Tal como as touradas, já que as há dentro do redondel e fora dele (diga-se em abono da verdade que estas últimas são bem melhores), o Carnaval divide-se em dois: o do período do Entrudo e o resto dos dias do ano. Se no primeiro caso nada se lava a mal pois é Carnaval, já do segundo não posso dizer o mesmo.
Toda a gente anda mascarada. São os pobres a fazer figura de ricos e os ricos por conveniência fazerem figura de indigentes (não vão os malandros das finanças cobrar-lhes algum imposto). São os burros a fazerem-se de espertos e os espertos a armarem-se
Como estamos agora no verdadeiro Carnaval, ninguém me leve a mal.Elvas
Jacinto César
Não sei porquê, mas parece-me que esta aliança está a finar-se. Pode ser que esteja enganado, mas ultimamente são tantos os atritos com os “beefs” (passe a publicidade ao Wall Street Institute) que faz com que eu não possa pensar de outra maneira. Isto vem a propósito da denúncia que um grupo de advogados ingleses fez sobre a eventual passagem da quase totalidade dos prisioneiros afegãos pela Base das Lajes nos Açores.
Defendo e sempre defendi os direitos humanos. Quem me conhece sabe que é verdade. Agora fazerem do meu país o bode expiatório de todos os males de uma guerra, é que não posso aceitar. É verdade que se estão a infringir os direitos mais elementares aos prisioneiros em Guantanamo (apesar de acreditar que os que ali estão não devem ser meninos de coro). De isso não restam dúvidas. Agora acusarem Portugal de que os ditos prisioneiros fizeram escala nos Açores não significa que nós sejamos os maus de uma fita que não tem fim. E os outros que fizeram o conflito, incluindo os nossos “aliados” ingleses? Será que têm a consciência assim tão limpa, ou já se esqueceram das tropelias que têm feito tanto no Afeganistão no Iraque? O será que enquanto jogam ao ataque vão escondendo o que fizeram e fazem?
Acredito que os célebres aviões passaram pela Base das Lajes! E será que se Portugal se tivesse manifestado contra, os ditos aviões não teriam feito a escala na mesma? Santa inocência! Os americanos com a sua prepotência jamais teriam dado ouvidos ao nosso país. Na teoria o território é português, mas na prática são os “cowboys” que mandam. É assim como uma espécie de Guantanamo em Cuba.
A outra explicação que encontro para esta recente animosidade por Portugal, pode ser uma pressão política para que o caso dos MacCann se resolva rapidamente a favor dos mesmos. Não há ingleses maus e muito menos capazes de cometerem a barbaridade da acusação que recai sobre o pobre casal britânico.
Já agora uma perguntinha inocente aos “beefs”? Por acaso sabem onde ficam as ilhas Malvinas? Não? Aquelas a que vocês chamam de Falklands? Ah, essas conhecem, mas já deviam ter vindo embora de lá! Ou será que gostam ainda de ser colonialistas?
Jacinto César
Ontem à noite e pela enésima vez, fiquei colado ao pequeno ecrã ver um filme sobre um homem muito pequeno, mas enorme de carácter e verticalidade, de seu nome Ghandi.
Tenho consciência que não é a toda a hora que nascem pessoas desta grandeza. Talvez meia dúzia por século. Mas eu também não pedia tanto. Bastava que aparecessem alguns não tão grandes, mas que aparecessem. E Portugal em particular precisava de uns quantos. Mas infelizmente não! Nem governantes, nem opositores, nem cidadãos comuns. Nada. Eu, claro está, também não sirvo de exemplo para ninguém, mas ao menos não tenho medo do que digo e escrevo e assuno as minhas acções e opções, mesmo que estas não sejam as melhores.
