De há uns tempos a esta parte vejo muito pouco televisão! Vou vendo o meu “joguito de bola”, um ou outro filme já fora de horas e alguns programas de informação. Salvo o Jornal das 9 da SIC-Notícias e o Jornal das 10 da RTP2 que vão passando umas notícias mais ou menos isentas, tudo o resto é lixo (para mim, claro está). Ontem, depois de ter aqui escrito um desabafo sobre a comunicação social inglesa, obrigatoriamente pensei no que se passa por cá e lembrei-me de dois episódios, cada qual a merecer uma crítica e julgamento diferentes.
Episódio 1
Aqui há 3 ou 4 anos atrás, um determinado dia que não recordo, foi notícia de abertura do telejornal da SIC a descida de Portugal no ranking dos países mais ricos do mundo, de 27º para 28º, tendo sido ultrapassado por um outro país qualquer. Se tivesse descido 10 ou 20 lugares teria ficado preocupado. Mas como foi um lugar, não me tirou o sono.
Quis o destino que por um feliz acaso, um ano depois estando a ver as notícias na SIC, o telejornal noticiava a subida de um lugar no ranking atrás referido, ou seja, de 28º para 27º. Se a anterior não me tirou o sono como disse, esta não me deixou eufórico como não podia deixar de ser.
Se já afirmei atrás que nenhuma das duas notícias me perturbou nem pela negativa nem pela positiva, porque as estou eu a contar? Pelo simples facto, que a primeira foi notícia de abertura e a segunda passou naquele rodapé azul que vai passando no ecrã.
Moral da história: somos um país de masoquistas em que só o mau é que é notícia e tudo o resto pouco importa (veja-se o caso do acidente na A-23 em que todas os canais de televisão fizeram edições especiais umas atrás das outras). Jornal que não traga na 1ª página escândalo ou tragédia não vende. Somos assim!
Episódio 2
Aqui há uns quantos anos atrás, estando a ver as notícias (penso ter sido na RTP1), foi afirmado que Portugal era o país da Europa que mais álcool consumia. Devo ter pensado na altura que éramos um país de “borracholas”. Quando os programas de televisão são “impróprios para consumo” faço aquilo que muita gente faz, e a que se dá o nome de “zapping”. Passando de canal em canal, fui parar às notícias da TVE1. Qual não é o meu espanto quando ouvi exactamente a mesma notícia que a RTP1 tinha passado, só que com uma ligeira diferença: aí era referido que o país com maior número de “esponjas” era a Espanha. O que vou dizer de seguida pode parecer anedota, que estou maluco ou que sou um mentiroso compulsivo. Acreditem se quiserem, mas garanto-vos que é a verdade! Continuando no meu “zapping” fui dar de caras com as notícias do canal TG1 italiano. “Porra”, não é que vou ouvir pela 3ª vez a mesma notícia? Ora adivinhem lá qual era o país com maior número de “borrachos”? Ainda não? Então eu digo: a Itália! Só não tive um enfarte porque tenho o coração em “bom estado”.
Moral da história: o povo é manipulado e os órgãos de comunicação são uns manipuladores (A mando de quem? Será que desta vez adivinharam?).
No meio disto tudo, salve-se quem puder! Eu cá já comprei uma bóia para não morrer afogado em tanta m….!
Jacinto César
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