Um BOM ANO para todos e façam-me o favor de serem felizes.
Jacinto César
Desejo sinceramente estar enganado.
FELIZ 2009
O Mais
Manoel de Oliveira
2008 foi em Portugal um ano parco em acontecimentos relevantes. Infelizmente para o nosso país.
Ainda assim destaco o 100º aniversário do realizador português, que apesar de não realizar o tipo de cinema que gosto, tenho que reconhecer a sua enorme obra e que é apreciada em todo o mundo. Deu-me uma particular satisfação em vê-lo no dia do seu aniversário e após a pequena festa que lhe fizeram, mandar toda a gente novamente para o trabalho. Talvez Portugal necessitasse de mais gente deste calibre e nas mais variadas áreas.
Os Menos
Bancos e bandidos
Se acontecimentos positivos, poucos houve, negativos não faltaram. Destaco dois, mas poderia escolher um sem número deles.
A primeira nota negativa vai para a maior parte dos bancos por um motivo e em particular para o BPN e BPP.
Em relação aos bancos na sua generalidade, está o facto escandaloso dos vencimentos astronómicos dos seus gestores acrescidos de prémios ainda maiores sobre os lucros. Em época de crise, é um atentado há pobreza tamanha ostentação. E nós pagamos.
Em relação ao BPN e BPP, é aquilo que todos nós já conhecemos. Um autêntico regabofe. Só um dos gestores está preso, mas muitos mais deveriam estar-lhe a fazer companhia.
O outro acontecimento que escolhi, foi o aumento exponencial da criminalidade violenta. Mais uns tempinhos e estaremos parecidos a Chicago dos anos vinte do século passado. Assaltos a bancos (o menos grave), os combates entre gangs, os assaltos aos multibancos, o ataque indiscriminado às pessoas, etc, etc.. Não sou apologista da violência, mas se a polícia não começa a fazer mossa nesta gente não sei onde iremos parar. Por falar em polícia, quero aqui deixar uma palavra de apoio a esta corporação, pois sei que se não fazem mais é porque não os deixam o que deve ser de uma frustração tremenda.
Jacinto César
Acontecimentos Internacionais
O Mais
Jogos Olímpicos de Pequim
Apesar do regime político vigente na China, não podemos alhearmo-nos da grande festa que foram os Jogos Olímpicos de Pequim. Foi sem dúvida a grande festa dos povos. A cerimónia de abertura é do melhor, senão mesmo a melhor jamais feita. Foi de encher o olho. Em relação à participação portuguesa, muitos esperavam melhor, mas bem vista as coisas, não passamos de um país de 10 milhões de habitantes. Se virmos as coisas sobre o ponto de vista estatístico, o número de “super homens e super mulheres” por milhão de habitantes até não podemos dizer que fizemos má figura
O Menos
Crise financeira mundial
Um balão quando se sopra demasiado vai inchando até rebentar. O fenómeno que começou nos Estados Unidos e se propagou a todo o mundo, era algo esperado por muito boa gente. Quem for acompanhando o que se vai escrevendo nos jornais, sabia que era uma questão de tempo. Chamam-lhes os economistas “ciclos económicos”. Só que se calhar ninguém estava à espera que a “bronca” fosse tão grande. Tudo começou com o chamado “subprime”. Depois veio a especulação do petróleo e dos produtos alimentares. Culminou com a falência de alguns bancos e a descoberta de aldrabices monumentais. Dizem os entendidos que o pior ainda está para vir. Aguardemos por novos episódios de uma novela em que todos nós somos figurantes.
Jacinto César
O Mais
Presidente da Câmara Municipal de Elvas
Por mais voltas que se queira dar ao assunto, o Presidente da Câmara e não o cidadão José Rondão de Almeida, é uma figura incontornável da política local. Se o cidadão é aquilo que já disse aqui mais que uma vez, o presidente é sem dúvida um “animal” político. Sabe gerir o município, está atento a tudo o que se possa dizer para poder fazer e depois tirar os respectivos dividendos.
Pode-se gostar ou não do estilo populista, mas lá que é eficaz, ninguém pode dizer o contrário. Se não fosse o próximo mandato o último, bem se poderia dizer que morria em serviço. Alternativas não se vislumbram.
