É certo que o preço do petróleo caiu nos últimos meses, e se situa neste momento muito abaixo dos valores de há um ano atrás (sem que isso se reflicta, na totalidade, no preço dos combustíveis), mas isso não nos pode fazer perder de vista o fundamental.
Esta situação de abaixamento do preço do petróleo deve-se apenas a uma descida temporária da procura, verificada devido à crise económica, e à colocação no mercado, pelos especuladores, de elevadas quantidades que mantinham em reservas, na expectativa de realizar mais valias significativas aproveitando a subida galopante que se vinha verificando, e que agora se vêem forçados a vender por questões de liquidez.
A crise energética está aí e será uma realidade que acompanhará, e por ventura dificultará, a retoma económica, logo que o crescimento volte a exercer pressão sobre a procura. Daí a necessidade de tomar medidas atempadas no sentido de minorar os seus efeitos.
Cabe a todos nós, dentro das nossas possibilidades, contribuir para a resolução deste problema.
Nesta perspectiva, seria importante que as entidades públicas assumissem a sua quota-parte desta responsabilidade, e se constituíssem como exemplo, tornando-se vanguarda neste campo.
Tendo por base estes pressupostos, vamos analisar alguns edifícios púbicos do nosso concelho, e tentar perceber onde seria possível melhorar o desempenho energético, nomeadamente pela substituição, total ou parcial, da energia consumida por energias renováveis, com evidentes benefícios ambientais, energéticos e económicos, e dando um exemplo que servisse de estimulo ao aproveitamento de uma das riquezas que temos disponíveis e sub aproveitadas.
É certo que, nos edifícios situados no centro histórico, pouco ou nada podemos fazer a não ser utilizar os equipamentos de iluminação e aquecimento/arrefecimento o mais eficientes possível, pois a colocação de equipamentos de produção de energia solar, termica ou fotovoltaica, ou eólica seria incompatível com as aspirações da cidade em termos de património e de turismo que devemos manter intactas, no entanto nos edifícios fora do centro histórico muito há que pode ser feito.
Por hoje abordaremos o pavilhão gimnodesportivo que, curiosamente, não sendo das instalações mais recentes do concelho, está dotado de um conjunto de colectores solares térmicos para produção de água quente. Desconheço se os mesmos estão ou não a ser utilizados, mas o seu estado de conservação indicia, ou estão em desuso, ou a sua eficiência é seguramente muito baixa. Dada a orientação extremamente favorável, (praticamente virada a sul) e o facto de a nossa região ser uma das mais favoráveis do país em número de horas de sol, a área de painéis aí instalada, poderia produzir anualmente entre 7363 e 7855 Kw/h/ano dependendo da tecnologia utilizada, o que reduziria a factura energética do espaço. Penso pois que seria de considerar a reactivação do sistema, após estudo do perfil de consumo, de modo a escolher a tecnologia mais adequada, a área de colecctores e o volume de armazenamento a instalar para assegurar a maior taxa de cobertura possível.
Voltaremos ao assunto brevemente, abordando a situação de outros espaços concretos, e a possibilidade de neles implementar soluções de energia renovável
António Venâncio
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 09:19
"...instalações mais recentes do conselho"
Quer um CONSELHO amigo Venâncio? Mude de CONCELHO e vá para bem longe!
E são estes energúmenos que andam a ensinar os nossos filhos!
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 12:19
O Paulinho Portinholas adora a palavra "energúmenos". Tem experiência própria.
De J.Fonseca a 12 de Janeiro de 2009 às 09:36
Sr. Engenheiro Venancio:
Com todo o respeito pelos seus escritos, penso que tinha toda a conveniencia em ser mais sucinto na forma de escrever. È que podendo ter razão tecnicamente no explanar dos temas, a verdade é que se tornam muito "maçudos" e muita gente desiste logo de os ler até ao fim.
Gostava que entende-se isto como uma crítica construtiva.
