As eleições não foram só autárquicas, mas também legislativas, e como tal era natural que saíssem daqui os mais e os menos do ano. Como a corrupção foi também um fenómeno importante neste ano de 2009, há figuras que não podiam deixar de ser contempladas nas minhas escolhas.
Nota positiva – Paulo Portas
Gostemos ou não dele, foi o grande vencedor das eleições. Não em termos de resultados absolutos, mas para quem era dado como morto e enterrado o resultado tem que se lhe diga. As suas análises políticas têm vindo a confirmar-se, destacando-se as do ponto de vista económico. Foi de verdade o único que foi alertando toda a gente para a manipulação dos dados económicos vindos do Ministério das Finanças. Ainda hoje não entendo como é que o ministro Teixeira dos Santos se prestou ao papel que lhe mandaram interpretar.
Espero que Paulo Portas não fique com “sede de poder” e a troco de 30 moedas se venda ao Partido Socialista.
Nota negativa – Uns quantos.
Aqui tive muita dificuldade em quem escolher, já que o leque de candidatos eram tantos que fiquei baralhado. Com os “menos” faria de certeza um baralho de cartas muito parecido com aqueles que foram distribuídos aos iraquianos pelos militares americanos.
Sócrates é sem dúvida a figura mais negativa, porque sem ele e se calhar os outros não o eram. Fez tanta asneira e mentiu tanto que por vezes ainda me pergunto como é que se mantém de pé.
Maria de Lurdes Rodrigues foi outro exemplar de 5 estrelas pela negativa. Foi o desnorte total. Como ela só o ex Ministro da Saúde que em boa hora se pôs a andar.
Quanto aos outros, bem, não sei quantos teria que incluir, já que a corrupção tem sido nestes últimos tempos o clube com maior número de sócios. Nem o Benfica tem tantos. Coloquei estes dois “pássaros”, porque alguns tinham que figurar na galeria da TASCA.
Jacinto César
Personalidades elvenses
O ano foi marcado pelas eleições autárquicas, e como tal, é deste evento que saem os destaques.
Nota positiva: Rondão Almeida
Vencedor absoluto da contenda, cilindrou a oposição em todos os sentidos. Se é certo que tem valor, há dois factores que contribuíram para a vitória. Um, foi a equipe que se manteve coesa e que foi sem dúvida uma mais valia, sendo de destacar o Dr. Nuno Mocinha e a Dra. Elsa Grilo. O outro factor, foi a ajuda da oposição que se apresentou a sufrágio. Esta foi confrangedora.
Como cidadão só espero que a equipe cumpra o que prometeu. Destas promessas excluo as políticas de emprego, porque todos nós sabemos que não dependem dos eleitos, por muito que tivessem prometido. Ninguém, presumo, acreditou nessas promessas. Nem os próprios acreditavam no que diziam, já que sabiam que era assunto que se lhes escapava das mãos. Quanto ao resto estamos cá para ir conferindo.
Nota negativa: Dr. Simão Dores
Nunca aqui pus em dúvida a sua honestidade, a sua inteligência e competência, mas, foi de uma inocência tremenda. Aquilo que todos viam, ele não conseguiu divisar, mesmo tendo sido alertado. O grande derrotado não foi ele, mas a equipe que o acompanhou. De uma incompetência tamanha e tão grande, mas que Simão Dores não viu. Penso que não merecia ser humilhado desta forma. Era inevitável ter que o colocar no fim da tabela.
Nota final
A respeito da equipe que acompanhou Simão Dores, eles já andam por aí outra vez. Agora o alvo principal é o Dr. Nuno Mocinha como presumível sucessor Rondão Almeida. E por mais incrível que pareça, estão a cair nos mesmos erros. Nuno Mocinha não precisa que o defendam, mas presumo que com os ataques que lhe começaram a fazer lhe dê vontade de rir, pois assim caminharemos para mais do mesmo. A incompetência, a maledicência estão a vir novamente ao de cimo. Haja paciência para aturar estas anormalidades.
Jacinto César
Não sei bem como é que isto me veio parar cá a casa, até porque o filme só estreia na Europa no final de Janeiro, mas como apareceu, tenho que falar dele. Seria imperdoável!