Isto vem a propósito deste pequeno mundo (já não é tão pequeno quanto isso) da blogosfera. Por acaso já repararam que a maioria dos blogs não são assinados? E que dizer dos comentadores? Como é que estes cidadãos terão coragem para outros voos se nem para manifestar a sua opinião deixam de assinar como anónimos ou com um qualquer “nikename”? Como é que se pode pedir e exigir coragem aos outros? Grande lata! Hoje resolvi fazer aqui um apelo aos nossos leitores: digam o que disserem, será sempre publicado, mas encham o peito de ar e ponham lá o nome, senão tenho que admitir que são cobardes. Acredito que haverá alguns comentadores que até estejam comprometidos com o poder, mas que discordam dele. Mais uma razão para assinar sem complexos. Ninguém vos vai fazer mal, a não ser que usufruam de regalias que podem perder. Neste caso o acto ainda será mais louvável.
Por favor, sim?
PS – Claro que há sempre excepções.
Jacinto César
Caro pai anónimo.
Lembra-se com certeza do dia que lhe nasceu o primeiro filho. Eu lembro. Até dá vontade de chorar de alegria. É a melhor coisa que nos pode acontecer. É o nosso ai Jesus. Tudo é pouco para ele. É com a maior alegria que lhe vamos comprar as primeiras roupinhas, alegria essa que vai aumentando com o primeiro sorriso, para já não falar no dia em que deu o primeiro passo. Fotografias são às centenas. Todas as gracinhas são boas para fazermos um “boneco” para a posteridade. O menino cresceu e nós ensinámo-lo a andar de patins, de bicicleta, e até jogamos à bola com ele. É o nosso orgulho. Se algo de mau lhe acontece pensamos logo no pior. Á que ir a correr com ele ao médico ou mesmo ao hospital. Preferíamos ser nós a morrer do que ele a partir uma perna ou coisa do género.
A primeira grande tristeza acontece quando o temos que “abandonar” no seu primeiro dia de jardim-escola ou na escola primária. O menino chora tanto que até nos parte a alma. Mas lá ultrapassamos o trauma. Só que, …
A partir desses primeiros dias apercebemo-nos que ganhámos um pouco de tempo para nós e nunca mais queremos outra vida. É como uma droga: experimentamos e depois ficamos viciados.
O menino vai crescendo e cada vez mais só. Se enquanto pequeno o próprio diz que quer ser como nós quando for grande e nos imita em tudo o que fazemos, a partir de certa altura tudo muda. Quer voar sozinho, contesta-nos por tudo e por nada e começa a fazer somente aquilo que quer. Estamos a começar a perder o controle da situação. O nosso comodismo e para nosso sossego, vamos facilitando cada vez mais as coisas. Deixamos de ver e de ouvir e o já rapaz encontra-se entregue a si próprio. É o princípio do fim.
A sociedade actual é aquilo que todos nós sabemos. Comporta perigos a cada esquina. Uns conseguem passar incólumes por todas essas barreiras. A maioria infelizmente não.
Se ao princípio chorávamos de alegria e até não tínhamos vergonha de o fazer, agora começámos a chorar de tristeza. E sós! Começou o nosso calvário. E que fazemos nós? Nada, a não ser disparar em todas as direcções tentando justificar o injustificável. É o nosso conformismo, a nossa inépcia e a nossa cobardia que levam a que aconteça o que relatei no post anterior. Mas alguém dúvida disso? Todos contribuem com uma parte do descalabro, mas é a nós pais que no cabe a responsabilidade maior, pois a partir de certa altura demitimo-nos da função a que estávamos obrigados: SER PAIS! É com mágoa que o digo, mas sei do que falo.
Se como professor tenho a obrigação de formar uma criança, cabe aos pais EDUCAR essa criança, que até é seu filho e que até não pediu para nascer.
Nós pais devíamos estar envergonhados com o que acontece aos nossos filhos, mas é muito mais fácil fazermos como o avestruz: metemos a cabeça no buraco quando pressentimos o perigo. É preferível morrer sem saber como.
Jacinto César
Mais uma vez venho jogar ao ataque, mas parece-me bem que quem joga à defesa é que ganha. Vejamos:
- nestes últimos tempos quantas vezes ouvimos nós nos meios de comunicação social casos de trabalhadores que por incapacidade física recorreram a juntas médicas e de lá vieram de mãos a abanar? Um bom par delas e muitas portadoras de doenças gravíssimas. Toca a trabalhar seus malandros! Não é por um crancrozito sem importância que vão ser reformados por invalidez. E uma artrite reumatóide não impede ninguém de dar o litro!