J.Fonseca
Caro J.Fonseca
Tem provavelmente razão, procurarei ter isso em atenção nos próximos restos.
Ao querer fundamentar aquilo que escrevo, muitas vezes o texto fica mais longo do que devia.
Nalguns caso, como no presente, obrigou-me até a subdividir o texto.
António Venâncio
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 12:21
O lançamento do número 28 da revista Monumento, editada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, onde Elvas surge como uma cidade de grande monumentalidade e intervenções urbanas adequadas, com o Auditório São Mateus a abarrotar de 250 pessoas que saíram rendidas ao momento em que tinham participado, é mais uma lição para os portinholeiros desenvolvimentistas, de braço dado com os STALinistas, que pensam que “isto vai lá” com blogues de má-língia do Tiago, artigos no Linhas do Viery e umas reunões com amigalhaços e muitos familiares à mistura…
Vão lá, vão.
Já lá estão a marcar lugar; no conhecido muro das lamentações autárquicas.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 12:26
A festa organizada pela Junta de Freguesia da Terrugem, onde foram distinguidos a Associação de Beneficiência Amigos da Terrugem (ABAT), o terrugense César Magarreiro e José Rondão Almeida, presidente da Câmara Municipal de Elvas, com o Centro Cultural da freguesia a abarrotar é mais uma lição para os portinholeiros desenvolvimentistas, de braço dado com os STALinistas, que pensam que “isto vai lá” com blogues de má-língia do Tiago, artigos no Linhas do Viery e umas reuniões com amigalhaços e muitos familiares à mistura…
Vão lá, vão.
Já lá estão a marcar lugar; no conhecido muro das lamentações autárquicas.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 17:11
Comentador das 12.26
Que bela Lição de Sabujice
Parabéns
Continuem porque também não escapam ao Inferno.
Ou pensam de que...
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 14:54
ALGUÉM ME SABE DIZER QUAL É A PROGRAMAÇÃO DO MÊS DE JANEIRO A NÍVEL DE ESPECTÁCULOS???? É QUE AINDA NÃO VI NADA DIVULGADO A NÃO SER O CARRO A ANUNCIAR AQUILO QUE TODOS OS ANOS SABEMOS QUE HÁ...A PROGRAMAÇÃO DO DIA 14. E O RESTO? OUVI DIZER QUE VINHAM GRANDES NOMES QUE ANDAM NA BERRA, MAS E OS DIAS? QUANDO SÃO? NÃO HÁ INFORMAÇÃO?
LI NA DICA QUE vÊM OS DEOLINDA, E O RESTO? OU SÓ ANUNCIAM NO FIM DO MÊS.
De Tonho a 12 de Janeiro de 2009 às 23:09
Este Paulinho Portinholas é cá um macacão!
Viu o post do blog Elvas Melhor às 14.22H com o programa da batalha para todo o mês, clicando em cima da data viu a data da publicação, foi ao site da Câmara e não encontrou...
Teve um ataque de ciumes e às 14.55H escreveu este comentário para despoletar a maledicência e despertar a inveja e a competição entre pessoal da Câmara.
Só se algum funcionário ou vereador da Câmara fosse tão perturbado da cabeça como tu, Portinholas, é que te ligavam importância.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 23:34
QUE SORTE OUVIR O CARRO ANUNCIAR SE OUVI DIZEZ QUE A VEREADORA VITÓRIA BRANCO MANDOU O MOTORISTA DE FÉRIAS ESTE MÊS COM TANTA COISA PRA DIVULGAR. TEM QUE TER DESCULPA PRÁ INCOMPETÊNCIA.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 15:02
Pois, ninguém sabe porque não interessa. Souberam por acaso que no sábado ouve bailado? NÂOOOOOOOOOOOOO. ´Pois havia cerca de 10 pessoas no Cine Teatro a assistir, familiares dos dançarinos.