É muito raro falar aqui de cinema, até porque a “colheita de
Em primeiro lugar pela história verdadeira e que tem por protagonista Nelson Mandela. Não conhecia este episódio da sua vida, mas se antes já o tinha como um dos HOMENS o século XX, mais o fiquei a admirar. A grandeza deste homem fazia muita falta a um país como o nosso. A sua verticalidade, honestidade e a capacidade de perdoar deveria de servir de exemplo a muito boa gente que anda por aí. O problema é que não nasce gente assim todos os dias. É pena!
Em segundo lugar gostaria de destacar a bela obra cinematográfica que o eterno cow-boy nos traz mais uma vez. Nunca me passou pela cabeça há muitos anos atrás que o mau actor Clint Eastwood se transformasse num dos melhores realizadores da actualidade. Um filme magnífico a não perder. É de ver e rever muitas vezes!
Em terceiro lugar gostaria de destacar mais uma excelente interpretação de Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela. Seria injusto da minha parte não destacar a interpretação de Matt Damon como capitão da Selecção de Rugby da África do Sul.
A não perder assim que possam ver.
Jacinto César
Lá para os finais do século 18, um senhor chamado James Gillray, inglês de nascimento e má-língua de profissão, além de caricaturista, entre as centenas de obras, pintou esta, a que deu entre outros títulos “O fungo” (também lhe chamou Excrescência).
O nosso homem que de inocente não tinha nada, quis mostrar o estado da corrupção no reino de Sua Majestade naquela época. Os polvos cresciam como cogumelos, ironizava Gillray. O cogumelo que aparece em primeiro plano era William Pitt Ministro das Finanças da Coroa.
Sem grandes dificuldades, podemos transportar esta imagem para os dias de hoje e para Portugal, só que com uma diferença: ali, são representados meia dúzia de cogumelos e por cá teriam que ser muitos mais. De ressaltar que até o nariz de Pitt era cor-de-rosa.
Os nomes a colocar nos cogumelos ficam à imaginação de cada um!
Jacinto César
Faz já um par de anos, tantos que já nem recordo, que tive a felicidade (ou infelicidade) de ir à Roménia. Foram dias inesquecíveis para mim, não que alguém me tivesse feito mal, mas pelo facto de nunca na minha vida ter visto tanta gente de cabeça virada para o chão, não sei por tristeza se por vergonha da sua condição de vida. Para mim eram as duas coisas.
Fez ontem 20 anos que os romenos se viram livres de um dos últimos (?) ditadores da Europa de Leste.
Sou contra a pena de morte em quaisquer circunstâncias e muito menos o ser-se linchado sem julgamento. Mas foi assim que os romenos resolveram a situação insustentável em que viviam. Vivendo nós num país pobre, poucos saberão o que é na verdade ser pobre como eu vi ser-se pobre. Da melhor ou da pior maneira viram-se livres de Nicolae Ceausescu e da sua querida esposa Elena. Formavam um rico par.
Sei que cada povo tem o governo (ou ditador) que merece. Mas também é verdade que um dia ficam fartos e a coisa acaba mal. Infelizmente é assim que acabam a maioria!
Jacinto César
Hoje quero deixar aqui uma mensagem de esperança para todos, no entanto gostaria também de fazer aqui um apelo: que nos lembremos todos dos pobres, dos desfavorecidos, das crianças e dos idosos.
Do fundo do coração, desejo a TODOS UM FELIZ NATAL cheio de ALEGRIA e PAZ.
Jacinto Cesar
Desde que acompanho a política Nacional, e já lá vão perto de quarenta anos, nunca ouvi um Governo assumir os erros cometidos. Sempre que algo corre mal, nomeadamente do ponto de vista económico, invariavelmente o dedo é apontado a um de dois factores: as políticas do Governo anterior ou uma qualquer crise internacional.
A primeira justificação surgiu logo após o vinte cinco de Abril, com as inúmeras referências à pesada herança do fascismo, a qual era sem dúvida pesada (várias toneladas de ouro), e vem sendo repetida sempre que numas eleições se verifica uma alternância no poder. A segunda, é apontada sempre que a economia mundial ou europeia “abana” pois é certo que, se os nossos parceiros económicos “espirram”, nós por cá apanhamos uma ”broncopneumonia dupla”.