O menos
CDS/PP de Elvas e Tiago Abreu
Quero acreditar que é uma pessoa honesta, trabalhadora, muito voluntarioso, mas como político fica muito a desejar. Dispara em todas as direcções, vai a todas, mas o resultado é precisamente o contrário ao pretendido. Se José Rondão de Almeida tem um trato meio “carroceiro”, Tiago Abreu não se lhe fica atrás. Fica a dever muito à educação o que faz com que as pessoas se afastem dele, mesmo os do próprio partido o que é muito grave. Infelizmente quem o rodeia e aconselha também não são as pessoas apropriadas para a tarefa. Gosta de estar rodeado de “yes men” e dominar a situação. Resumindo, não tem futuro político.
Jacinto César
O MAIS
Teixeira dos Santos
Para dizer a verdade não me apetecia fazer citações positivas na política nacional. Acabei por escolher o Ministro das Finanças por me parecer que ainda foi o menos mau de todos. Penso que ainda foi Teixeira dos Santos que segurou o país e evitou que o descalabro fosse total. Acredito que é uma pessoa honesta e competente e que não merecia estar num (des)governo destes. É verdade que nos tem ido aos bolsos e de que maneira, mas também não sei se assim não fosse o que é que teria acontecido. Tem-se dito muito mal do homem, mas o que é certo é que ainda não ouvi nenhum dos detractores dizer como fazer melhor.
OS MENOS
José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues e Manuela Ferreira Leite
Este trio maravilha tem feito dos portugueses gato-sapato. Vamos a cada um à vez.
José Sócrates tem-se comportado como um pequeno ditador à moda da América Latina. Juntamente com Cavaco Silva (como 1º Ministro), são as pessoas que raramente têm dúvidas. Eu também não tenho dúvidas mesmo quando sei que estou a fazer asneira. Faz orelhas moucas, assobia para o lado e vai fazendo a conta dele sem passar cavaco a ninguém. Aquilo que muita gente diz ser coragem, para mim não passa de teimosia e nem que a vaca tussa ele muda de ideias. Diz-se socialista da ala moderna do partido, mas a prática política não passa de um liberal ortodoxo. Ultimamente tem-se tornado num vaidoso de primeira.
Maria de Lurdes Rodrigues, também alcunhada de Ministra Sinistra é o produto acabado de uma pessoa complexada. Ela mais os seus dois “cães de guarda” têm tratado da educação dos portugueses como nenhum ministro jamais tratou. Os cidadãos à conta de tão intoxicados terem sido embarcam no discurso. Por alguma razão a senhora uma vez disse que “tinha perdido os professores mas que tinha ganho os pais”. Pudera, são estes que dão votos. Juntamente com Sócrates criaram um monstro chamado de “Novas Oportunidades”, que não passa em meu ver de uma fraude(intelectual) gigantesca que tem servido para atirar com areia para os olhos dos portugueses e da Comunidade Europeia e colocar Portugal uns pontos mais acima nas estatísticas. Foi ainda desta dupla que saiu o celebérrimo Magalhães, que para além de outras coisas serve para dar cabo da cabeça do desgraçado do professor que passou a ter à sua frente 20 ou 25 diabinhos armados de uma ferramenta que tem tudo menos de pedagógica. Se as máquinas de calcular já eram prejudiciais à aprendizagem, o Magalhães tem que se lhe diga. Mas não faz mal, quando os diabinhos crescerem têm tempo de aprender a tabuada, de fazer conta e aprender a ler e escrever.
Em relação a Manuela Ferreira Leite, a sua actuação como Secretária Geral do PSD, tem sido um desastre total. Passou a primeira parte do seu mandato num silêncio ensurdecedor, para de seguida começar a dar tiros nos pés a toda a hora. De uma mulher de quem se esperava rigor virou numa política em que um dia diz uma coisa e no outro o contrário. Era a esperança de muitos portugueses como o meio de abater Sócrates. Mas não passou disso mesmo: esperança. É a desilusão geral e dá pena vê-la andar a reboque dos acontecimentos.
Jacinto César
POLÍTICA INTERNACIONAL
O MAIS
Barack Obama
Se tivesse que dizer o que fez de especial este homem, não saberia dizer, a não ser o facto de ter ganho as eleições nos Estados Unidos. Porque o escolho então? A esperança!
Na verdade, penso que não só eu como a maioria das pessoas encontra nele qualquer coisa que nos transmite confiança que se traduz na esperança que todos temos em que algo mude na política dos “States” e que traga a tranquilidade ao mundo que não temos tido durante o consulado de George W. Bush. Vivemos tempos conturbados, que necessitam de alguém moderado e com bom senso para inverter a situação. Espero, esperamos, que não nos desiluda.
