Ultimamente, Elvas está a sofrer de um mal. Ou dizendo melhor de vários males. A politiquice e a cultura. Vão de mal a pior.
Assim sendo recordei-me de dois elvenses que marcaram precisamente estes dois campos e que infelizmente já não se encontram entre nós. Estou-me a referir a JOSÉ VICENTE ABREU e FRANCISCO PEREIRA (Xico). Cada um à sua maneira, distinguiram-se dos demais. É de lamentar que hoje já não se “fabriquem” homens assim.
O primeiro que foi Presidente da Câmara Municipal de Elvas e Deputado da Nação era um grande amigo da sua (nossa) cidade. Há até uma história muito curiosa passada aquando da sua passagem pela câmara. Na época os vereadores fizeram uma proposta para que fosse dado o nome do Presidente a uma rua da cidade (Boa-Fé). Como não concordava com a ideia, ausentou-se da reunião camarária e deixou que os vereadores votassem como bem entendessem. A ideia acabou por ir avante. Contei este episódio aqui e que está documentado em acta camarária, para mostrar a dignidade e a modéstia deste Homem. Já como Deputado, acabou por falecer na Guiné, não como combatente, mas numa acção de guerra quando o helicóptero em que segui foi abatido. Decorria o ano de 1970. Era demasiado pequeno para poder ter convivido com ele, mas mesmo assim tive o prazer de o fotografar aqui Elvas aquando da inauguração do Palácio da Justiça. Aqui fica uma das fotos que fiz nesse evento.
O segundo notabilizou-se como ARTISTA PLÁSTICO. Homem simples e de trato fácil. Deu-me a honra de ser seu amigo até ao dia em que partiu. Bastantes vezes tive a oportunidade de assistir e ser testemunha dos seus momento de inspiração. Era uma pessoa fantástica, da qual guardo gratas recordações. Amigo dos seus amigos e um bom companheiro para os “comes e bebes”. É também com muito orgulho que tenho vários quadros seus pendurados nas paredes da minha casa.
Para mim torna-se muito difícil encontrar hoje pessoas com uma grandeza destas em Elvas.
Jacinto César
Ontem mesmo tinha escrito que não voltaria a escrever sobre o S. Mateus e o seu futuro, mas por aquilo que tenho lido hoje não posso deixar de voltar ao assunto.
Aqui há uns anos atrás, e por mais de uma vez, as festa do S. Mateus e por culpa do S. Pedro deram para o torto. Como consequência as receitas da Confraria batiam no fundo e as dívidas eram resolvidas com letras cujos avalistas eram inevitavelmente e invariavelmente os elementos da Mesa da Confraria. Isto é um facto que ninguém pode desmentir pois digo-o com conhecimento de causa, pois vi o meu Pai muitas vezes atrapalhado e sem saber como tudo se iria pagar.
Nesses tempos a Câmara atribuía um subsídio para as festas, que era logo consumido no dia 21 de Setembro numa almoçarada na Pousada de S. Luzia em que a Câmara convidava quem queria e a Confraria pagava. Ou seja, dava com uma mão num dia e tirava com a outra no dia seguinte.
As pessoas que muitas vezes falam sobre o assunto não têm noção dos custos do evento. Se dantes eram grandes, hoje devem ser enormes.
E a onde quero eu chegar com esta conversa toda? É que se torna impossível melhorar as festas da cidade sem uma ajuda externa substancial e esta só pode vir da câmara.
Falou-se muito hoje em que a Confraria teria que entregar a exploração integral do S. Mateus (não confundir com as Festas do Senhor Jesus da Piedade) à Câmara Municipal e fiquei muito confundido. Então os defensores da concessão do Coliseu a privados durante x anos, são os primeiros contra a entrega da concessão da exploração por parte da Confraria à Câmara? È no mínimo estranho!
Outra coisa que me confunde muito é o facto de se dizer que a Mesa da Confraria é que tem que decidir! E os Irmãos do Senhor Jesus da Piedade, que são os pagantes, não têm uma palavra a dizer? Houve por aí alguém que afirmou que a Confraria não tem que prestar contas a ninguém! Mas como assim? A prepotência já chegou a tanto?
