O argumento que o Ministério da Educação faz passar para a opinião pública é que nem todos podem atingir o topo da carreira. Muito bem. Esqueçamo-nos por uns momentos dos professores e vamos ver o que se passa nas outras carreiras.
1º caso
Um médico formou-se e começou a trabalhar num qualquer hospital ou centro de saúde. Os anos vão decorrendo e o nosso médico não concorre a nenhum cargo de chefia (que diga-se em abono da verdade que, se concorrer é por um determinado número de anos e em comissão). Pergunto agora eu: será que o médico desde que entrou na carreira nunca subiu de escalão (ou outro nome qualquer) até atingir a reforma? Mais, por acaso há médicos e médicos titulares? Há chefes de serviços, mas mesmo estes são de ocupação temporária e enquanto exercerem esse cargo recebem por isso. Há aqueles que optam pela carreira de administração hospitalar e neste caso é uma carreira diferente.
2º caso
Um empregado de comércio entrou para uma loja ainda novo e por lá fez toda a sua carreira. Não me digam que o nosso homem, não contando com os aumentos anuais e que são para todos, levou uma vida inteira a ganhar o mesmo, ou seja, nunca progrediu na carreira? Ou será que há empregados de balcão e empregados de balcão titulares? Nas lojas maiores e onde haja muita gente a trabalhar é natural que algum chegue a gerente ou coisa parecida, o que significa que deixou de ser empregado de balcão. Caso chegue a gerente, entrará noutra carreira e ganhará como tal.
Não vale a pena continuar a enumerar outros casos, que tanto faz serem da função pública com trabalhadores privados, acontece a todos o mesmo.
Vamos então ver o caso dos professores.
Um professor quando entra para a carreira é provido no lugar de professor do quadro. Se nunca ocupar nenhum lugar de chefia, é professor toda a vida, subindo de escalão como em todas as profissões, com este ou com outro nome qualquer. Dantes chamavam-se diuturnidades. Agora não sei.
E que se passa se algum chega a um cargo de chefia? É-lhe atribuído um subsídio que dura enquanto ocupar esse cargo temporário. Depois volta à sua condição de professor. Nesse caso porquê dividir a carreira artificialmente em duas? Será que não cumprem todos as mesmas funções?
Então o porquê desta situação? Simplesmente o poupar dinheiro e nada mais.
Se alguém tiver dúvidas que se manifeste, mas decentemente, senão ficam sem resposta.
Jacinto César
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