Opções ou falta delas!...
Em primeiro lugar quero deixar claro que, para que eu pudesse votar num dos partidos à esquerda do PS, facto que apenas poderia acontecer em eleições autárquicas, e ainda assim “engolindo o sapo”, seria necessário que algum deles reunisse as seguintes condições:
Ter um programa de grande qualidade, que claramente fosse factor de desenvolvimento para o Concelho.
Que esse programa fosse exequível, tendo definidas as formas de intervenção que o levassem à prática.
Que as listas, nomeadamente a liderança, das mesmas, fosse assumida por personalidades de reconhecida competência, indiscutivelmente capazes de levar à prática o programa referido.
Não vendo, em nenhum dos partidos em causa, satisfeitas as premissas que coloquei, não me debruçarei mais sobre eles.
O caso do Sr. Manuel António Torneiro é um caso diferente.
Trata-se de uma procura do poder pelo poder, capaz de “saltitar” de partido em partido, procurando atingir essa sua ambição pessoal. Tal facto esteve na origem do primeiro voto branco da minha vida, quando este Sr. foi candidato do PSD. Está portanto excluído da minha intenção de voto.
Feito este esclarecimento preliminar, resta-me definir as minhas opções e os meus motivos, relativamente às listas restantes e para cada um dos órgãos autárquicos.
Comecemos pela Câmara Municipal relativamente à qual restam duas opções:
A coligação MUDE e o PS
Tenho amigos em qualquer das listas e reconheço a competência de alguns dos elementos que as integram. Dito isto, passo à questão política:
O MUDE – Foi um erro desde o princípio, como aliás aqui manifestei, toda a confusão que começa na sua formação e culmina com a diversidade de orientações políticas dos seus integrantes, não permitiu formar um grupo que se possa crer minimamente coeso. Se no mandato anterior não foi possível manter a coesão numa coligação formada por apenas dois partidos que são contíguos em termos espectro político, como acreditar na viabilidade de uma coligação que além disso integra elementos provenientes do outro extremo do espectro?..
Quanto às propostas que apresentam, estão, na sua maioria, fora da sua área de actuação, pois dependem não da autarquia mas do poder central.
O PS – Sem deixar de reconhecer a obra feita, tem uma incapacidade de “ouvir” e um estilo arrogante de exercício do poder com o qual não posso concordar.
Quanto às propostas, algumas delas, são uma vez mais dependentes do poder central e não do autárquico.
No próximo dia 11 irei votar em branco.
Relativamente às listas para a Assembleia Municipal colocam-se as mesmas duas opções.
Relativamente à coligação MUDE não me vou alongar, as mesmas questões que invoquei para a Câmara Municipal aplicam-se neste caso.
Relativamente à lista do PS, considero o Professor Carlos Pernas, de quem sou amigo, uma pessoa competente, ponderada, e perfeitamente capaz para presidir à Assembleia Municipal, e provavelmente teria o meu voto, não fora uma circunstância com a qual estou em completo desacordo.
O Professor Carlos Pernas, desempenha neste momento funções de Presidente do Conselho Geral da Escola Secundária D. Sancho II, tendo sido eleito através de lista votada entre os seus pares. Do mesmo Conselho fazem parte, sete representantes do pessoal docente nos quais se inclui o Professor Carlos Pernas, dois do pessoal não docente, quatro dos Encarregados de Educação, um representante da Escola Superior Agrária, um representante do Centro de Saúde, um representante do Instituto de Emprego e Formação Profissional, três representantes da Autarquia e dois representantes dos Alunos. Assim sendo, a ser eleito para a Assembleia Municipal, e inclusivamente com grande probabilidade de vir a ser o Presidente da mesma, o Professor Carlos Pernas passaria a ser simultaneamente o Presidente do Conselho Geral, e o Presidente da Assembleia Municipal.
Não esclareceu o Professor Carlos Pernas, até ao momento, se tenciona pedir a demissão do Conselho Geral, ou se vai manter as duas funções. A verificar-se a segunda hipótese, irá aumentar, indevidamente, o número de representantes da autarquia, ainda mais colocando na presidência deste órgão um elemento da mesma.
Fica-me ainda a dúvida se a escolha do Professor Carlos Pernas para encabeçar a lista do PS à Assembleia Municipal, não terá sido consequência da sua função como Presidente do Conselho Geral, o que denotaria uma intencionalidade em aumentar a influência política da Autarquia na escola totalmente intolerável.
Posto isto não poderei contribuir com o meu voto a sua eleição, uma vez que, não tendo existido uma clarificação, posso estar a contribuir para uma situação com a qual não concordo.
Irei votar em branco.
Relativamente à Assembleia de Freguesia tendo surgido um Movimento Independente na freguesia onde resido, Vila Boim, e dado o desencanto com os Partidos Políticos, será esse movimento a receber o meu voto
António Venâncio
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