- na semana que agora acaba, um mero cidadão de segunda categoria e já velho de 46 anos de idade, foi despedido do banco onde “trabalhava” no Conselho de administração. Ficou muito traumatizado e deprimido, pois os malandros dos patrões só lhe tinham dado de indemnização 9 milhões e mais uns trocos de euros. Depois de se sujeitar à rigorosa junta médica, esta achou por bem que o homem não tinha condições para trabalhar e reformou-o com a ridicularia de 3500 euros mensais para toda a vida.
- o nosso desgraçado cidadão ficou tão desgostoso com a reforma que lhe foi atribuída, que mesmo doente e tudo resolveu fazer uma perninha como assessor numa consultora financeira. Imagino o sacrifício que deve estar a fazer.
Perante tudo isto só me apetece gritar: BASTA, PORRA!
Jacinto César
Reflictamos um pouco!
Mar…… 14 anos
Perdi a virgindade numa festa com amigos, depois de ter feito uma coreografia erótica com outra rapariga onde nos acariciámos e tirámos as roupas até ficarmos
Nesta farra, comecei por fumar charros e depois snifei cocaína com palhinhas de sumo.
Sa… 12 anos
Tive práticas sexuais agressivas com um chicote. Vi filmes pornográficos e observei várias vezes a minha irmã mais velha a ter relações no quarto. Perdi a virgindade com 10 anos num local público e compito com as minhas amigas para ver quem arranja mais rapazes. Acham-me “boazona”
Ri….. 16 anos
Experimentei sexo a 3, com uma amiga de infância e um rapaz que conheci uma noite na praia. Havia pescadores a assistir. Pratiquei cinco vezes sexo oral com a minha amiga. Fumo canábis desde os 15 anos e bebo cerveja e uísque.
In… 16 anos
Fiz ménage à trois com dois rapazes mais velhos que eu na sala lá
Ti… 15 anos
Não vou ás aulas para fumar charros e já perdi o ano com 250 faltas. Na última passagem de ano bebi shots e 15 cervejas. Depois de vomitar espumei pela boca.
An…. 14 anos
No verão passado fiquei em coma alcoólico depois de beber moscatel, vodca, bebidas energéticas, shots e cervejas. Às 3 da manhã “apaguei-me” tendo acordado no hospital sem saber o que tinha acontecido.
An… 16 anos
Tive relações com o meu namorado em todas as posições enquanto ele filmava. O filme foi dividido em 4 takes de 15 segundos. As imagens foram divulgadas na escola.
Sete casos são aqui contados na primeira pessoa e que são relatados na revista “Sábado”.
E pergunto eu mais uma vez onde estão os pais destes jovens? Será que são inocentes? Será que andam a dormir? Será que são permissivos? Ou será que são incapazes de dizer não? Já há uns tempos atrás tinha escrito aqui da necessidade de se criarem escolas para pais. Há dois dias atrás voltei ao tema com o “Tudo abaixo tudo acima”. Mas o que é que é preciso acontecer mais para que as coisas mudem? Ou será que hoje já não há pais mas sim padrastos?
Mais palavras para quê, é um pai português.
Jacinto César
António Venâncio
Quem está ligado às coisas da informática sabe o que este termo significa! Para os que não ligam tanto, posso-vos dizer que este termo é utilizado quando um sistema operativo nos está “aborrecendo”, agora por uma coisa, logo por outra, e a “rapaziada” resolve apagar tudo (normalmente formatar o disco) e começar de novo (instalar o sistema operativo). Em traços largos é isto! Mas não é de informática que quero escrever, mas sim de EDUCAÇÃO. Perguntar-me-ão o que tem uma coisa a ver com a outra? Se para o caso da informática eu sou uns dos resistentes à utilização de um processo tão radical, para a educação eu propunha esse tratamento de choque. TUDO ABAIXO, TUDO ACIMA! Eu explico:
1- Em primeiro lugar os pais tinham que voltar a assumir o seu papel, ou seja, de educadores. Mas educadores a sério e responsáveis. Arranjarem tempo para os filhos e seus problemas. Acompanharem o percurso educativo dos filhos de uma forma activa, responsável e à moda antiga. “Já fizestes os trabalhos de casa?” “Já estudastes hoje?” “Quando é que tens ponto?” “Porque é que faltaste àquela aula?” “Porque é que o professor te deu um estalo?” “Que fizeste tu para que tal acontecesse?” “Tiveste más notas? Então ficas de castigo em casa a estudar.” “Chumbastes o ano, então as férias já foram!”