OS MENOS
Dmitri Medvedev
O que é que este homem eleito presidente da Rússia em 2007 fez de anormal para merecer ser um dos menos? Nada. Nada mesmo! E como é possível que um presidente Russo não tenha feito nada? Pelos simples facto de não ser presidente de FACTO, mas só de nome, pois quem continua a ser rei e senhor daquele grande país é Vladimir Putin. Mais, penso que até ás próximas eleições e em que este último se pode voltar a candidatar, Medvedev continuará a ser um presidente fantoche.
Robert Mugabe
Se a minha primeira escolha pode não ser consensual, o presidente do Zimbabué, penso eu, não haver quem conteste. Um dos últimos grandes ditadores de África, déspota e sanguinário, que diz para quem o quiser ouvir que o país é dele. Estranho muito é o facto de outros por muito menos terem caído, mas este parece-se com aqueles bonecos que se mantêm sempre em pé.
Jacinto César
Nós, homens, temos a tendência e por vezes a soberba de nos acharmos superiores aos ditos animais irracionais. Lá que pensamos, pensamos, mas nem sempre da melhor maneira. No entanto se os observássemos bem aprenderíamos muito com eles.
Já há uns tempos atrás que vi um documentário intitulado “A marcha dos pinguins” e que teve o condão de me comover, dado o facto de mostrarem às pessoas ditas racionais o quão diferentes são, para melhor, que nós. Podem chamar-lhes reflexos condicionados, espírito de sobrevivência ou outro nome mais pomposo. O que é certo é que nos conseguem dar uma lição de vida, uma lição de espírito de solidariedade e mostrarem uma capacidade de sofrimento e coragem pouco habitual entre os humanos.
Hoje ao ver o carinho e o cuidado com que a cadela (irracional) trata os filhotes, fez-me ver até que ponto e por vezes os racionais são piores que os animais.
Sei que é um tema triste para a época que atravessamos, mas talvez também seja tempo de reflectirmos um pouco sobre os nossos comportamentos do dia a dia.
Quando há uns anos atrás me diziam que se qualquer pessoa em pleno centro de Nova Iorque tivesse um ataque cardíaco e caísse para o solo, os passantes, o único que faziam era desviarem-se para não pisarem o infeliz. Pensei para mim que no nosso país tal era impossível de acontecer. Puro engano.
Pensemos um pouco e tentemos lembrar-nos qual foi a última vez que ajudámos alguém que necessitava? Que fomos solidários com quem precisava de nós? Que passámos das palavras aos actos aquilo que propalamos?
Todos os anos por esta altura renovamos o nosso propósito em sermos melhores. Todos os anos por estes tempos juramos a nós próprios que não cometeremos os mesmos erros do ano anterior. E que acontece? Tudo igual. Depressa esquecemos o espírito natalício. Há aquela frase muito comum que diz que Natal deveria ser todos os dias. O pior é que Natal nunca o chega a ser porque a raça humana apesar de dotada de inteligência comporta-se pior do que aqueles que não são dotados dela. Eu já perdi a esperança que as coisas mudem para melhor. Com os anos a passar, cada vez me torno mais pessimista. Espero que não sejam todos como eu.
Para finalizar queria aqui desejar um Bom Natal para todos aqueles que se dão ao trabalho de nos aturarem todos os dias, um Bom Natal para todos, mesmo todos, os nossos companheiros destas lides. Um Feliz Natal para todos!
Jacinto César
Hoje e como estamos próximos do Natal quero daqui enviar uma mensagem a um menino que vai nascer a 24, ou antes, quero fazer-lhe por antecipação alguns pedidos para o meu sapatinho.
O primeiro é que permita que o movimento que vai tentar fazer novo referendo sobre a IVG consiga ir em frente e que consiga alterar a lei criminosa que se fez.
O segundo pedido é que ilumine as pessoas nas eleições legislativas a não meter o “papelinho” no partido de Sócrates “o moderno” (presumo que o mais antigo se esteja a revolver no túmulo só de saber que há para aí um seu homónimo a fazer as besteiras que tem feito)
O terceiro pedido é um pouco mais difícil, já que o que eu pretendia era acabar com todas as bestas ainda maiores que há semeadas por esse mundo fora e que não deixam uma pessoa viver em paz.