Mais uma vez faço um apelo à Confraria: promovam o debate, mesmo que este seja feito só entre os Irmãos, mas promovam-no, sob pena de perderem toda a credibilidade e mostrarem que estão tão apegados ao poder como os políticos. Só que estes ganham dinheiro e os primeiros ganham cabelos brancos, mas mesmo assim gostam do lugar.
Jacinto César
Em relação aos demais eventos não me posso pronunciar já que pouco fui à feira.
Uma coisa para mim continua clara: qualquer coisa tem de mudar se não queremos ver as festas definharem por falta de visitantes.
Como já aqui falei demais sobre o assunto, deixo aqui um apelo à Câmara e Confraria: oiçam as pessoas, promovam um debate na cidade para que os elvenses se pronunciem, faça-se um inquérito, mas não deixem de fazer algo. O nada fazer é cómodo e as coisas vão andando. O problema é o futuro e não podemos sermos nós a hipotecá-lo. Veja-se as Festas do Povo dos nossos vizinhos de Campo de Maior que movimenta centenas de milhares de pessoas, mas são os seus habitantes que decidem se fazem ou não as festas.
Em Elvas a população não é chamada para nada. As cabeças brilhantes decidem por nós. Por favor entendam-se sob pena de um dia destes ser tarde e aí vamos ver muita gente a sacudir a água do capote e a abandonar o barco à moda dos ratos.
Jacinto César
Nota – Mais uma vez o Sr. Cadete nos brindou com mais “uma obra de arte” e palavra de honra que o que me apetecia fazer, como antigo combatente e militar, era imprimir a dita obra de arte, fazer nela uma “coisa” e depois esfregar-lha na cara. Só que julgo-me uma pessoa com educação, o que não me permitia fazer tal coisa, mas lá que ficou a vontade, lá isso ficou. Simplesmente ordinário.
Mas se fico satisfeito, por outro lado fico preocupado. Eu explico.
Este tipo de investimento que envolve muita mão-de-obra é um pau de dois bicos: se é óptimo quando os empregos chegam, quando as coisas não correm bem é um autêntico pesadelo.
Não entendo rigorosamente nada de economia, mas eu continuo a pensar que é preferível instalarem-se 10 empresas com 65 funcionários do que uma com 650. Quando são muitas e mais pequenas, se alguma delas “acabar” o número de desempregados é também mais pequeno.
Com este empreendimento espero que faça muita gente feliz e durante muito tempo.
Jacinto César
Dirão alguns que sou um conservador, um bota-de-elástico, um retrógrado, fascista mesmo mas não me posso calar com a perspectiva do “casamento” dos homossexuais. Arre que é demais. De quando em vez a Juventude Socialista volta à carga com o assunto apoiados pelo Bloco de Esquerda e dos Verdes e com a complacência dos comunistas (já que pelos estatutos, homossexuais comunistas não há). Ainda não entendi bem o interesse destes em fazer passar uma lei aberrante como esta na Assembleia da Republica. Presumo que seja o lobby gay a pressionar.
Não acredito que os homossexuais com dignidade (que os há), queiram embarcar numa aberração destas. Mais, penso que só aquele grupo ridículo que organiza as marchas do orgulho gay quer embarcar num esquema destes para dar nas vistas.
Sempre fui e continuo a ser extremamente tolerante nas questões de orientações sexuais, políticas, religiosas e culturais, no entanto, também continuo a pensar que este “pessoal” não é homossexual, mas sim “maricas”.
Pronto, não é preciso baterem mais no ceguinho, mas não suporto um Carnaval destes.
E preparem-se porque se isto for avante não fica por aqui. A seguir virá o problema da adopção de crianças. Francamente, se isso um dia acontecer então perdeu-se a vergonha toda. Os direitos dos pedófilos virão de seguida (já há aí por essa Europa um partido que os representa) e depois para completar o ramalhete da depravação só falta os apologistas do incesto e em nome da tradição (Roma e Grécia), fazerem também valer os seus direitos. Fiquemos à espera.
