- Os factos
A crise internacional é uma evidência e só não a vê, quem a não quer ver. Tendo começado nos “states” depressa se propagou por todo o mundo a uma velocidade muito maior que qualquer epidemia de gripe. Como não podia deixar de ser, apanhou-nos também e quando estávamos de “calças na mão”.
O segundo facto é a gripe vinda lá das terras dos Maias. É um facto mais que evidente para todos, perante aquilo que lêem e ouvem na televisão.
- O que não cheira bem
Cheira-me muito mal a coincidência dos dois factos anteriores por várias razões.
A primeira razão deve-se ao facto de qualquer gripe sazonal ser muito mais feroz do que tem sido esta e senão vejamos: até agora e em todo o mundo há cerca de 4000 casos com 53 mortos. Portugal em 2008 teve cerca de 2800 mortos devido à gripe sazonal. Não ouvi até agora ninguém alarmado com tais números, já que até são considerados “normais”. Só que uma gripe internacional é muito mais fina!
A segunda razão prende-se com a origem. Não é que o México seja um país onde tais coisas não possam acontecer, antes pelo contrário. Mas não é de estranhar a rapidez com que foi detectada e controlada? Lembremo-nos que a capital tem “só” 12 milhões de habitantes, sendo que a maioria vive em condições “privilegiadas” de contágio. Mas não. O ataque foi rápido e a solução depressa encontrada. Tudo sob controlo.
A terceira razão prende-se com o facto de muitos laboratórios terem em stock os anti-rectroviráis em quantidades consideráveis. Até Portugal tinha um grande stock do célebre “Tamiflu” que tinha sido comprado para outra não menos célebre gripe que foi a “aviaria”. Será que as empresas farmacêuticas queriam desfazer-se dos ditos medicamentos devido ao prazo de validade estar a chegar ao fim? Sei que era muito sádico, mas é sempre de desconfiar. De uma coisa tenho eu a certeza: as acções das referidas indústrias dispararam para valores nunca vistos. Até as indústrias de máscaras se estão a safar em grande. Há uma empresa no norte de Portugal que vendeu tudo o que tinha e está a trabalhar a todo o gás.
A última razão que me leva a desconfiar é o facto de todas as televisões do mundo abrirem as notícias com a malfadada gripe, relegando para segundo plano a crise. Enquanto a população se preocupa (e com razão) com a gripe, não fala da crise e vai gastando o pouco que tem em medicamentos provavelmente desnecessários e que vão engordando e aliviando a crise a um par de multinacionais.
Já sei que sou eu, que se calhar estou a ver fantasmas, mas que é de desconfiar é. Já acredito em tudo.
Jacinto César
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