O quarto pedido é mais simples e é para a nossa terra. Queria pedir que desse um empurrãozinho a quem tiver o poder, para nos trazer um pouco de prosperidade e bem-estar. Acho que como já batemos no fundo, agora era só empurrar um bocadinho para cima.
Jacinto César
Nota – Hoje passou-me a azia. Haja Deus!!!!!
Quando começou nos Estados Unidos a actual crise financeira, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos veio afirmar peremptoriamente que em Portugal não havia bancos em risco, que todos eles apresentavam solidez bastante para resistir à crise internacional que se adivinhava. O tempo viria provar que estas afirmações não correspondiam de todo à realidade e, não tardou a surgir o caso BPN, uma tremenda embrulhada de fraudes financeiras, que obrigou o Governo a intervir, através da nacionalização do mesmo. Até hoje não sabemos quanto já foi injectado nesta operação, e quanto ainda faltará injectar, para que a situação fique resolvida.
Pouco tempo decorreu e novo problema surgiu no panorama financeiro nacional o caso BPP, aqui parece não haver, pelo menos que se saiba até ao momento, indicio de fraude, mas apenas um problema de liquidez, e ai temos o Governo, mais uma vez, a acorrer à situação, desta vez através de um aval, com base em garantias apresentadas pelo banco, que poderão vir a tornar-se numa nacionalização se o banco não for capaz de cumprir as condições do empréstimo conseguido com esse aval.
Não sou dos que defendem, de uma forma radical, que o Governo deveria deixar falir os bancos, com o argumento de que os banqueiros são ricos e têm ganho milhões ao longo dos anos. Não podemos esquecer que os bancos não são só os banqueiros, mas também os seus depositantes, que veriam as suas economias desaparecer, os trabalhadores, que ficariam sem os seus empregos e as pequenas empresas, que têm pagamentos pendentes desses bancos e que se veriam seriamente afectada, há no entanto uma análise séria que se torna necessário fazer e perguntas que devem ser respondidas.
No caso do BPN, um banco comercial com balcões espalhados pelo país e milhares de pequenos depositantes, a intervenção parece-me inevitável, pois caso contrário, seria conduzir milhares de famílias e pequenas empresas a uma situação desesperada. Mas será que já foi feito o levantamento dos bens dos eventuais responsáveis pela situação, e o seu congelamento até que se esclareça o seu grau de responsabilidade de cada um nas fraudes e na gestão que conduziram à situação actual? É que gostaria de ver garantido que esses bens responderiam pelo menos por uma parte dos milhões dos impostos dos portugueses que lá estão a ser injectados, e que algumas dessas pessoas não irão ainda beneficiar de levantamentos das contas que pudessem ter na instituição, ou de parte das verbas destinadas a indemnizar os accionistas.
No caso BPP, um banco gestor de fortunas, a questão é bem outra. Não me parece de todo legítimo que o dinheiro dos impostos dos portugueses, pagos por vezes com enormes sacrifícios, seja sequer “arriscado” para salvar um banco em que não há balcões nem pequenos depositantes e que apenas os accionistas e os detentores de fortunas que lá têm dinheiro se veriam afectados. Não acho justo, porque não vejo o mesmo tipo de atitude para salvar uma pequena empresa, de que dependa a subsistência de uma dezena de pessoas, ou uma media empresa de que dependa uma centena de trabalhadores e suas famílias. Dir-me-ão que não se trata, neste caso, de injectar dinheiro, mas tão só de um aval, mas é isso precisamente que me intriga!...
Então o BPP elabora um plano de recuperação que apresenta a um consórcio de bancos, como um conjunto de garantias para conseguir o financiamento necessário, e os bancos recusam o financiamento por considerarem as garantias insuficientes. O BPP apresenta as mesmas garantias ao Banco de Portugal e ao Governo, e estes consideram-nas suficientes para concederem o aval que permite que o mesmo consórcio de bancos conceda o financiamento. Do ponto de vista dos bancos, eu percebo perfeitamente, se o BPP não pagar, lá estará o aval do governo para pagar por ele, custa-me a perceber é qual foi o “valor intangível” que o Governo e o Banco de Portugal viram nas garantias do BPP que os bancos não tinham visto e que permitiram tal aval. Ou será que tem a ver com o facto de um dos principais accionistas do BPP ser simultaneamente o presidente de uma das maiores empresas de comunicação social em Portugal, e a “boa imprensa” ser um “valor” inestimável em ano eleitoral?...
António Venâncio
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