Nada me move contra os “chineses”, até porque sempre me habituei a ver por cá (leia-se Portugal) comércio e restaurantes chineses. Eram normalmente famílias provenientes de Macau. Com que saiba nunca houve qualquer conflito com esta comunidade e não é nada que não seja vulgar em qualquer grande cidade do mundo ter a sua “China Town”. Nada de anormal.
Par mim o que já não é normal é a autentica “invasão” de comércio chinês que vai tomando gradual e paulatinamente conta das ruas das nossas cidades. Algo de anormal se passa, mas também não oiço ninguém falar do assunto.
Na cidade vizinha de Badajoz acontece exactamente o mesmo. Há uns tempos atrás e de conversa com espanhóis meus amigos, lamentavam-se eles da concorrência que este comércio fazia aos comerciantes espanhóis. Primeiro porque parece não haver qualquer controlo na sua instalação e depois pelo facto de não pagarem quaisquer impostos durante os primeiros cincos anos de permanência. Fiquei algo desconfiado da situação e resolvi falar com alguém em Portugal que me acabou por dizer o mesmo, acrescentando ainda tratar-se de uma directiva comunitária. A ser verdade como é que se pode fazer esta descriminação positiva destes emigrantes em relação aos impostos, quando hoje todos sabemos que o Ministério das Finanças só não nos chupa os ossos porque não pode? Mais, parece que qualquer comércio quando está a atingir os 5 anos de isenção previstos na lei, muda de empresário e tudo volta à estaca zero por mais outros 5.
Sobre o assunto há perguntas que gostaria de fazer:
1 – De onde vem tanto dinheiro para poderem comprar os espaços onde se instalam?
2 – Com os preços das bugigangas que por lá se vendem, os lucros não devem ser muito grandes. Como é que se governam e rentabilizam o investimento feito?
3 – Quanto pagam aos empregados portugueses (poucos) que têm? Será que pagam pelas tabelas salariais em vigor e fazem os descontos para a SS? Já ouvi dizer que não.
4 – Presumo que aquilo que estou a dizer seja do conhecimento da maioria. Como é que ninguém fala do assunto e não protesta pela situação?
Algo de muito estranho aqui se passa. Ou será que não é estranho e por qualquer motivo se mantém tudo calado?
Já me constou que estes novos emigrantes (ricos) são patrocinados pelo próprio governo chinês. Não sei se é verdade ou não, mas o que é certo é que eles continuam a vir para cá e comprar espaços comerciais, ao contrários dos outros emigrantes que chegam ao nosso país com uma mão à frente e outra atrás e fazem de tudo para conseguirem ganhar mais uns cobres que mandam para a família.
Não sei bem porquê, mas está a cheirar-me a esturro! Voltaremos ao assunto.
Jacinto César
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