Na passada legislatura assistimos consecutivamente à utilização, por parte do Governo PS em geral e do seu Primeiro-Ministro em particular, dos dois tipos de justificações: Durante os primeiros três anos, todos os males tinham origem no anterior Governo, mesmo quando já deveria ter decorrido o tempo suficiente para que se tivessem corrigido os erros do mesmo, durante o último ano tudo passou a ter como justificação a crise internacional. Nada de novo portanto. A mesma lógica a que já nos tínhamos habituado.
Na passada semana ficamos a saber que o desemprego em Portugal cresce ao dobro do ritmo da CE.
Não podendo a responsabilidades deste facto ser assacada ao actual Governo, dada a sua elevada “competência” e a “qualidade” indiscutível das medidas implementadas pelo mesmo para combater a crise, não podendo também ser responsabilizada a crise internacional uma vez que, nesse caso, o nosso desemprego cresceria na pior das hipóteses em linha com o dos nossos parceiros, sendo até de esperar, pelos motivos atrás referidos, uma performance acima da média, resta-nos a conclusão obvia:
Esta situação que está a lançar no desemprego milhares dos nossos compatriotas, a um ritmo tão elevado, só se pode dever às políticas desastrosas do Governo anterior.
Antes de mais, gostaria de vos contar a história desta fotografia. Ela foi obtida pelo fotógrafo “free lancer” Kevin Carter no Sudão. Não é necessário contar o que se passou e o final da história. Dado o seu conteúdo, a oportunidade e a sensibilidade mostradas, foi Prémio Pulitzer. Nada que todos nós não vejamos nas televisões dia após dia. A única diferença entre esta e muitas outras, é que em quase todas o “objecto” da fotografia acabou mal. Desta vez as coisas correram mal para fotografado e fotógrafo. Kevin Carter viu tanta coisa igual à que mostrou ao mundo que acabou numa depressão gravíssima que o levou ao suicídio. Esta é a história da fotografia.
Sei que talvez não seja a melhor época para colocar tal documento aqui, mas por saber isso é que o fiz.
Ontem falei aqui sobre a corrupção em África, hoje mostro-vos o resultado. Mas todos calamos, todos consentimos, todos ignoramos porque não nos toca directamente. A ignorância dá-nos por vezes muito jeito. Preferimos ignorar a falar alto e bom som. Preferimos fingir que não vimos do que tentar cada um pelos seus meios, protestar.
É verdade que o abutre ainda não nos quis comer, mas pode ser que um dia o faça. Quando abrirmos os olhos pode já ser tarde e abutres é o que não faltam por aí. Espero do fundo do coração que cada um de vós ao almoçar ou jantar se lembre deste menino que por não comer foi comido. Espero que cada um de vós se lembre do vizinho do lado, deste ou daquele que passa um mau momento ou precisa da vossa ajuda.
Todos nós somos rápidos a dizer que gostaríamos que natal fosse todos os dias. Fica bem. Fazer é que fazemos muito pouco.
Pensemos no assunto.
Jacinto César
“Isabel dos Santos comprou 10% do capital da Zon, através de uma sociedade com o nome de Kento”
Os governantes de Angola não têm pinga de vergonha (tal como cá). Num país que vive em ditadura disfarçada de democracia, como é que é possível a filha de José Eduardo dos Santos juntar tanto dinheiro? E se fosse só este!
Pobre povo que martirizado por duas guerras ainda tem o azar de ter esta família a comandar os seus destinos depois da independência. Eu tenho dúvidas se não vivem pior agora que no tempo do colonialismo.
O actual presidente, que já é “actual” há muito tempo e se manterá “actual” pelo menos por mais 3 anos, porque eleições com ele nem vê-las, proporciona à família e aos amigos vidas dignas de imperadores.
Quem tem acompanhado as notícias nestes últimos tempos decerto já terá ouvido que os principais clientes das lojas de luxo em Lisboa são angolanos. Sei que para os primeiros o negócio é bom, para os segundos também. E o Zé povo? Come o quê? Veste o quê?
Lá tal como cá já só ia de uma maneira! Mas enfim, cada povo tem o que merece. Eles têm lá os seus corruptos e nós os nossos. Haja alegria, principalmente porque o Benfica ganhou. O resto, nós esquecemos. Que remédio!
Jacinto César
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