Jacinto César
1 – Recado ao Presidente da Câmara Municipal
Como antigo combatente sinto um certo orgulho pela homenagem que foi feita a todos aqueles que deram uns anos da sua vida a Portugal. Eu tive a sorte de voltar vivo e de saúde. Outros com mais azar vieram estropiados. Os outros não voltaram. E é aqui que quero manifestar a minha indignação em relação ao monumento evocativo.
Não vou aqui discutir a estética do referido monumento, mas uma falta imperdoável. Falo da inexistência de um memorial, onde deveria constar o nome de todos os elvenses que deram a vida pela pátria.
Senhor Presidente: ainda está a tempo de corrigir a falta. Não se esqueça de o fazer.
2 – Recado aos Professores do 3º Ciclo
Não sei se ouviram as palavras da ministra ontem: temos que ter 100% de aprovações no 3º ciclo. Não sei se entenderam o mesmo que eu entendi, mas a mim pareceu-me um aviso, para não dizer ameaça, para que aprovem toda a gente. Saibam ou não, o que é preciso é aprovarem toda a gente, senão apanham tau tau!
Jacinto César
Ontem às 9 da noite o aspecto do Parque da Piedade era desolador. Sei que a culpa não é de ninguém a não ser da chuva e de mim que sou uma ave agoirenta que à força quer mudar o calendário das festividades. Ainda é cedo para fazer um balanço final, mas pelo começo só posso prever que o fim não será lá muito animador.
Salvo o pavilhão da Câmara que albergava da chuva os poucos que se aventuravam a ir à Piedade, era ver o desespero dos comerciantes. Às moscas!
Mas será possível que ainda haja teimosos que se recusem ao menos a discutir o assunto? Que se recusem a fazer uma sondagem à população sobre o assunto?
Sim, HÁ! E esses são nem mais nem menos que os membros da Mesa da Confraria do Senhor Jesus da Piedade.
Já aqui demonstrei, apoiado por documentos, que as festas inicialmente eram a 20 de Outubro. Como nem quando mudaram para 20 de Setembro ainda não sei, mas vou descobrir. Agora que mudaram, mudaram e a causa provável teria a ver com a meteorologia e com o fim do ano agrícola. Já nesse tempo souberam adaptarem-se aos novos tempos. Agora não. Agarramo-nos à tradição. Se um dia as coisas derem para o torto, assobiam para o lado e atiram as culpas para a tradição.
Meus senhores, tenham bom-senso e promovam um debate público. De uma coisa tenho eu a certeza: não gostam mais do que eu das Festas da Cidade.
Jacinto César
Nota – Recado ao Sr. Cadete
Desde pequeno que me habituei a ver ano sim, ano não, as capas dos programas da Festas da Cidade em alternância com o saudoso Francisco Pereira ( Xico ). Sempre fui apreciador das suas obras. Agora as pseudo caricaturas políticas que ultimamente tem publicado num jornal da terra, são de uma mau gosto tremendo a tocar mesmo a falta de educação, atributo que não lhe conhecia. São repugnantes as ditas caricaturas a que muitos chamam de arte.
Caro amigo: tenha um bocadinho de bom-senso, mesmo que seja pala idade que tem.
Hoje volta a ser o dia que por duas vezes me fez chorar. Foram dos dias mais tristes da minha vida. Estava
Quero aqui deixar para TODOS um bom S. Mateus.
Jacinto César
Nota – Fica aqui a capa do programa das festas do ano em que nasci. Penso daqui as uns tempos e no outro blog publicar todos os programas que a minha família possui e outros documentos relacionados com as festas.
Quando aqui há uns tempos atrás foram instaurados processos contra a Câmara Municipal de Elvas e ao seu Presidente, até ler o conteúdo dos relatórios do IGAL, sempre pensei que estávamos perante “casos” idênticos ou parecidos com os episódios que se viviam em Gondomar, Felgueiras ou Oeiras.