Bela imagem que estes artistas levam da cidade. NÃO HÁ DIVULGAÇÃO. Porquê? Por ser do pelouro da Srª Vereadora Vitória Branco? Mas sabemos tudo o que é Monumentos, Museus, etc. Senão vejamos, basta consultar o site da Autarquia. No que diz respeito ao 14 de Janeiro só falam desse dia, tudo o resto é merda. Não vale a pena fazerem nada se não existe conhecimento do público em geral. Mas de quem é a culpa?
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 15:47
A vontade de dizer mal é tanta que até cega.
Impede de ver, no site da câmara por exemplo, que o programa completo de Janeiro está lá.
E há cartazes na rua.
E há anúncios nas rádios.
E há um porta-a-porta de 12.500 programas, nas caixas de correio de todo o concelho.
Por vezes, a vontade dos mesmos do costume de dizer mal dos mesmos do costumes cega; pelo menos, impede de ver; encandeia, pelo menos.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 16:00
É o vício da má-lígua.
Prática portinholeira nítida
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 17:15
É o vício de falar Verdade.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 16:17
Eu é que sou cego? E o Burro sou eu? Agora sim, puseram no site da Câmara, mas antes não estava. Foi esquecimento, mas pelo menos serviu a mensagem para a sua rectificação. Afinal vale a pena chamar á atenção, claro.
Dizer mal? Se isto é dizer mal....E se eventualmente puseram não sei quantos mil nas caixas do correio, eu ainda não recebi nada. E rádios não sou obrigado a ouvir. Cartazes? Nãaaa...Se há são tão poucos que aqui o cegueta ainda não viu.
De Anónimo a 12 de Janeiro de 2009 às 17:14
Assim é que é.
Chamar a atenção para corrigir.
Muito bem caro Leitor
De Rolando Palma a 12 de Janeiro de 2009 às 22:12
É bem verdade que as energias renováveis são ( e serão cada vez mais ) a alternativa ao petróleo. E a propósito, compilei alguns dados que, de uma forma muitos simples, ilustram o que tem sido a " aventura " do petróleo, nos últimos 45 anos.
E dá que pensar...
Passar de 1,5 dolares o barril para aqueles 150 doláres de 2008...
E aqueles picos de valores, que como não podia deixar de ser... claro que são guerras...
Ano Produção Petróleo Preço Barril
( Milhões barris/ dia ) ( US$ )
----------------------------------------
1965 15 1,5
1966 16 1,5
1967 17 1,5
1968 18 1,5
1969 20 1,6
1970 22 1,8
1971 25 3
1972 27 3
1973 29 4
1974 31 12
1975 27 12
1976 27 13
1977 31 14
1978 30 14
1979 31 20
1980 28 32
1981 25 39
1982 21 36
1983 18 33
1984 18 30
1985 17 30
1986 18 29
1987 20 36
1988 20 30
1989 23 36
1990 25 45
1991 25 34
1992 26 32
1993 27 30
1994 28 25
1995 28 29
1996 29 32
1997 30 28
1998 32 18
1999 31 21
2000 30 26
2001 32 24
2002 30 21
2003 31 32
2004 33 39
2005 35 54
2006 36 65
2007 32 58
2008 30 110
2009 25 (*)
Nota: Os valores da produção reflectem o grupo OPEP, e os valores do barril são valores médios anuais.
A produção estimada para 2009 será, segundo divulgou a Opep, de 25 milhões de barris/ dia.
A ver vamos, não é ?
De Constanza a 13 de Janeiro de 2009 às 14:58
As energias alternativas só serão alternativa aos combustíveis fósseis na geração de electricidade, porque como fonte de energia para "pópós" não servem.
Com uma sociedade "viciada" e dependente de automóveis assim como toda a estrutura económica quase exclusivamente montada para transportes com motor de combustão será difícil aguentar a pressão exercida pela quantia finita de combustíveis fósseis existentes no sub-solo.
Puro engano Constanza:
Em primeiro lugar o caso em questão reduz o consumo de Gás, um combustível fóssil, e não de electricidade.