Quantas vezes fazemos nós estas perguntas aos nossos filhos? Façam um exame de consciência.
2- Em segundo lugar, vamos deixar de brincar ao ensino. Vamos ensinar a sério e não “aprendendo” a brincar. E que quero eu dizer com isto? Hoje os meninos vão para a 1ª classe e tudo o que vão “aprendendo” é acompanhado com jogos ou brincadeiras. Pedagogias modernas importadas por uns senhores que passaram umas férias em Bóston ou em Bordéus (quem está por dentro do assunto, sabe o que quero dizer). Voltemos ao antigamente! O menino quando sai da Escola Primária (1º ciclo) tem obrigatoriamente que saber contar, fazer contas, fazer cálculo mental, saber ler, saber escrever e saber interpretar, além de alguns conhecimentos de história e geografia de Portugal. OBRIGATORIAMENTE! Mas quem é que convence os ministros da educação do pós 25 de Abril que os meninos têm que saber isto? Claro está que quando acabam o 1º ciclo estes últimos pouco mais que analfabetos são. Chamemos os bois pelos nomes. Resultado de tudo isto: as crianças continuam “aprendendo brincando”, as deficiências vão-se acumulando ao longo dos anos e conclui-se disto tudo que não sabendo matemática e português, não sabem nada. Os resultados estão à vista. É bizarro verem-se jovens entrarem para a universidade que nem a conta mais simples sabem fazer sem terem de recorrer à máquina de calcular. É aberrante perguntar-se a um jovem o que é o feriado do 5 de Outubro e o rapaz encolher os ombros! É inacreditável que os nossos governantes saibam disso e andem a por remendos e a tapar buracos.
3- Em terceiro e último lugar, os professores. Eu compreendo melhor que ninguém o que é ser-se professor nas actuais condições. Eu sei o que é ser-se um profissional desrespeitado pelo poder e logo pela população. Eu sei o que é ser-se humilhado e ofendido, não só por alunos como pelos pais e opinião pública. Eu sei o que é fazer-se um esforço muito grande para dar um passo em frente, quando logo de seguida somos arrastados dois passos atrás. Eu sei o que é ser-se professor e ninguém reconhecer o seu mérito, antes pelo contrário, ser-se reconhecido pelo mal que um qualquer mau profissional fez. Eu sei!
Em trinta e dois anos de serviço como professor aprende-se muito. Ganha-se muita experiência! Como tal, a minha opinião é TUDO ABAIXO, TUDO A CIMA. Vamos começar do zero.
Jacinto César
António Venâncio
Não era nada que não estivesse previamente planeado, mas como a esperança é sempre a última a morrer, podia ser que à última da hora houvesse uma reviravolta. Mas não. Os planos às vezes também são para cumprir.
Refiro-me à eleição do novo conselho de gestão do BCP. O Dr. Miguel Cadilhe ainda tentou que o voto fosse secreto, mas à boa maneira comunista, de braço no ar é que foi. Os chefes precisam de contar espingardas e saberem com quem contam. Claro está que os que votaram a favor também precisam de se fazer notados e marcar posições, pois as “contas”, mais dia menos dia, terão que ser apresentadas! E quem pagará? Quem “houvera” de ser!
Acreditem que a telenovela ainda não acabou e mais episódios escabrosos virão. Como as das televisões, os melhores capítulos estão reservados para o fim.
Cheira-me que se houver só um pouco que seja de honestidade e decência, algumas cabeças irão rolar e alguns até atrás das grades irão parar. Mas isto se o “chefe” quiser já que é muito “moderno”!
Jacinto César
Blogs de Elvas