Portugal Open 2007
Campeonato Europeu de Resistência Equestre
No passado sábado, na Barroca D’Alva, Alenquer., mais uma vez a equipa Portuguesa de Endurance, apesar dos meios limitados de que dispõe e ausência de apoios, deu boa conta de si, colocando-se no quarto lugar do Campeonato Europeu da especialidade.
Os meus parabéns à equipa por mais este êxito, a somar aos que tem vindo a obter, em europeus, mundiais, e teças das nações, nos quais se vem classificando sempre entre os dez primeiros.
Os meios de comunicação social, ao longo dos anos, têm vindo a ignorar as participações internacionais e as classificações obtidas por esta selecção.
Outras selecções há que, com sucessivos fracassos, financiados pelo estado com os nossos impostos, e até com comportamentos desprestigiastes para o país, obtêm dos mídia horas de atenção, tanto em transmissões directas, como em debates e noticiários.
Desta vez, a página da F.E.P.(Federação Equestre Portuguesa) na Internet, anunciavam que a TVI faria a “cobertura integral da prova). Quem gosta deste desporto, quem admira esse nobre animal que é o cavalo ou quem simplesmente tinha interesse em conhecer essa modalidade e viu o anuncio naquela estação de televisão, fixou os olhos no “pequeno écran” pôs de lado o “Zapping” por um dia, para ter uma possibilidade a tal espectáculo.
Mas que cobertura tivemos?
Umas quantas ligações de curta duração, espaçadas de uma a duas horas.
Mas certamente belas imagens de cavalos na lezíria Ribatejana foram transmitidas?
Só marginalmente, em segundo plano passavam alguns cavalos, quase sempre semi ocultos pelo primeiro plano.
Saibamos em cada ligação a classificação individual de todos os conjuntos Portugueses?
Não, apenas eram anunciadas as desistências, e a classificação do Português melhor classificado.
Saibamos em cada ligação qual a classificação da equipa portuguesa?
Não, nunca. Soubemos no final pela boca de um dos elementos da equipa, que por escassos três minutos, num percurso de cento e sessenta quilómetros, não tinham conseguido a medalha de bronze.
Certamente soubemos o que está por trás deste resultados em trabalho de criação e selecção de cavalos?
Não, tal não foi sequer ventilado.
Bom, mas ficámos a conhecer as horas de trabalho e os métodos de treino para chegar aqui?
Não, aparentemente cavalos e cavaleiros vêm aqui parar sem qualquer preparação prévia, e obtêm resultados por mero acaso.
Alguém explicou em pormenor o que é avaliado e de que maneira numa grelh veterinária?
Não, falou-se vagamente que existe essa grelha.
Então o que vimos afinal?...
O interior e o exterior das tendas de luxo onde se instalaram os Emir árabes que vieram com os seus cavalos para a prova.
E que soubemos?
A área, o preço, quem desenhou e outros pormenores das referidas tendas.
Onde estavam instalados estes senhores e as suas comitivas, quantos carros tinham alugado e qual a marca e modelo.
Resumindo, a TVI deu-nos “gato por lebre”. Em vez da cobertura de um evento desportivo, deu-nos mostra do “embasbacamento” pacóvio dos seus repórteres, perante uma exibição de riqueza despudorada que chega a ser ofensiva para aqueles “muitos” que passam necessidade nos “reinos” desses senhores.
Não merecia um animal tão nobre com o cavalo servir de pretexto para tão triste espectáculo.
Assim vai a Forma de fazer televisão em Portugal
António Venâncio
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