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Todos sabemos disso. E que fazemos nós para alterar a situação? Nada. Falamos muito mas passar à acção nada.
5 – Veja-se o que se passa na vizinha Espanha, na França ou na Itália. Aqui as populações revoltam-se! E nós? Continuamos a falar.
6 – O que é que é necessário fazerem-nos para vencermos esta anestesia colectiva?
7 – Por acaso não necessitaríamos de um novo 25 de Abril e pôr uns quantos dentro de um Campo Maior e não dentro do Campo Pequeno como sugeriu Otelo Saraiva de Carvalho? Se calhar isto já só vai à “porrada”.
Haja coragem para alterarmos o rumo desta situação que só nos leva para o abismo.
Jacinto César
Já há muito tempo que não escrevia no blog pelo fartão que tinha de apanhar na cabeça, pelo que escrevia e pelo que não escrevia.
Hoje resolvi voltar, para deixar aqui, umas prendinhas de Natal.
Antes ainda, gostaria de deixar aqui o meu muito obrigado aos nossos fiéis seguidores, que mesmo não se escrevendo nada, continuaram a usar a caixa de comentários como caixote de lixo e onde veem depositar todo o veneno acumulado pelas frustrações da vida.
As minhas prendas são:
Um frasco de 605 Forte para:
1 – O nosso adorado 1º Ministro, Engº José Sócrates, pela brilhante governação a que tem sujeito todos os portugueses;
2 – A nossa adorada Chanceler alemã, Angela Merkel, pela brilhante defesa da Europa que tem feito perante a comunidade internacional;
3 – O meu querido presidente francês, Nicolas Sarkozy, pelo reforço brilhante que tem feito do eixo Paris-Berlim a bem do resto da Comunidade Europeia;
4 – O presidente italiano, Silvio Berlusconi, que além de proporcionar a boa disposição aos europeus com as suas palhaçadas, tem feito um combate feroz contra a Máfia;
Um frasco de Estricnina para:
1 – O candidato às eleições presidenciais, Manuel Alegre, pelas lições de patriotismo e ética, que tem dado a todos os portugueses;
2 – O outro candidato, Fernando Nobre, pelas lições de humildade e de altruísmo dadas a todo o mundo através da AMI, organização humanitária que consegue distribuir 1 € por cada 10, aos pobres e desvalidos de todo o mundo;
3 – A querida Ministra da Educação, Isabel Alçada, pelo contributo que tem dado para a visível melhoria da educação dos portugueses. Com mais um decreto e uns quantos despachos teremos 100% de sucesso em todos os anos de escolaridade.
Uma marretada na cabeça para:
1 – O querido presidente da Câmara Municipal de Elvas pelo referendo municipal que prometeu e cumpriu sobre a mudança da Fonte da Misericórdia para o largo do mesmo nome, além de outras promessa feitas e cumpridas;
2 – O líder da oposição municipal, Tiago Abreu, pelo brilhante papel que tem desempenhado enquanto líder incontestado de todas as oposições e pelas brilhantes ideias que tem aportado para melhorar a qualidade de vida de todos os munícipes;
Para terminar, e de uma forma sentida, um Bom Natal para TODOS os elvenses.
Façam o favor de ser FELIZES como dizia o saudoso Raul Solnado.
Jacinto César
Soubemos hoje, através de um estudo publicado, que se estima que a economia paralela representa 24.2% do PIB num valor absoluto de aproximadamente 40 000 milhões de euros.
Conhecidos estes valores, e fazendo algumas simples operações Matemáticas, podemos constatar o seguinte:
O PIB considerado para cálculo, resultante da economia oficial (aquela que é declarada ao fisco), é 165289,2562 milhões de euros aproximadamente.
O deficit previsto para o corrente ano, 7.3% do PIB será portanto aproximadamente 12066,1157 milhões de euros.
Se os valores da economia paralela fossem todos declarados, e contabilizados no orçamento teríamos um PIB de 165289,2562 + 400000 = 205289,2562 milhões de euros
Apenas por efeito da alteração da base de cálculo, com o mesmo valor absoluto do deficit, este representaria 5,88% do PIB em lugar dos 7.3%.
Considerando apenas o IVA desses 40000 milhões de euros (esqueçamos de momento outros impostos e demais contribuições que os mesmos pudessem gerar) resultaria numa receita para o Orçamento de Estado de 8400 milhões de euros, reduzindo o deficit para 3666,115702 milhões de euros ou seja 1,79% do PIB.
Atendendo a estes simples cálculos, podemos concluir que, se todos os cidadãos e empresas cumprissem integralmente as suas obrigações e declarassem a totalidade dos seus rendimentos teríamos um deficit inferior à mágica barreira dos 3% que nos é imposta pela EU.
Mas façamos ainda mis um pequeno exercício, neste caso não quantificado por falta de dados:
Quanto representariam estes 40000 milhões de euros em IRC?
Quanto representariam estes 40000 milhões de euros em IRS?
Quanto representariam estes 40000 milhões de euros em contribuições para a Segurança Social?
Quantos destes 40000 milhões representam rendimentos não declarados de “desempregados” ou de “beneficiários do rendimento social de inserção”?
Em suma quanto mais se arrecadaria por parte da receita e quanto se pouparia do lado da despesa se este valor fosse devidamente enquadrado em termos legais?
Quanto mais representaria esse diferencial em percentagem do PIB 0,5%, 0,7%, 1%?... Não temos neste estudo elementos para que possamos contabilizar.
Podemos no entanto garantir que é a economia paralela a culpada da existência de deficit excessivo, ou talvez memo da existência de deficit.
Então e que faz o nosso “estimado” Governo, apoiado pelos nossos “queridos” deputados dos dois maiores partidos? Levanta o sigilo bancário de uma vez por todas e dá um combate sem tréguas à economia paralela, cuja redução a metade nos deixaria numa posição confortável de ter um deficit abaixo dos 3%? Não, aumenta os impostos que a economia paralela continuará a não pagar, e que apenas vão penalizar os cidadãos cumpridores, aqueles que pagam pontualmente os seus impostos deixando de fora aqueles que não pagam e nunca pagaram sendo por esta via culpados da situação orçamental, reduz os salários dos funcionários públicos que, pelo simples facto de serem pagos pelo Estado, pagam integralmente os seus impostos, não fazendo parte da economia paralela. Procura agora desregular ainda mais as leis laborais para aqueles que trabalham com um contrato legal, em consequência do qual são remunerados e devidamente tributados, e deixa por tributar e quantas vezes a receber prestações sociais (subsidio de desemprego e rendimento social de inserção) aqueles que estão nessa tal economia paralela.
Com todas estas medidas, faz-se recair todo o peso do deficit, sobre o trabalhador por conta de outrem e o empresário cumpridor, quando a sua origem está no incumprimento.
Mas, caros leitores, quando não se quer mexer com certos interesses instalados, solução mais simples é pedir aos mesmos de sempre que paguem um pouco mais em vez de pedir aos outros que paguem o que é devido.
António Venâncio
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