Em segundo lugar grande parte da energia eléctrica que consumimos é produzida a partir de combustíveis fósseis, logo baixando o seu consumo, estamos a diminuir a pressão sobre os mesmos.
Terceiro, se for possível assegurar, de fontes alternativas a energia eléctrica necessária, o problema da locomoção automóvel também se pode resolver por energia eléctrica, a partir de pilhas de combustível, e com recurso ao Hidrogénio obtido por electrólise da água. O problema é mesmo conseguir produzir, por meios alternativos, toda a energia que necessitamos seja ela eléctrica ou sob qualquer outra forma.
Desde que tenhamos energia, as soluções de conversão existem.
Se quiser poderá deslocar-se à Escola Secundária D. Sancho II em Elvas, durante a semana aberta que decorrerá em Março, na última semana antes da interrupção da Páscoa, e ver um modelo de um carro utilizando a tecnologia do Hidrogénio, sendo este produzido por energia solar.
António Venâncio
De Constanza a 14 de Janeiro de 2009 às 17:34
Obrigado pela sua resposta pronta.
Concordo em absoluto com tudo o que escreveu, pois são raciocínios lógicos e cientificamente correctos.
Gostava apenas de acrescentar à discussão o vulgarmente chamado "EROEI" (energy return on energy invested), factor pelo qual a maioria da geração de electricidade é feita através do recurso aos combustíveis fósseis. Pois considerações termodinâmicas não podem ser esquecidas.
Quanto aos "pópós", os problemas que eu (e muita outra gente) vemos na proposta conversão são estes e têm de ser equacionados:
- A questão do EROEI;
-A alteração do sistema de abastecimento. (fica-se na bomba umas horas à espera que a bateria carregue ou com uma grua coloca-se outra?);
-A alteração para esse sistema teria custos brutais inerentes pelo que essa transição teria de ser subsidiada pelo Estado, o que acarretaria um agravamento dos impostos;
E muitos outros que não posso aqui divulgar, pois creio que muitos dos leitores deste blog (os que se insultam estupidamente sem interesse em discutir ideias) e porque tenho de ir lanchar (ingerir calorias=energia!).
Quanto à visita à Escola Secundária D. Sancho II, agradeço-lhe desde já o convite. Pois foi onde passei 3 anos da minha formação académica. Mais perto dessa data podia publicitar aqui, na TASCA DAS AMOREIRAS.
Deixo aqui duas ligações, para que os leitores que quiserem informar-se...
http://www.aspo-portugal.net/
http://www.theoildrum.com/
São pertinentes a maioria das questões que levanta, e será sempre um sobressalto, a transição para as energias alternativas, mas é inevitável. Quanto ao abastecimento dos veículos automóveis, a solução, a médio prazo, penso ser o hidrogénio e não as baterias, que na realidade têm os problemas que indica.
A questão que me levou a escrever este texto, e outros que se lhe seguirão, é que necessitamos desesperadamente de ganhar tempo, através da redução dos consumos e do aproveitamento da energia existente, para desenvolver, e resolver alguns problemas que se colocam às tecnologias que servirão de suporte à “revolução” energética que se avizinha.
António Venâncio
Caro Rolando
Muito interessantes os dados que aqui apresentas, e por certo dão para tirar algumas conclusões. Mas deixa-me dar-te uma dica relativamente a todos estes dados publicados sobres as os volumes preços do petróleo transaccionado. São um pouco como a “garrafa do Chevas” para uns meia cheia para outro meio vazia. Se compararmos os dados fornecidos pelos importadores de combustíveis com os dos exportadores, verificamos que as disparidades são enormes, o que nos deixa ainda com mais dúvidas. Se a isto acrescentarmos o facto de disparidades semelhantes se verificarem quando se trata de avaliar as reservas de petróleo, conforme as fontes, torna-se quase impossível perspectivar o futuro nesta área.
António Venâncio
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