Depois de ter lido os referidos relatórios fiquei convencido que tudo o que lá vinha escrito, eram “ninharias” comparadas com a maior parte das “golpadas” feitas noutras localidades.
Quando escrevi isso, chamaram-me aqui de tudo e mais alguma coisa, o que estão no seu direito.
Acontece que afinal o Tribunal de Contas acabou por arquivar os processos. Não sou bruxo ou adivinho, mas perante o conteúdo dos relatórios, qualquer pessoa com um bocadinho de experiência de vida era capaz de prever o desfecho.
Acredito que o Presidente da Câmara não seja nenhum menino de coro, que seja possuidor de uma moral e honestidade à “antiga portuguesa”, mas também não encontrei nada que qualquer político no seu lugar não fizesse, incluindo aqueles que se dizem da oposição.
Fizeram tanto barulho sobre o assunto que agora vão ter que engolir alguns sapos vivos.
2 – Arranjo paisagístico da envolvente dos Arcos das Amoreiras.
O arquitecto Correia Dias nunca me pediu para vir aqui em sua defesa em relação às barbaridades que aqui se têm comentado sobre o assunto. Nem ele precisa que o defendam. Mas mais uma vez ficou demonstrado que não andava muito longe da verdade ao defender a “obra” feita. Foi hoje tornado conhecimento público que o referido projecto foi apresentado e apreciado na Holanda durante um debate sobre paisagem em zonas históricas. Para mim é assunto encerrado. Parabéns amigo Camané.
3 – Ainda a ADE
Não vou discutir mais a ADE aqui, a não ser que algo de anormal se passe. No entanto não queria de deixar de referir a qualidade da maior parte dos comentários feitos no nosso blog. Alguns são de bradar aos céus, ao demonstrarem uma ignorância a todo o tamanho sobre o assunto. São a favor ou contra porque são e acabou-se. Chama-se a isto carneirada.
No meio disto só há uma pessoa que deve ter ficado imensamente satisfeita e que foi a nossa AMIGA vovó Dina, quando lhe chamaram menina. Um beijo lá para Samora.
Jacinto César
Hoje, e depois de conhecidos os 11 elementos que assinaram a constituição formal da ADE, reforço as minhas reservas contra as pessoas que deram a cara. Passo a explicar.
Facto 1 – Na sua constituição constam os nomes dos representantes legais pelo PSD e CDS/PP de Elvas, respectivamente José Júlio Cabaceira e Tiago Abreu.
Facto 2 – Qualquer destes dirigentes pode legitimamente encabeçar uma lista concorrente às próximas eleições autárquicas, o que seria perfeitamente natural.
Falemos agora de hipóteses meramente académicas.
Hipótese 1 – Qualquer destes dois dirigentes consegue convencer os elvenses e ganha as eleições.
Hipótese 2 – Um deles torna-se presidente da câmara.
Vamos agora imaginar o que aconteceria.
Uma coisa é o que se promete enquanto candidato (seja ao que for) e a outra é a prática política de quando se chega ao poder.
Pergunta 1 – O futuro presidente da câmara ir-se-ia reger pelo programa do seu partido ou pelo programa da associação que ajudou a fundar?
Pergunta 2 – Como seriam no futuro as relações do presidente da câmara com a associação que ajudou a fundar?
Pergunta 3 – Mesmo que o futuro presidente da câmara quisesse governar a dita de uma forma pragmática, a associação não funcionaria como um grupo de pressão?
Pergunta 4 – Como passariam a ser as relações internas dentro da associação (com vários interesses a movimentar-se dentro dela) em função do estilo de governação que o presidente implementasse?
Perante aquilo que acabei de escrever, para mim só me resta uma certeza: é inevitável que a referida associação se transforme em associação política para concorrerem como lista independente às eleições. O que é perfeitamente legítimo, diga-se.
Já o que não é legítimo é tentarem vender gato por lebre aos elvenses, fazendo deles meios atrasados mentais, já que pensam que ninguém compreendeu.
Para mim a ADE é isto e alguns dos seus elementos estão metidos numa camisa de 11 varas difícil de despir.
Jacinto César
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